[Review] Huawei Nexus 6P: o melhor smartphone Android, feito pelo Google

Feito em parceria entre Google e Huawei, o Nexus 6P é um aparelho espetacular. A linha Nexus nunca foi tão boa como é com ele.

Os smartphones Nexus projetados pelo Google superam os dispositivos de outras empresas há alguns anos, muito por causa do uso do Android puro. Com o 6P, o Nexus finalmente ganhou um hardware espetacular para combinar com o brilho do seu software. Este é o smartphone Android definitivo do momento.

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O que é?

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Um smartphone Android de 5,7 polegadas projetado pelo Google em parceria com a Huawei. Ele tem um corpo metálico unibody com um processador Snapdragon 810 octa-core, câmera de 12,3 megapixels e tela QHD OLED (2560×1440). Diferentemente do Nexus 5X, ele foi feito para competir com os principais smartphones do mercado.

Por que é importante?

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O Android é imensamente popular no mundo inteiro, mas em relação a pessoas comprando dispositivos “premium”, ele ainda não vai tão bem. Ao menos em partes, o programa Nexus do Google é uma tentativa de guiar o design do hardware até o ponto em que o smartphone seja esteticamente e funcionalmente perfeito.

Ao longo dos últimos anos, o Android se aproximou disso. Ótimos smartphones foram lançados por diversas fabricantes, mas, com poucas exceções, os Nexus permaneceram sendo os melhores.

O Google cria o sistema operacional, então isso faz sentido. Com o 6P, a empresa finalmente acertou em tudo.

Design

Maior não é necessariamente melhor. O Nexus 6 de 2014 (que não chegou a ser lançado no Brasil) era um smartphone espetacular, mas, para muita gente, ele era grande demais.

O Nexus 6P tem uma tela menor (5,7 polegadas, enquanto o 6 tinha 5,96 polegadas), é mais estreito (78 vs 83 mm), fino (8,3 vs 10,1 mm) e leve (178 vs 184 g) que o Nexus 6. As diferenças mais importantes estão no fato de ele ser mais fino e estreito, o que torna o uso do aparelho com apenas uma mão em um trem em movimento mais possível do que no modelo de 2014.

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A resolução da tela do aparelho permanece exatamente a mesma, o que significa, obviamente, que você tem um layout mais denso. É tão belo quanto qualquer outro display OLED QHD que temos por aí. Estamos chegando a um ponto de perfeição nas telas, ao menos em relação ao que você consegue perceber a olho nu.

Diferentemente do Nexus 6, que contava com uma traseira de plástico e uma armação de alumínio, o 6P feito pela Huawei é totalmente de alumínio. O design geral é elegante, com linhas limpas que ajudam a fazer o dispositivo parecer menor do que realmente é.

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O smartphone conta, no entanto, com dois recursos de design incomuns. Em primeiro lugar, como no Nexus 5X, o 6P tem um sensor de digitais que fica em um pequeno descanso na traseira do aparelho.

O outro recurso estranho é a protuberância retangular da câmera traseira, que o Google diz que é espetacular com seus 12,3 megapixels.

O Nexus 6 também usa a porta USB Type-C, que traz vantagens como carregamento super-rápido e transferência veloz de dados. Ele tem a desvantagem inicial de não ser tão popular quanto o microUSB de outros Androids, então talvez você tenha dificuldade em encontrar formas de carregar o aparelho caso não esteja com um cabo na bolsa, mas a tendência é que ele seja cada vez mais usado.

Usando

O Nexus 6P é uma carruagem poderosa para o Android. Não há lag em parte alguma. Toque em um ícone e o app abrirá imediatamente, deslize na tela inicial e a página seguinte aparece instantaneamente. Passei algumas horas fazendo meu trabalho apenas pelo celular: conversando, usando o Slack, enviando emails, e até editando posts – o que costumo fazer no trabalho – e fiquei bastante impressionado como as coisas sempre funcionaram muito bem. A multitarefa era fluida.

É o tipo de implementação ultrarrápida de um sistema operacional que costumamos sentir falta em outros dispositivos Android. O OnePlus 2, por exemplo, começou a me irritar depois de um tempo – e em relação à skin TouchWiz da Samsung, bem, essa permanece sendo uma versão inferior do Android.

Não sou muito de jogar em smartphones, mas abri Dead Trigger 2 só para ver se o aparelho aguentava algo mais desenvolvido, algo com gráficos intensos. Ele carregou rápido, e eu matei zumbis sem problema algum.

Apesar da tela ligeiramente menor, o smartphone mantém toda a utilidade de um display grande. Para mim, a maior revelação do Nexus 6 era a possibilidade de ler livros no app do Kindle confortavelmente. Li bastante coisa naquele aparelho. Não cheguei a ler um livro inteiro no 6P, mas devorei um artigo de 7.000 palavras sem que nada incomodasse meus olhos ou minha paciência.

Por fim, um pouco sobre a autonomia. O Google colocou uma bateria bem grande nele, e ela aguenta o tempo de uso que esperamos de um aparelho com tela QHD. Aguenta numa boa o dia inteiro, e, se eu não abusar do smartphone, posso até passar 24 horas sem ficar sem bateria.

Android 6.0

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O Nexus 6P traz também o Android 6.0 Marshmallow, que já apareceu em alguns outros dispositivos desde o seu lançamento. O sistema ainda não está muito difundido entre os aparelhos vendidos no Brasil, então vale a pena falar um pouco sobre o que ele tem de novo. No geral, não foi uma reformulação muito grande em relação ao Lollipop, e as alterações mais notáveis são as permissões customizáveis de apps e o Google Now On Tap.

As alterações customizáveis de permissões já deveriam ter sido incluídas antes, e já aparece no iOS há algum tempo. Em vez de ver uma lista de permissões que um app exige, você pode escolher quais delas quer autorizar, e isso acontece só quando o app realmente precisa de alguma dessas coisas. O Evernote, por exemplo, sempre quer acesso ao meu calendário para associar minhas anotações ao que está acontecendo em um dia. No Marshmallow, eu só precisei negar ao Evernote acesso ao meu calendário e pronto, ele nunca me perguntou isso de novo.

O Google Now On Tap supostamente leva busca contextual a todos os apps, o que parece uma excelente ideia. Quando você pressiona e segura o botão home, o Google usa o que quer que está na tela para realizar uma busca, e então sugere alguns links possíveis. É bem rápido, mas está longe da perfeição. Os resultados são meio inconstantes – às vezes ele sequer acha alguma coisa. A tendência, no entanto, é que o recurso melhore com o passar do tempo.

Sensor de digitais

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Ele funciona! Na maior parte do tempo. Antes de usar o 6P, eu estava com um iPhone 6s Plus, cujo Touch ID desbloqueia o dispositivo de forma incrivelmente rápida e consistente. Em comparação, o sensor do 6P parece meio fraco: se você tirar o dedo dele rápido demais, ele não registrará sua digital. Ele demora mais tempo do que eu gostaria para funcionar. Mas, para ser justo, ele funciona consistentemente e apresenta pouco lag.

Gosto muito de saber que é só posicionar meu dedo no sensor para ele ativar o smartphone e desbloqueá-lo em um único passo. Dito isso, o recurso tem algumas consequências adversas que podem incomodar um pouco.

Quando você está tentando apenas segurar seu aparelho sem necessariamente tentar desbloqueá-lo, o sensor vai detectar a lateral da sua mão ou alguma parte aleatória do seu dedo, achando que você quer desbloquear o aparelho. Assim, ele vai vibrar com bastante intensidade para avisar que a impressão digital não bate com as armazenadas. Em algumas vezes, eu ativei o sensor quando estava apenas tentando alcançar minhas chaves dentro do meu bolso, o que rendeu umas vibradas na minha perna. É um problema pequeno, mas que vale ser apontado.

Por fim, meio que gostei da ideia de colocar o sensor na traseira do aparelho. É uma ideia curiosa que tem vantagens e desvantagens. Ele foi bem projetado e reflete a forma como seguramos smartphones – fica exatamente onde você vai colocar seu dedo indicador quando estiver com o aparelho em mãos. E também libera espaço na parte frontal do Nexus 6P. Dito isso, meio que senti falta da rapidez para desbloquear o smartphone quando ele estava na mesa sem precisar segurá-lo.

Câmera

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A linha Nexus nunca foi lá muito conhecida pela qualidade das suas câmeras, mas é fato que ela vem apresentando um certo progresso nos últimos anos. A melhor forma de descrever a do 6P é “aceitável”. Tirei fotos durante um concerto em um bar escuro e consegui as fotos que queria ter tirado, mesmo que não fosse a qualidade ideal. Acho que o smartphone definitivamente sofre com a falta de estabilização ótica de imagem, que estava presente no Nexus 6.

Em outras palavras, dá para o gasto, mas não se compara às câmeras do iPhone 6s, LG G4 ou Galaxy S6.

Gostei do Google ter incorporado um recurso de abertura rápida da câmera desta vez. Toque duas vezes o botão de ligar na lateral do smartphone, e a câmera abre. O novo app de fotos do Google é bastante eficiente. Ele quase não tem recursos! Então quem quiser um pouco mais de potência vai precisar partir para um app de terceiros.

Eis algumas fotos:

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Gostei

Ótimo design. Desempenho bastante rápido. Boa duração de bateria.

Não gostei

A câmera poderia ser melhor. O sensor de digitais também.

Devo comprar?

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O Nexus 6P já foi homologado pela Anatel e esperamos que seja lançado em breve no Brasil. Ele é um smartphone extraordinário e uma das melhores opções de Android da atualidade, mas resta saber quanto vai custar para definir se é ou não uma boa compra.

Percebi algumas falhas no desempenho da câmera e do sensor de digitais, e acho que isso pode ser classificado como problemas pequenos. A câmera e o sensor de digitais funcionam. Só não são tão incríveis como o design e desempenho do Nexus 6P, e outros smartphones fazem essas coisas melhor do que ele. Mas um único aparelho não pode ser perfeito em todos os aspectos.

Demorou um pouco, mas o Google finalmente chegou onde queria. Eis o smartphone que o Google sempre quis fazer – o espírito do Android em forma física.

Especificações – Nexus 6P:

Processador: Snapdragon 810 e chip gráfico Adreno 430
Tela: 5,7 polegadas, AMOLED, 2560×1440 pixels (518 PPI)
RAM: 3 GB
Armazenamento: 32 GB, 64 GB, 128 GB sem suporte a microSD
Câmera: traseira de 12,3 megapixels, frontal de 8 megapixels
Bateria: 3.450 mAh
Dimensões: 159,3 x 77,8 x 7,3 mm e 136 g
Sistema: Android 6.0 Marshmallow
Notas: leitor de digitais, USB Type-C, sem carregamento wireless

Fotos por Michael Hession

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