Por que aparelhos de som não melhoraram tanto nas últimas décadas?

Para quem se considera um audiófilo e gastou uma fortuna em um receptor AV novo, não vai ser legal saber que receptores de décadas passadas produzem um som igual, senão melhor que os modelos atuais. E o motivo, ironicamente, é o avanço da tecnologia. Steve Guttenberg, da CNET, diz que ao longo dos anos, a […]

Para quem se considera um audiófilo e gastou uma fortuna em um receptor AV novo, não vai ser legal saber que receptores de décadas passadas produzem um som igual, senão melhor que os modelos atuais. E o motivo, ironicamente, é o avanço da tecnologia.

Steve Guttenberg, da CNET, diz que ao longo dos anos, a qualidade de som se tornou um diferencial de venda secundário, já que a maioria das pessoas começaram a comprar equipamento de áudio ou em grandes lojas, ou online. As pessoas começaram a se preocupar mais com o número de conexões e interfaces sem fio e com o número de watts do sistema. Por isso, sobrou menos dinheiro para pesquisa e desenvolvimento para investir em avanços na qualidade do som.

OK, o que há de errado aí? Os engenheiros de receptores têm que dedicar boa parte do orçamento e habilidades de design em fazer com que os aparelhos funcionem. Todo ano, as fabricantes de receptores pagam cada vez mais dinheiro (na forma de royalties e licenciamento) para a Apple, Audyssey, Bluetooth, HD Radio, XM-Sirius, Dolby, DTS e outras empresas, e esse dinheiro consome uma parte ainda maior do orçamento de design. Os engenheiros precisam se virar com o que sobra para fazer o receptor criar bons sons. O preço de varejo dos receptores, os que vendem em grande quantidade, nunca sobem… Algo tem que ceder, e geralmente é a qualidade do som que sai perdendo.

Interessante notar também que nas últimas décadas, a potência média dos receptores caiu nos modelos high-end. Enquanto os modelos de entrada e mid-range têm mais watts do que antes (de 20w-30w há 30 anos para 90w-100w hoje), receptores high-end alcançam no máximo 140w-150w. Um teste da Innovative Audio, que vende aparelhos de som antigos, mostra que um receptor de 1980 da Pioneer, de 270w, se saiu melhor no teste cego que aparelhos atuais. Mas, como explica Brent Butterworth, da Innovative Audio:

Este teste significa que receptores antigos são melhores que os novos? Claro que não. Deixando o visual de lado, o Sony STR-V6 [de 1978] claramente não é melhor que o Yamaha RX-V1800 [de 2009], mas é uma escolha tão boa quanto ele para sons em estéreo, e bem mais em conta que um receptor para home theater de preço médio.

Então se você quer um receptor para música, comprar um aparelho antigo pode ser um bom negócio. [Innovative Audio via Cnet]

Foto por Brent Butterworth

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