Putin diz que país que vencer corrida pela inteligência artificial será “líder do mundo”

Em conversa com estudantes, líder do Kremlin comprometeu-se a compartilhar know-how russo caso a nação assuma a posição no futuro

Enquanto a corrida espacial marcou o século passado, podemos dizer que a disputa pelo desenvolvimento de inteligência artificial será uma marca do período atual. Talvez não com a mesma contundência da primeira, mas ainda de forma significativa. Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao menos, pensa assim. Em conversa com estudantes na última sexta-feira (1), o chefe do Kremlin previu que o país que liderar os esforços em pesquisas de IA dominará o mundo.

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“A inteligência artificial é o futuro, não apenas para a Rússia, mas para toda a humanidade. Ela vem com oportunidades colossais, mas também com ameaças difíceis de se prever. Quem se tornar o líder nessa esfera será o governador do mundo”, afirmou Putin, de acordo com a RT.

Estados Unidos e China têm liderado a corrida pela inteligência artificial, com os chineses anunciando recentemente que tinham um plano de se tornar os líderes globais em pesquisas de IA até 2030. O objetivo progressivo da China é de, primeiro, estar ao lado dos líderes no quesito até 2020; em 2025, ter a tecnologia como principal condutora da indústria do país; e, por fim, em 2030, estar no topo das pesquisas de inteligência artificial em 2030. Em termos financeiros, a corrida pela IA já mostra sua importância em previsões de especialistas, que veem o crescimento da tecnologia impulsionando a economia global em US$ 16 trilhões até 2030, de acordo com a Economist.

O aspecto econômico não é o único a entrar em jogo quando falamos do desenvolvimento de inteligência artificial. Ela possibilita o crescimento em vários campos, incluindo pesquisas médicas, da indústria pesada e claro, da indústria bélica. O impacto da tecnologia na corrida militar deverá ser grande, e Putin vê um futuro em que a liderança no campo pode ter implicações diretas e práticas na guerra. “Quando os drones de uma das partes são destruídos pelos drones de outra, esta não terá outra escolha senão se render”, afirmou o líder do Kremlin.

“Seria muito indesejável se alguém conseguisse uma posição de monopólio”, avaliou o presidente russo, comprometendo-se a dividir o conhecimento russo com outras nações: “Se nos tornarmos líderes nessa área, vamos compartilhar esse know-how com o mundo inteiro, da mesma maneira como compartilhamos nossas tecnologias nucleares hoje em dia”.

Recentemente, uma reportagem da Reuters mostrou a preocupação dos Estados Unidos com o interesse da China nos campos de IA e aprendizado de máquina. O raciocínio seria de que tecnologias de ponta desenvolvidas nos EUA poderiam ser usadas pelos chineses para reforçar suas capacidades militares. Para frear isso, o governo dos Estados Unidos estaria considerando novas imposições para limitar o investimento chinês em empresas norte-americanas que trabalham com a tecnologia.

[The Verge]

Imagem do topo: kremlin.ru

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