[Review] Razer Blade 2013: é assim que se faz um laptop com Windows

A primeira impressão de qualquer pessoa que pega um Razer Blade de 14 polegadas – ou até mesmo seu irmão mais velho de 17 polegadas – é a seguinte: Ahá! Eles fizeram um MacBook. A verdade é que ele é até melhor do que isso. Eis um dos melhores laptops com Windows disponíveis atualmente. O […]

A primeira impressão de qualquer pessoa que pega um Razer Blade de 14 polegadas – ou até mesmo seu irmão mais velho de 17 polegadas – é a seguinte: Ahá! Eles fizeram um MacBook. A verdade é que ele é até melhor do que isso. Eis um dos melhores laptops com Windows disponíveis atualmente.

O que é

Um laptop de 14 polegadas voltado para jogos, que é leve o suficiente para ser o seu computador diário

Por que ele é importante?

Já faz um tempo que laptops estão ficando cada vez menores, mais finos e, no geral, melhores. Mas apenas alguns extremamente finos merecem algum destaque em design. Quem queria um laptop mais potente ficou preso a uma caixa desajeitada para conseguir rodar jogos e executar bem o Windows.

Os Blades de 17 polegadas do ano passado eram impressionantes ao levar jogos pesados a um laptop muito menor do que os disponíveis. Mas 17 polegadas ainda é grande demais para nossas bolsas, e para a maioria de nós, no geral. Catorze polegadas, no entanto, é quase o tamanho ideal para qualquer um que não precise de um laptop ultrafino.

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Mas o verdadeiro motivo desta máquina – e outras como ela – ser importante é o que ela significa para a próxima geração de laptops. Gráficos integrados estão melhorando rapidamente – Haswell é impressionante em várias formas – mas apenas no contexto da forma como jogamos e usamos computadores atualmente. Para o próximo nível, para coisas como o Oculus Rift, ou até coisas que nem sabemos que existem, precisamos de mais poder. Precisaremos gerar os mesmos gráficos duas vezes, uma para cada olho. O Oculus sofre lag até mesmo em hardwares sólidos, como o Blade de 17 polegadas do ano passado. Queremos laptops menores e mais bonitos. Mas também queremos poder. E, até agora, isso é o que melhor combina os dois.

Design

Tudo preto e belo. O Blade é de alumínio anodizado preto, e é lindo de se olhar, apesar de um imã de impressões digitais e outras manchas. É tão fino quanto um MacBook Pro Retina 13 e tem linhas duras similares, diferentemente do formato arredondado do irmão de 17 polegadas. Ele também abandonou as teclas Switchblade e usa um trackpad único no meio do seu corpo. Em vez de ser uma peça única de vidro, como muitos laptops premium, ele tem dois botões no fundo do trackpad. Também são encontrados dois speakers nos cantos do teclado. As teclas são retroiluminadas em verde e são sensacionais acesas ou apagadas. Na tampa, o logotipo da Razer também é iluminado em verde.

Usando

Quando você sentar para usar o Blade pela primeira vez, você não vai querer mudar nada nele. Ele parece impossivelmente fino para algo destinado a jogos pesados, e sólido como qualquer coisa da Apple. O mais impressionante, talvez, são as pequenas coisas que ele fez muito bem e laptops não costumam acertar tanto. A dobradiça da tampa é perfeita – não oscila demais, mas também não é dura demais de se mexer. O próprio corpo é limpo, não conta com excesso de ornamentação (além do logo enorme). Os speakers chamam a atenção, mas a Razer tem tomado cuidado com eles desde que alguns reviews criticaram os speakers de outros modelos. Mesmo o teclado e o trackpad são maravilhosos. O teclado tem espaço suficiente para digitação, com boa distância para teclar rapidamente, e também distância o suficiente para apertar WASD com precisão durante jogos.

O maior problema para o uso diário está nos botões abaixo do trackpad. Eles são pequenos demais e, considerando quão bem funciona o resto do trackpad, são desnecessários. Sim, eles foram incluídos para diminuir custos (em partes mecânicas) e espaço no copo. Mas não foi uma boa ideia: fazer um trackpad que funciona bem é uma das três coisas que realmente importam em um laptop (junto com tela e teclado). Claro, durante jogos, isso é minimizado. Para um laptop para jogos com tanto potencial para ser o melhor laptop com Windows disponível, é inaceitável.

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Jogar nele é o que você espera considerando o hardware. A Nvidia GeForce GTX 765M é uma placa decente, e você conseguirá rodar jogos atuais em configurações altas a framerates jogáveis. BioShock Infinite, por exemplo, fica a 60FPS no High. Skyrim chega a 40. Dishonored a 50, e áreas congestionadas de World of Warcraft ficam entre 25 e 35. É uma configuração muito boa, mesmo que não seja a mais poderosa.

A duração da bateria não é algo como o encontrado em outros aparelhos com Haswell. Não chega perto das mais de 12 horas do MacBook Air, nem mesmo das 8 ou 10 horas do Sony Vaio. Mas não é ruim. Nós conseguimos 2h45m de uso de bateria com tarefas misturadas (1 hora de Skyrim, 1 hora navegando na web, 45 minutos de BioShock Infinite, 60% de brilho, iluminação das teclas ligada), e mais de 2 horas de Team Fortress 2 na mesma configuração. O Blade original rodava TF2 por 49 minutos antes de acabar a bateria – temos um bom progresso aqui.

Em 2011, quando anunciou o primeiro Blade, a Razer nos disse que o motivo de ter feito um aparelho de 17 polegadas era que aquela era a menor tela possível que você poderia usar e ainda assim mergulhar na experiência oferecida pelo aparelho. Com telas menores não era a mesma coisa. O modelo de 14 polegadas confirma isso, em partes. Ele é bom para jogos, mas você vai querer ligá-lo a um monitor maior se estiver em uma mesa – para a imersão real nos jogos.

A tela em si é um dos pontos fracos. Ela parece ótima – em jogos mais do que navegando na web ou usando outros apps – mas a resolução de 1600×900 não parece de acordo com o restante da máquina. 1080p seria o ideal, especialmente com o Windows 8.1 vindo aí e lidando melhor com telas de alta densidade, mas cores mais ricas com mais contraste também seria um bom avanço. O acabamento fosco é bacana, mas o laptop acaba guardando cada impressão digital que entra em contato com ele. O Blade se adapta a telas 1080p muito bem, então não é como o Razer Edge que forçava 1366×758 por causa de potência.

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Gostei

É quase um corpo perfeito para um laptop voltado para jogos. O Blade é magnífico e bem construído. Ele roda jogos atuais em configurações altas a framerates aceitáveis. O trackpad é mais responsivo do que na maioria dos laptops com Windows, e o teclado é quase perfeito. Ele esquenta bastante durante os jogos, mas os ventiladores fazem um bom trabalho evitando que isso afete o desempenho, ao mesmo tempo que não soam como um túnel de vento.

Não gostei

O quase excelente trackpad é quase arruinado pelos botões. A bateria melhorou bastante e é muito boa para jogos, mas você não vai chegar nem perto das seis horas que a Razer alega. A tela poderia ser melhor, em performance de cores e ângulos de visão (o problema para uma tela fosca), e a 1600×900, parece que é o que vai envelhecer pior nele.

Observações

  • Como esperado, ele esquenta. Mas com razão. O Blade faz um bom trabalho ao controlar sua temperatura (sem barulho insuportável de ventilação) quando você não está jogando; fazendo suas atividades diários, era bem raro perceber ele acima da temperatura da sala. Assim que os jogos começavam, no entanto, o calor aparece. Ele fica quente o suficiente para fisicamente queimá-lo caso você tome decisões estúpidas como colocar ele no seu peito, e as duas ventoinhas inferiores ficam quase exatamente no lugar onde você colocará o laptop quando apoiá-lo sobre suas coxas/joelho.

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  • A Razer fez um bom trabalho ao lançá-lo sem bloatware. Você tem algumas coisas da própria empresa, mas elas são importantes para manter seus drivers atualizados. Tirando isso, só alguns atalhos da Intel e Nvidia.
  • Você vai sentir falta da tela não ser sensível ao toque se usar um dispositivo com Windows 8 e touchscreen. É outra ação para economizar custos e espaço, mas vai fazer muita falta nos próximos anos.
  • Como era imaginável, os drivers não são perfeitos para o Windows 8.1 ainda. Nos últimos dias de teste, coloquei o 8.1 no Blade e a tela melhorou bastante com o novo Snap.
  • Não consigo explicar quantas marcas de dedo essa coisa acumula. Limpar com uma microfibra é o suficiente para se livrar delas, mas pode incomodar um pouco.
  • Os speakers são altos e claros, mas com defeitos. O baixo quase não existe. Mas você consegue perceber vozes e barulhos em jogos, e é mais ou menos aceitável para filmes e programas de TV.
  • Ao iniciar, o Blade pode fazer o barulho de uma cigarra que foi atropelada por uma bicicleta, o que pode ter relação com os ventiladores, mas não tenho certeza.

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Devo comprar?

Ele ainda não está disponível no Brasil – na verdade, por enquanto só está à venda nos Estados Unidos. Mas, se tiver a oportunidade, sim. A orientação padrão para o hardware da Razer é “Hahaha, NÃO, a não ser que você nade em dinheiro.” Aqui, no entanto, o preço é alto, mas não insanamente alto. O Toshiba Kirabook começa a US$ 1.700; o Blade a US$ 1.800, e nem tem como comparar um ao outro. Um MacBook Pro sem tela Retina com placa gráfica inferior e menos RAM custa os mesmos US$ 1.800.

O Blade não é perfeito – é difícil esquecer quão ruins são os botões do trackpad, e aquela tela vai se destacar negativamente em um ou dois anos – mas é um ótimo computador. Se você estiver atrás de um bom aparelho para jogos e que também pode ser usado para todas as outras coisas, é uma excelente opção.

Especificações técnicas do Razer Blade testado

Processador: Intel Core i7 2.2GHz Haswell

Gráficos: Nvidia GeForce GTX 765M (2GB GDDR5 VRAM; Optimus); Intel HD 4600

Memória: 8GB RAM

Tela: 14-inch 1600×900 matte LED backlit

Armazenamento: 256GB SSD

Portas: 3 USB 3.0, HDMI Out, 3.5mm audio

Preço: US$2.000

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