Temos uma má notícia para quem torcia para o Proxima b ser um planeta habitável

Planetas em zonas habitáveis de estrelas anãs vermelhas perdem oxigênio demais para possibilitar a água no estado líquido

Temos más notícias para aqueles que pretendiam fugir desse planeta para um bem longe daqui. De acordo com uma nova pesquisa da NASA, os planetas na zona habitável dos sistemas de estrelas anãs vermelhas — incluindo o tão propagandeado exoplaneta Proxima B — possivelmente perdem oxigênio demais para possibilitar a água no estado líquido e, portanto, a vida.

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Tradicionalmente, cientistas já tentaram determinar zonas habitáveis baseados na quantidade de calor e luz que sua estrela anfitriã emana. Mas essa nova pesquisa leva em conta erupções estelares e a taxa de perda de oxigênio atmosférico para construir um panorama mais refinado de onde podem estar planetas similares à Terra em um sistema de estrelas.

A equipe desenvolveu um modelo para investigar como os raios X de alta energia e as emissões ultravioleta expelidas por anãs vermelhas faziam o oxigênio de atmosferas de planetas de zonas habitáveis escapar para o espaço. Essa “erosão atmosférica” pode trazer más notícias para os fãs do Proxima b, exoplaneta localizado no sistema de estrelas anãs vermelhas Proxima Centauri, a menos de cinco anos luz de distância. As novas descobertas dos pesquisadores foram publicadas em 6 de fevereiro, no Astrophysical Journal Letters.

“Quanto mais raio X e energia ultravioleta extrema, mais elétrons são gerados e mais forte o efeito de escape de íons se torna”, disse Alex Glocer, astrofísico do laboratório Goddard, da NASA, e coautor do estudo, em comunicado à imprensa. “Esse efeito é muito sensível à quantidade de energia que a estrela emite, o que significa que deve ter um papel forte em determinar o que é ou não é um planeta habitável.”

A equipe calculou a taxa de oxigênio atmosférico perdido ao considerar a idade da estrela anã vermelha e sua distância do planeta em questão. O Proxima b, por exemplo, orbita sua estrela 20 vezes mais próximo do que a Terra orbita o Sol. Por sua órbita apertada em torno da Proxima Centauri, os pesquisadores estimaram que o planeta é atingido por tempestades estelares de “descascar” a atmosfera a cada duas horas. Baseado em suposições sobre o tamanho e a composição do Proxima b, seu oxigênio terá desaparecido em cerca de dez milhões de anos.

Resumindo, as coisas não parecem boa para a vida no Proxima b — ou outros planetas ao redor das estrelas anãs vermelhas, que são as estrelas mais encontradas na galáxias. Entre 20 a 30 das estrelas mais próximas de nosso sistema solar são anãs vermelhas.

Talvez essa pesquisa simplesmente confirme o quão especiais nós somos.

“Neste estudo, os resultados são pessimistas para os planetas em volta das jovens anãs vermelhas, mas também temos um entendimento melhor de quais estrelas têm boas perspectivas de habitabilidade”, disse Vladimir Airapetian, autor principal do estudo. “Conforme aprendemos mais sobre do que precisamos de uma estrela anfitriã, parece que, cada vezmais, nosso Sol é uma dessas estrelas perfeitas, para que tenha possibilitado a vida na Terra.”

Para aqueles que ainda querem acreditar (*levantando a mão*), ainda há esperança. Afinal, esse é apenas um estudo de modelagem — em alguns anos, enfim teremos nossos primeiros dados concretos sobre a atmosfera do Proxima b, por meio dos estudos do telescópio James Webb e outros. E talvez, um dia, a nave interestelar de Stephen Hawking e daquele bilionário russo nos surpreenda com a confirmação de que o Proxima b é tranquilo. Cruzemos os dedos.

[The Astrophysical Journal Letters]

Imagem do topo: NASA Goddard/Conceptual Image Lab

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