[Review] Nexus 4, da LG, o camisa 10 dos smartphones

O novo herdeiro da família Nexus. Agora com um Android mais humano do que nunca, e um preço quase surreal (pelo menos nos EUA). Como praticamente todo smartphone lançado nos últimos dois anos, ele “vazou” antes de ser anunciado oficialmente. Apareceram umas fotos meio… esquisitas. Isso aí atrás são lantejoulas? Sério? Quer dizer que ele […]
Nexus 4: sóbrio.

O novo herdeiro da família Nexus. Agora com um Android mais humano do que nunca, e um preço quase surreal (pelo menos nos EUA). Como praticamente todo smartphone lançado nos últimos dois anos, ele “vazou” antes de ser anunciado oficialmente. Apareceram umas fotos meio… esquisitas. Isso aí atrás são lantejoulas? Sério? Quer dizer que ele brilha!? Sim, o Nexus 4, fabricado pela LG, brilha. Mas não é literalmente.

A linha Nexus você já deve conhecer, mas cabe recapitular rapidamente. Todo ano o Google convoca alguma fabricante de smartphones com expertise em Android para construir um aparelho que sirva de parâmetro para o resto da indústria. Ele talvez não seja o mais rápido, nem o mais bonito, mas é o melhor palco para o Android, sem modificação alguma, dar espetáculo. São smartphones sóbrios, sem firulas, bastante capazes e com um poder quase sobrenatural de agradar seus donos.

Primeiro foi o Nexus One, da HTC. Depois, vieram os Nexus S e Galaxy Nexus, ambos fabricados pela Samsung. Em 2012, a escolhida foi a LG. É, eu sei. Sem muita tradição em smartphones, nunca teve um high-end que vendesse como pãozinho quente ou que tenha tomado de assalto a mídia especializada (embora o Optimus G tenha agradado lá fora). Deixe isso para trás. Dessa vez eles acertaram. O Nexus 4 é, sim, tudo o que dizem.

Quebrando mitos

Review do Nexus 4.

Antes de qualquer coisa, vamos deixar isso bem claro aqui: ele não tem lantejoulas coisa nenhuma na parte de trás. E nem brilha de verdade. O que a LG fez ali é de extremo bom gosto e, muito provavelmente, um trabalho que foto alguma é capaz de demonstrar.

A parte de trás do Nexus 4 é em vidro, como a sua frente – vidro dos dois lados, portanto, como o iPhones 4/4S. Revestido com Gorilla Glass 2 (a exemplo do da tela), ele cobre toda a extensão do aparelho com duas ressalvas: um espaço vertical para a saída de áudio e outro para o flash de LED. A câmera de 8 MP fica sob o vidro. O efeito da textura é sutil e muito elegante; dependendo da iluminação, os pontinhos aparecem numa dança desordenada que agrada aos olhos. Sem a iluminação correta, sem o ângulo exato para que esse detalhe surja, o Nexus 4 permanece como um monólito negro.

Esse material é bonito e tudo mais, mas tem um contra perigoso: o deslizamento. O Nexus 4 é um tanto serelepe e, acredite, ele fará de tudo para escorregar de superfícies aparentemente planas, do tipo que você só nota que não está completamente nivelada com o auxílio de um nível. O vidro atrás é liso feito sabão e ele parece criar perninhas que buscam, incessantemente, beiradas de mesas e outros locais altos para praticar saltos mortais. Um dia, lendo na cama com o celular no criado-mudo, ouvi um barulho seco e, quando me dei conta, o Nexus 4 estava estatelado no chão. Por sorte ele não ficou com sequelas da sua primeira — e até agora — única queda.

Em contato com a mão a história é diferente. Ele não escorrega fácil. As bordas, feitas com um tipo de material emborrachado, contribuem para com a firmeza no uso. E o uso, acredite, é mais confortável do que se imagina.

Digo isso porque também faço parte do time que defende smartphones com telas menores. Venho de um Galaxy S II Lite com 4”, achava o Galaxy S II, com 4,27”, o limite do usável. Por essas e outras fiquei surpreso com a rápida adaptação que tive com as 4,7” do Nexus 4. Passado o espanto inicial, descobri dois detalhes que propiciaram esse conforto imediato.

Primeiro, a ausência de botões físicos frontais, característica herdada do Galaxy Nexus, contribui um monte para diminuir o tamanho do aparelho. Segundo, as bordas são notavelmente mais finas do que a média (só perdem hoje para as do Razr i). O resultado é que o abismo em tela que distancia o Galaxy S II Lite do Nexus 4 (0,7”) é mínimo em dimensões absolutas (123,2 x 63 x 9,7mm contra 133,9 x 68,7 x 9,1mm, respectivamente), a ponto de permitir que ações de consulta, leitura e outras mais displicentes possam ser realizadas com apenas uma mão.

Segurando o Nexus 4 com uma mão só.

Se nem o tamanho atrapalha, nada mais compromete a experiência de usar o Nexus 4. É um smartphone extremamente agradável de mexer por uma série de motivos, da sua tela estonteante à velocidade assombrosa, tendo como cereja do pudim o Android em sua melhor forma. Mas vamos por partes.

Hardware de primeira

Um processador quad-core de 1,5 GHz, 2 GB de RAM e o Android 4.2 com o Project Butter mostrando a que veio fazem muita, muita diferença. Não há travadinhas, não há engasgos, não se nota lentidão em ação alguma. Tudo é muito responsivo, os toques são registrados com uma precisão absurda. O dedo desliza sem empecilhos pela tela. Mais do que nunca, há a tão buscada fluidez do sistema. Não apenas rápido, natural também. Natural como manteiga derretendo na frigideira.

Telão.

Não é só no toque que a tela do Nexus 4 se sobressai. A LG usa uma sopa de letrinhas para dizer (ou tentar dizer) ao usuário toda a tecnologia embarcada no seu display: True HD IPS Plus. O significado de um ou outro termo talvez me escape, ou nos confunda, mas a soma deles todos se traduz em fidelidade de cores, ângulos ótimos e uma definição bem, bem boa (318 PPI). Como comentei no hands-on, a saturação é menos acentuada aqui do que nas telas AMOLED tradicionalmente usadas pela Samsung, mas é o tipo de diferença que o dia a dia prova não ser algo terrivelmente ruim, mas apenas… diferente. Da mesma forma que LED e Plasma têm suas virtudes e problemas, amantes e detratores, acredito que dê para colocar as telas da LG e da Samsung nessa dualidade.

O Nexus 4 vem bem servido de sensores e todos aqueles recursos que são indispensáveis em smartphones topo de linha. A frente é simples e direta: no topo, speaker do telefone, sensores de proximidade e luminosidade e a câmera frontal (1,3 MP); abaixo, o LED de notificação, bem centralizado. Microfone, plugue do cabo microUSB e dois curiosos parafusos à mostra que remetem muito ao Zune HD ficam na borda inferior. Na superior, a saída de áudio (3,5 mm) e um microfone auxiliar para o cancelamento de ruídos. As laterais comportam o botão de bloqueio/liga/desliga (direita) e os de volume, mais a bandeja do microSIM (esquerda).

Parafusos.

No que diz respeito à câmera, ela está um nível acima da média do mercado, quase chegando junto às melhores câmeras atuais (Galaxy S III, iPhone 5 e Lumia 920), e no geral não deixa o usuário na mão — mas não espere nada extremamente incrível ou de derrubar queixos. A câmera do Nexus 4 usa um sensor de 8 MP, faz fotos panorâmicas e aquelas (por ora) aberrações no Photo Sphere, e conta com HDR nativo. Com muita luz, os resultados são deslumbrantes. Sem a ajuda do Sol, contente-se com fotos decentes, mas longe de serem espetaculares. Os dados EXIF não indicam a abertura máxima da lente, e essa informação é difícil de encontrar por aí, mas ela abre o suficiente para brincar com profundidade de campo e, com a ajuda do foco ligeiro com um toque na tela, permite resultados bem trabalhados para uma câmera de celular.

A galeria abaixo traz um bom leque de situações e condições sob as quais a câmera foi submetida. Todas elas estão “ao natural”, sem qualquer tipo de pós-produção.

Android, mas pode chamar de puro amor

Se o iOS é o calcanhar de Aquiles do iPhone 5, o Android é o que faz o Nexus 4 brilhar com força. Se alguém me dissesse há um ano e meio que o Android estaria tão bom no final de 2012, eu riria da cara dele. Ainda bem que ninguém me disse isso e hoje eu não precise morder a minha língua ao dizer que, sim, o Android 4.2 é, para mim, o melhor sistema móvel do momento.

Há muito para amar no Jelly Bean, dos gráficos e da consistência visual, passando pelos felizes acertos que a equipe do Google comandada por Matias Duarte conseguiu na interface. Não é um trabalho irretocável; ainda existem arestas a serem aparadas, como o menu do Wi-Fi que é, ao mesmo tempo, uma chave liga/desliga e que, num primeiro momento, parece ser apenas uma chave liga/desliga. Ou a metáfora de círculo, usada para atender ligações, desativar o alarme e outras ações do tipo, que não se pega de primeira – recusei umas duas chamadas antes de me tocar que, para atender, eu tenho que arrastar o dedo para a direita, e só para a direita. Mas são detalhes que se diluem em um mar de alegrias.

Muitas vitórias neste Android 4.2.

O sistema está fluído como nunca, lindo como jamais o Android 2.X parecia poder ser. O Android deixou de ser um sistema sem alma e sem cara para abraçar uma identidade visual marcante. O tema Holo brinca com formas geométricas, consegue a proeza de misturar círculos com ângulos retos com coerência e exala animações suaves e bonitas por todos os cantos. Os aplicativos nativos do Google seguem essa receita e estão cada vez mais sensacionais. Isso fica visível nas novas interações que surgiram Android 4.2, como o completo app de relógio (e cronômetro e temporizador e alarme e fuso horários) ou a interface da câmera, limpa, completa e divertida de manipular.

E aquela área de notificações? Não sou muito fã de notificações, mas a facilidade e a flexibilidade com que ela se apresenta no Jelly Bean tornam impossível desativar qualquer uma. Dá para curtir, comentar, compartilhar, dispensar uma ou outra notificação, tudo dali, sem precisar entrar nos respectivos apps.

Acho, aliás, que flexibilidade define bem o nível que o Android está ou, mais que isso, o caminho que ele se propôs a seguir. Os apps não são compartimentos herméticos dentro de um sistema rígido, que lhe obriga a usá-los de uma única forma. Os apps conversam. Entre si e com o sistema. Acredite: isso faz toda a diferença. Jogo textos que meus amigos linkam no Twitter para o Pocket sem sair do primeiro. Compartilho screenshots por email com o pessoal do Giz direto da área de notificações. Abro links do Instagram e do YouTube com que me deparo em outros apps e no Chrome direto em seus respectivos apps. Ativo a câmera direto da tela de bloqueio simplesmente arrastando o dedo para a direita. Isso poupa tempo, isso poupa toques na tela e conserva alguns fios de cabelo extras. Tudo flui com muita harmonia.

Flexibilidade define o Android.

Talvez o iOS 7 seja revolucionário, ou o Windows Phone 8 ganhe apoio maciço dos desenvolvedores e desponte como uma alternativa matadora. O BlackBerry 10 pode surpreender, não sei. Mas hoje, em fevereiro de 2013, se você quiser o mais versátil em mobilidade, você quer um Android 4.2. Para atingir a glória máxima, no entanto, o Google ainda precisa de melhores regras para apps e fomentar mais o mundo dos desenvolvedores — invariavelmente, os apps mais interessantes e marcantes saem primeiro para iOS. Essa janela tem diminuído cada vez mais, porém o Android precisa de alguns lançamentos desses que fazem todo mundo ficar curioso para mostrar, de vez, que o Android não é só market share — e sim que é um sistema amado.

Mas tinha que ter alguma coisa negativa

O Nexus 4 é fácil o melhor smartphone que já usei, mas ele não é perfeito. Existem algumas pequenas baixas que aparecem com o tempo. A pior delas, sem dúvida, é a bateria.

Bateria, essa malvada que acaba com a diversão de tanta gente no mundo inteiro antes de chegarmos às 18h. Temos aqui uma de 2100 mAh, valor ligeiramente maior do que a média, mas insuficiente para segurar a onda. E aí cabem algumas elucubrações sobre quem é o culpado de drená-la com tanta rapidez, porque se você depende do smartphone para passar o dia, é bom ter um carregador a tiracolo (ah sim: a bateria é selada).

Com 3G ativo, acessando redes sociais, uma ou outra ligação, tirando umas fotos, enfim, o uso corriqueiro que se faz de um smartphone, ela fatalmente o deixará na mão antes de acabar o expediente. Talvez com um racionamento pesado de conexões e uso de apps (jogos, nem pensar), você consiga passar o dia longe da tomada, mas é quase um pecado limitar o uso de tantos recursos bacanas. Vive-se, a bordo do Nexus 4, um constante dilema: economizar e ter sempre à mão, ou esbanjar e correr o risco de ficar sem celular? A saída é avaliar a disponibilidade de tomadas e o tempo que se tem para ficar preso a uma delas no decorrer do dia. O tipo de preocupação que é chata, eu sei.

Lente no logo.

O aparelho também é esquentadinho. Não é preciso exigir muito dele para que a temperatura suba, basta aquela passada básica por redes sociais e email. O calor concentra-se atrás, na parte superior, e é perceptível na mão. Não chega a queimar, ou num ponto onde segurá-lo passa a ser incômodo, mas é facilmente notável. E, reforçando: em aplicações simples, sem uso intensivo de gráficos ou processamento pesado. Não parece ser um problema isolado, já que encontrei relatos similares por aí. E não sei de quem é a culpa, mas é algo real e a ser considerado – embora não ache que a temperatura chegue ao ponto de fazer alguém interessado desistir de um Nexus 4.

Outros detalhes negativos ficam no software da câmera, que vez ou outra trava o foco e perde a capacidade de tirar fotos (problema claramente de software), e na posição do alto-falante traseiro, que embora produza um som alto, se em contato com qualquer superfície abafa bastante o áudio. O sinal da operadora também tem caído consideravelmente, mas como mudei de cidade e aqui as reclamações com a minha operadora são gritantes, acho seguro afirmar que, pelo menos nesse ponto, o Nexus 4 é inocente.

O Barcelona dos smartphones (mas por 45 minutos)

Nunca estivemos tão bem servidos de smartphones topo de linha, muito próximos em qualidade, desempenho e outros fatores que importam. iPhone 5, Lumia 920, BlackBerry Z10 (por que não?), Galaxy S III… O Nexus 4, claro, entra nessa seleta lista, e se destaca da concorrência em alguns pontos importantes.

Nexus 4: lindão.

Não é o smartphone mais leve, nem o mais bonito, ou o mais rápido ou, ainda, o com a melhor câmera. Dessa leva, é o único sem qualquer tipo de 4G – um pecado em locais onde esse padrão está estabelecido, ausência sem muito impacto em outros como o Brasil. Mas é no conjunto e na coesão que residem as forças do Nexus 4. Ele é direto, sério, imponente. Ele não irá lhe passar a sensação de que há algo de atrasado no sistema, como o iPhone; não lhe enche de facilitadores e aplicações duvidosas que desfiguram o trabalho minucioso feito no Android, como o Galaxy S III; não restringe as possibilidades com um acervo de apps fracos, como todo aparelho com Windows Phone ou BlackBerry 10. É o conjunto da obra que faz com que ele se destaque. Tudo funciona bem, sincronizado. Usar o Nexus 4 como ver o Barcelona jogando em um dia onde Messi, Xavi e Iniesta estão todos inspirados. Com fôlego para um tempo só (leia-se bateria mais ou menos), mas ainda assim, um deleite enquanto a bola rola.

Vale a pena comprá-lo?

Sim, sem titubear. Mas antes, horas de fazer algumas contas.

A matemática dos preços

Ainda não sabemos quando, nem por quanto o Nexus 4 chegará ao Brasil. Ele já foi homologado e praticamente confirmado no país, mas a LG do Brasil faz jogo duro desde o anúncio do aparelho lá fora. A empresa coreana fará no Brasil um evento dia 6 de março, falando sobre todos os seus lançamentos do ano no país, então provavelmente não passaremos dessa data. Mas e o preço?

Nos EUA o Nexus 4 custa ridículos US$ 299, ou US$ 349 na versão com o dobro de espaço interno, 16 GB — a usada neste review, a propósito. Existem preocupações sobre o impacto a longo prazo que um valor tão baixo por um aparelho de ponta pode causar na indústria, mas pensando no agora, pensando como consumidor (que está ou vai para os EUA), não existe negócio melhor. O iPhone começa em US$ 649, um Galaxy S III desbloqueado não sai por menos de US$ 580. Pelo preço de um mid-range, você leva o Nexus 4, um dos melhores smartphones do mercado.

O único problema será encontrá-lo à venda no Google. O prazo de entrega está bem dilatado e quando os estoques são repostos para pronta entrega, esgotam em questão de minutos. A saída? Apelar para eBay ou Craiglist (onde a unidade do review foi comprada). São ambientes relativamente seguros, mas paga-se um ágio por isso — entre US$ 50 e US$ 150 a mais que o preço oficial.

Como será aqui? Tudo depende do subsídio do Google. Se ele for mantido, e há rumores de que isso, diferentemente do que está rolando com o Nexus 7, possa acontecer, o Nexus 4 não deve passar dos R$ 1.000. Se dermos essa sorte, não pense meia vez: será o melhor negócio da história da telefonia móvel brasileira. Com esse valor, hoje, dá para comprar alguns mid-range decentes, como o Galaxy S II e o Razr i em promoção, mas eles não fazem frente ao Nexus 4 em nenhum ponto. Caso a ajudinha do Google não seja importada junto com o aparelho, aí a coisa pode se complicar. Até uns R$ 1.500, ainda é um preço… justo — é bom ter sempre em mente que o Nexus 4 está pau a pau com o que há de melhor por aí. Acima disso o valor se iguala ao de outros high-ends, como iPhone 5, Lumia 920 e Galaxy S III, aparelhos tão bons quanto e com características marcantes que os diferem dos demais e entre si, seja uma câmera melhor, um desenho mais aprimorado, um sistema operacional diferente.

Só o tempo (e a LG) dirá se o Nexus 4 será a barganha do século em smartphones. Enquanto esse detalhe permanece uma incógnita, a sua qualidade não. Ela é incontestável, e significa que a preço de banana ou parelho com outros high-ends, o feliz proprietário de um Nexus 4 não terá do que se queixar por um bom tempo.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas