[Review] iPad Air: maior e ainda melhor

É difícil acreditar que só se passaram três anos desde que o iPad original foi lançado, uma vez que os tablets se tornaram parte do nosso cotidiano. Já existiam tablets antes, mas eles não eram iguais aos que conhecemos hoje. O iPad modificou a ideia de computador pessoal para sempre, mas os modelos mais recentes […]

É difícil acreditar que só se passaram três anos desde que o iPad original foi lançado, uma vez que os tablets se tornaram parte do nosso cotidiano. Já existiam tablets antes, mas eles não eram iguais aos que conhecemos hoje. O iPad modificou a ideia de computador pessoal para sempre, mas os modelos mais recentes tinham mudado pouco. Pelo menos até agora.

O que é

O iPad foi o tablet dominante desde que foi criado. Sim, há os concorrentes. Surfaces, Fires, Tabs e o Nexii vieram e foram embora, mas nenhum deles foi capaz de tirar o trono do iPad como principal tablet de 10 polegadas. O que explica, em parte, porque o iPad passou por quatro gerações sem mudar muito. Ele não tinha nada de errado, então a Apple seguiu a filosofia de “não mexer em time que está vencendo”.

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A concorrência verdadeira do iPad, ao que parece, veio de um grupo de tablets menores – incluindo o próprio mini da Apple. Todos os membros do grupo das sete polegadas são menores, mais leves e mais baratos que um iPad. E são as questões da portabilidade e do design que estão sendo respondidas pelo iPad Air. Com o Air, a Apple começa a brigar com o Fire HD, o Nexus 7 e até mesmo com o design absurdamente limpo e fino do iPad Mini.

Design

Até agora, o maior triunfo do iPad era sua funcionalidade. Trata-se de um tablet de 10 polegadas com um excelente ecossistema e uma tela brilhante que simplesmente funciona. Mas o design dos iPads nunca tinha sido particularmente bonito, com as monstruosas bordas em volta da tela monstruosas e a traseira curvada e feiosa. Era um design que a cada dia parecia mais datado e permaneceu intocado, com a Apple se ocupando mais do software do que de tornar o exterior mais bonito.

O iPad Air funciona como um belo corretivo para esses três anos de estagnação. Com suas elegantes e finas bordas laterais e o chanfrado prateado que nós aprendemos a amar com o iPhone, o Air é sem dúvida o tablet mais bonito que a Apple já fez até hoje. Como um iPad Mini, mas maior, e com uma tela para a qual vale a pena olhar.

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Os ângulos mais marcados, mas ainda arredondados, do iPad Air parecem mais deliberados. Pela primeira vez, o corpo do iPad parece ter um senso de propósito como se o design tivesse sido feito para ser bonito por direito próprio, em vez de ser somente um esqueleto para segurar as peças necessárias para que a tela funcione. O iPad Air é um tablet grande que é tão bonito desligado quanto ligado, algo que até agora só o Surface tinha feito do jeito certo.

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E como o nome sugere, o iPad Air é leve. Muito, muito leve. Quase magicamente leve. Com menos de meio quilo, ele é muito mais leve que os iPads anteriores, o Surface 2 e o Nexus 10. É uma diferença relativamente pequena, mas ao segurá-lo isso é perfeitamente perceptível. Considere o seguinte: o iPad Air tem um peso mais próximo ao do iPad Mini que aos dos iPads da quarta geração.

O iPAd Air também é incrivelmente pequeno, ao menos para algo tão grande. Ele é fino. Imperceptivelmente mais fino que o iPhone 5S. E com as enormes bordas da tela dos iPads antigos minimizadas assim como no iPad Mini, ele consegue ser grande e pequeno ao mesmo tempo. Isso por si só faz com que seja prazeroso segurar o iPad, usá-lo, admirá-lo. É uma contradição deliciosa que é discreta o suficiente para ficar em segundo plano, até que você comece a percebê-la.

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Usando

Mas o iPad Air é mais do que um rostinho bonito. Embora seu design esbelto seja um feito em si mesmo, ele também serve para que o uso do iPad seja melhor em quase todos os cenários possíveis.

Você pega o iPad Air e pensa “É isso?”. Não é a primeira vez que a Apple faz esse truque, mas ele nunca foi tão impressionante, especialmente num dispositivo desse tamanho. Claro que não é só um truque, embora seja um bom truque: também é útil.

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Segurar o iPad Air por longos períodos de tempo em uma só mão se tornou mais prático do que nunca. Se você segurar o iPad horizontalmente, ainda vai sentir alguma dificuldade para mantê-lo equilibrado, como os modelos antigos, mas se você o segura em modo retrato (de pé, como se fosse uma revista), vai poder andar para lá e para cá ele e seu pulso será capaz de aguentar.

Eu me vi caminhando pela cozinha, checando o jantar e voltando ao sofá, tudo isso sem precisar largar a antologia de Lovecraft que eu estava lendo através do aplicativo do Kindle. Isso é algo que eu faço o tempo inteiro com o Nexus 7, mas na tela do novo iPad é uma nova extravagância e tão natural que você nem percebe que faz isso até depois do fazê-lo. E de repente você só vai perceber quando estiver andando com ele ao ar livre. Porque é possível ler na tela do iPad Air até mesmo debaixo de uma fraca luz do sol se o brilho dela estiver maximizado, mas não é aconselhável. Pode ser difícil se concentrar quando você olha na tela e também consegue ver o reflexo do seu cabelo.

Segurar pelas bordas agora mais estreitas é mais fácil do que parece; como acontecia com o iPad Mini antes, o iPad Air (com o iOS7) é muito bom em mostrar se seu polegar está tentando clicar em algo ou não. Pegando pela beirada, você pode acabar deslizando os polegares da borda para a tela, para segurar o iPad com mais firmeza, e acabará clicando na tela do Twitter ou num episódio de uma série, mas nada disso irá interromper o que está acontecendo na tela. Isso pode parecer um pouco estranho, é como se fosse um erro a seu favor.

O que não parece estranho – finalmente! – é digitar com os dois polegares no modo horizontal. Com o tamanho reduzido das laterais do Air, isso não é apenas possível, mas também confortável. Isso vale muito quando você está tentando mexer no Facebook.

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Tudo já seria suficientemente impressionante se o iPAd Air simplesmente se igualasse em desempenho com seus antecessores, mas não. Com o A7, o iPad Air é absurdamente rápido, mesmo com uma tela gigante cheia de pixels para levar nas costas. Os apps carregam num piscar de olhos. Passear entre as telas é um prazer. Fazer várias coisas ao mesmo tempo, trocando do Twitter para o Gmail e depois para o Netflix pode apresentar um pequeno delay sem os zooms nos ícones do iOS7 para disfarçar o carregamento, mas uma vez que seus apps estão carregados na memória, eles trocam muito rapidamente. E mesmo jogos pesados como Dead Trigger vão rodar com o tipo de perfomance que faz com que você esqueça que existe uma coisa chamada perfomance para se preocupar.

Levando todas essas coisas em consideração, você provavelmente nem precisa do poder de processamento que  o chip A7 oferece, mas o desempenho rápido do iPad Air é um pequena extravagância, mesmo que seja o tipo de coisa da qual você não sentiria falta se ela não estivesse ali.

E de alguma forma, em meio a toda essa coisa de ficar mais fino e mais rápido, o tempo de bateria do iPad conseguiu se manter forte. Há uma capacidade de mais de dez horas de reprodução de vídeo. Isso é impressionante por si só, mas em termos mas práticos, é fácil usar o iPad Air – com frequência, como um heavy user – por vários dias sem ter que colocá-lo para carregar. Eu usei o iPad Air para todo o meu uso de internet para distração e para assistir vídeos no Youtube por todo um fim de semana e acabei com 45% de bateria sobrando.

Além da leveza e de ser fino, o iPad Air oferece alto-falantes estéreo, pela primeira vez para um tablet grande. Infelizmente, eles ficam próximos demais um do outro, separados apenas pela entrada para o cabo do carregador.

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Eles oferecem um som um pouco melhor do que o dos iPads anteriores, mas não muito. Eles não são molambentos, mas não têm comparação com o som do Kindle Fire HDX, por exemplo. Também é um pouco desagradável o fato de que eles ficam do mesmo lado quando você está assistindo algo no modo paisagem e mais incômodo ainda o fato de que é praticamente impossível não cobri-los com as mãos.

Com todas as mudanças no iPad Air, há algumas pendências. A tela é muito boa, mas você já sabia disso. Ela tem o mesmo display 2048×1526 com 264 PPI que tem estado em todos os iPads nos últimos dois anos. Não dá pra dizer que a tela já ficou velha – ela ainda é bonita e mais do que suficiente para o aparelho –, mas já não é a líder que costumava ser antes. Há outras opções, como o Kindle Fire HDX 8.9 que está para chegar e elas estão começando a bater a tela do iPad, mas ele ainda tem a vantagem de ser um aparelho esteticamente melhor com um ecossistema que é imbatível.

Por falar em ecossistema, o iOS7 é… bem, é o iOS7. Mesmo que ele tenha uma tendência de ser meio lento em aparelhos mais antigos, isso não acontece aqui. Assim que você se acostuma com os novos ícones e com as animações de carregamento do app com o painel de controle e todos os novos truques que o iOS7 traz, você vai perceber que usar o iPad Air é 100% igual a usar qualquer outro iPad que veio antes. Sim, você tem novas flexibilidades para segurar a coisa, mas todas as melhorias no tamanho, espessura e velocidade não trazem mudanças realmente relevantes no uso do iPad ou de qualquer outro tablet de 10 polegadas. Assistir a filmes, ler livros e navegar na internet numa tela grande ainda é a mesma coisa. Pode não impressionar mais, mas continua confortável.

Gostei

O iPAd finalmente é bonito como nunca foi antes. A tela dele ainda é agradável de se olhar. O iPad Air é mais leve, mais rápido e menor – muito mais leve, rápido e menor que qualquer iPad que veio antes, mas miraculosamente isso não comprometeu o aparelho. Ele só é melhor, de qualquer maneira que importa e de muitas que realmente não importam.

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O iPad Air é de longe o melhor iPad para se segurar e o melhor para usar também.

Não gostei

A fineza absurda do iPad Air não vem sem seus inconvenientes. Ele não é exatamente frágil ou delicado, mas desperta a sensação de que você tem que ser mais cuidadoso com ele do que era com os anteriores. Eu nunca me senti desconfortável jogando um iPad na mochila, mas fiquei preocupado com o que poderia esbarrar nele. Eu me preocupo até com tropeçar.

Claro que parte disso é coisa da minha cabeça, mas esses medos não são completamente sem fundamento. O Air dá pequenos sinais de sua fragilidade em comparação com os outros. Ao contrário dos antecessores mais pesados, o iPad Air vai vibrar descontroladamente com o poder de seus próprios autofalantes. E tocar na tela do iPad é diferente de tocar na tela de qualquer outro tablet. Também há uma espécie de vazio nele. Do ponto de vista da engenharia, é incrível que essa coisa tenha conseguido segurar todo o hardware. Mas de uma perspectiva prática, há um mal-estar com o qual você tem que se acostumar. Quando você digita, você sente nos dedos a vibração dos outros dedos tocando a tela. É uma sensação única e enervante.

Eu deveria comprá-lo?

Se você quer um tablet de 10 polegadas e você gosta do iOS, então sim. Esse é o melhor tablet de 10 polegadas que a Apple já faz e o melhor tablet de 10 polegadas que há no mercado no momento. Com um preço inicial de R$ 1.749 você está pagando por algo premium, mas vale cada centavo.

A única questão é a mais importante: se você realmente quer um tablet de 10 polegadas. O iPad Mini com “tela retina” (ou seja, uma tela ajustada para que seu olho não perceba pixelização até certa distância) é mais barato e tem especificações parecidas. Sim, é uma tela menor, mas é preferível por vários motivos. Isso para não falar no mundo de tablets Android fantásticos como o Nexus 7 e o Kindle Fire HDX se Android (ou uma imitação de Android) não for um problema para você.

Da mesma forma, se você já tem um iPad 3 ou um iPad 4, você não precisa ter pressa para adquirir o mais novo. O corpo fino do iPad Air é muito bonito e o que ele faz é maravilhoso, mas não é melhoria o suficiente para que a troca valha a pena para a maioria das pessoas.

O iPad Air é uma maravilha da tecnologia. É mais fino, mais leve e melhor do que qualquer tablet do seu tamanho. Mas mais importante, ele mostra que o iPad é capaz de melhorar por dentro e por fora. Só que ele chegou numa época em que existem muitas outras opções, tanto da Apple quanto de outras marcas – muitas delas mais baratas e menores.

Especificações
– Sistema operacional: iOS 7
– CPU: A7 processor
– Tela: 9.7 polegadas, 2048 x 1526, 264 PPI
– Memória RAM: 1GB
– Capacidade de armazenamento: 16 GB
– Câmera: 1.2 MP 720p HD frontal, 5.0 MP traseiro
– Bateria: 8,827 mAh
– Preço: R$1749

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