Por trás da maior apreensão de produtos de áudio falsificados da história (fotos exclusivas)

Acha que fez um bom negócio em um daqueles headphones do Dr. Dre? Ou talvez você tenha pagado demais por uma cópia. Graças a pessoas tolas e facilmente enganáveis, os negócios do mundo de cópias de produtos de áudio high-end nunca estiveram melhores. No começo da manhã de 28 de outubro de 2010, uma grande […]

Acha que fez um bom negócio em um daqueles headphones do Dr. Dre? Ou talvez você tenha pagado demais por uma cópia. Graças a pessoas tolas e facilmente enganáveis, os negócios do mundo de cópias de produtos de áudio high-end nunca estiveram melhores.

No começo da manhã de 28 de outubro de 2010, uma grande força tarefa se reuniu no lado de fora da Meipai Eletronic Audio Factory e outras três instalações próximas a Enping, no sul da China. O que tinha começado como uma dica de um ex-funcionário levou a uma investigação que durou meses pelo Departamento de Segurança Pública de Guangdong e a policia da cidade de Jiangmen. No final do dia, quatro pessoas foram parar na cadeia e 1.200 itens falsificados foram parar nas mãos da policia, e a então chamada de “New Dynamics Audio Equipment Factory” foi finalmente fechada. Foi a primeira vitória em uma nova guerra contra as falsificações, liderada por uma coalizão improvável de empresas de áudio que, apesar de serem concorrentes ferozes nas lojas, agora estão aliadas contra um inimigo em comum.

Em fevereiro desde ano, a mesma iniciativa internacional ajudou as autoridades a encontrar outro antro de falsificações, desta vez no Reino Unido. Juntas, as duas operações apreenderam o equivalente a U$500.000 em equipamentos de áudio falsificados. Pode parecer muito, mas é apenas a ponta do iceberg: uma indústria multibilionária que está se provando quase impossível de deter.

As duas recentes apreensões aconteceram depois de meses de investigações – incluindo algumas compras para teste, muita vigilância e uma série de batidas coordenadas em armazéns e residências privadas. Depois de tudo isso, as autoridades conseguiram confiscar desde microfones falsos, fones de ouvido, alto-falantes, amplificadores e mixers.

A batida no Reino Unido particularmente representa a maior apreensão de equipamento de áudio (em sua grande maioria fones de ouvido) na história do país, de acordo com Sennheiser e a Monster. E os dois falsificadores que agora estão sob investigação, aparentemente estão ligados a terceira maior loja de varejo online de Grã-Bretanha.

Embora o tamanho e o alcance dessas batidas separadas possa ser digno de nota, falsificações e cópias do design obviamente não são nenhuma novidade para a indústria de fones de ouvido e A/V.

Ao longo dos anos, um próspero mercado negro de bens falsificados floresceu por todo o mundo, alimentado pelo baixo custo de produção da China, instalações de fabricação cada vez mais sofisticadas, comércio eletrônico, e frequentemente, leis de propriedade intelectual e marca registrada inexistentes. Em outras palavras, esse fone Monster Beats edição limitada da Ferrari falsificado que você comprou por engano não apenas estão ficando cada vez mais fáceis de produzir, mas eles também são bastante lucrativos para os caras que estão fabricando-os.

De acordo com um estudo recente feito pela câmara de comércio dos Estados Unidos, produtos falsificados poderiam ser responsáveis por cerca de 10% do produto interno bruto da China (olá, terceira economia!). Ao redor do mundo, é considerada uma indústria de U$600 bilhões de dólares – do qual metade está localizada nos Estados Unidos.

“Nesse momento o problema das falsificações está maior do que nunca por algumas razões” explica David Tognotti, vice presidente de operações e conselheiro geral da Monster Cable. “Você tem a economia da China que precisa manter as pessoas empregadas e criar milhões de empregos a cada ano; você tem leis laxistas e de execução no país, você tem uma crescente demanda por bens de marcas de luxo; e você também tem pessoas com muito menos dinheiro em suas carteiras.”

Seja produzindo uma cópia de uma bolsa Louis Vuitton ou um Sennheiser CX300s, os produtos falsificados estão tirando vantagem dessa união perfeita de fatores. Enquanto na década passada, você tinha que visitar lugares específicos – ou pelo menos a sua “feira do Paraguai local” – para procurar com segurança essas falsificações, na era do e-commerce, eles estão literalmente por todo lugar. Na verdade, parte do problema que as autoridades e empresas estão enfrentando é encontrar uma maneira confiável de ligar esses produtos falsos de volta às suas fontes. Porque esses produtos tipicamente são comprados globalmente e podem se mover por tantos níveis diferentes antes de chegar a um consumidor, que é virtualmente impossível liga-los de volta à sua origem.

“Mais e mais desses produtos falsificados tem um sistema de distribuição extremamente inteligente,” diz Sylke Roth, gerente de um grupo de serviços jurídicos na sede da Sennheiser na Alemanha. “Em muitos casos, eles estão se juntando com outros falsificadores ao redor do mundo e estabelecendo sistemas de distribuição e fabricação que são quase tão profissionais como aqueles da marca original.”

Essas realidades estão forçando as empresas que normalmente seriam competidores ferozes – Shure, Sennheiser, Audio Technica, Harman e Monster – a se unirem. Por causa de seu elevado perfil de mercado, essas fabricantes são tipicamente os alvos mais atraentes para os falsificadores. E enquanto muitos preferiram manter-se em silêncio ou esconder seu problema com falsificação, isso está começando a mudar.

“Trabalhando juntos, nós podemos dividir custos para combater o mesmo problema,” diz Roth. “Nós podemos também trocar informações, então se algum de nós ouve algo sobre o mercado de vindo de nossos consumidores, nós podemos repassar para os outros.”

Monster é talvez a mais ativa nessa luta devido à enorme demanda por versões falsas de seus cabos e headphones. A empresa trabalhou com o Trading Standards Services do Reino Unido, uma agência de proteção do consumidor, na apreensão mais recente. Ela também formou recentemente seu próprio time global de proteção à marca, que monitora grandes negociações business to business, business to consumer e sites de leilão diariamente, ficando de olho em produtos falsos. Isso é um complemento às notificações para tirar do ar as centenas de sites “oficiais” falsos da Monster que continuam aparecendo.

Mas se você elimina um site de varejo falso, parece que aparecem mais cinco em seu lugar. Detone um vendedor fraudulento no eBay e ele usa um de seus outros 10 outros nomes para comercializar produtos falsificados. Feche uma fábrica, a vizinha irá aproveitar para pegar o lugar no mercado. É tudo parte de um jogo de gato e rato com um oponente cada vez mais sofisticado.

Então muitas empresas estão mudando de tática e dando mais ênfase na educação do consumidor. A Monster tem a sua página de conscientização sobre falsificação, assim como a Sennheiser. Muitas outras empresas estão seguindo o exemplo.

Infelizmente, tentar explicar o que você deve procurar não é sempre fácil. Não há um grupo de critérios simples e fáceis para identificar um produto falsificado. Fones de ouvido falsos podem ser impecáveis, desde a caixa até os lenços de limpeza, ou até horríveis (alguns chegando a ser engraçados). Preços nem sempre são uma indicação também. Falsificadores perceberam o fato que alguns consumidores estavam ligando preços extremamente baixos com falsificações, então muitos simplesmente aumentaram os preços para parecer legítimo. Agora, ao invés de gastar U$50 em um par de fones de ouvido de U$300, você está gastando U$250 – ainda parece um bom desconto, mas não é nada absurdo o suficiente para levantar suspeitas.

Mas no final das contas, a maneira mais fácil de evitar ter que tentar devolver um daqueles fones de ouvido da “Blose” é sempre comprar em vendedores autorizados. A menos que você consiga encontrar um par de falsificados que tenha um som excelente – boa sorte na sua busca.

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