[Review] Xperia X: um bom conjunto de hardware, mas com preço maior que de seus rivais

O Xperia X, da Sony, se destaca pela autonomia de bateria e o design elegante. No entanto, o preço é superior a concorrentes que oferecem mais.

O Xperia X desembarcou no Brasil no mês passado, dias antes da Sony anunciar que irá importar seus smartphones em vez de fabricá-los por aqui. A mudança deve impactar nos preços, mas já faz tempo que os celulares deles são bem caros por aqui.

A estratégia desse modelo é bem parecida com a que a LG adotou com o G5 SE: preço de smartphone topo de linha, porém com especificações mais modestas.

Passei um tempo com o recém lançado Xperia X; confira a seguir minhas impressões sobre o aparelho.

O que é?

O Xperia X é um smartphone com especificações quase de topo de linha e com preço de topo de linha. A fabricante aposta na qualidade da câmera e no design premium para justificar os R$ 3.499 cobrados na versão single-chip com 64 GB de armazenamento; há também uma variante com suporte a dois chips e 64GB, que custa R$ 3.799.

Tela IPS Full HD (1920×1080) de 5 polegadas
Dimensões: 142.7 x 69.4 x 7.9 mm (altura x largura x profundidade)
Processador: Qualcomm MSM8956 Snapdragon 650, com dois núcleos 1,8 GHz Cortex-A72 e outros quatro 1,4 GHz Cortex-A53
Câmeras: 13 megapixels, f/2.0 (frontal) e 23 megapixels, f/2.0 (traseira)
Memória RAM: 3 GB
Bateria: 2620 mAh (não removível)
Sistema operacional: Android 6.0.1 Marshmallow com interface Xperia UI
Armazenamento de 64 GB (expansível com cartão microSD)

Design

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O Xperia X se parece muito com os outros smartphones da Sony. A diferença está no material utilizado na traseira: a fabricante optou por usar metal em vez de vidro. Ver um celular praticamente idêntico aos antecessores decepciona, mas não chega a ser um ponto negativo. No final das contas, a companhia não quis mexer no que funciona, é um design bacana que oferece boa pegada.

O botão liga/desliga fica na lateral direita e abriga o sensor biométrico, que é bem preciso e rápido; foram poucas as vezes que ele não reconheceu minhas digitais. Logo abaixo estão os botões de controle de volume, a posição é meio esquisita mas dá para se acostumar rapidinho. O botão de acesso rápido à câmera, que sempre marca presença, fica logo abaixo e ajuda na firmeza pra tirar fotos.

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A bandeja para colocar o chip nanoSIM e o cartão microSD fica na esquerda; no modelo dual-chip é preciso escolher: ou você coloca os dois chips, ou um chip e um microSD.

Usando

O desempenho do Xperia X chega perto dos modelos topo de linha. Ele lida bem com o multitarefa, é competente nas tarefas do dia a dia e não apresenta engasgos ao rodar jogos, mesmo aqueles que exigem mais performance.

A experiência, no entanto, foi comprometida por um problema na tela touchscreen, que não registrava alguns dos meus toques. O problema era mais evidente quando tentava tocar nos cantos da tela, e principalmente quando eu digitava. Ele simplesmente não me acompanhava.

A Sony já teve problemas com o touch de algumas unidades do Xperia Z5 Compact, vale lembrar. O problema foi resolvido com uma atualização de software; espero que a solução venha rapidamente.

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A tela em si é bem bonita, são cinco polegadas e resolução de 1920×1080 pixels. As cores são vibrantes e a gama de brilho é boa, dá para enxergar o que está na tela mesmo sob o sol. O display conta ainda com a tecnologia X-Reality for Mobile que promete melhorar nitidez e contraste em alguns apps, como a galeria de fotos.

O software tem outros truques bacanas. O modo Stamina, por exemplo, reduz o consumo de bateria desativando as conexões e limitando apps em segundo plano. Já a tecnologia ClearAudio+ promete aprimorar a qualidade do som.

A Sony  também deu um tapa na sua interface Android. A Xperia UI está mais bem acabada, preserva muitos elementos do Android Marshmallow e traz consigo poucos apps pré-instalados, como o AVG Protection, Kobo eBooks e alguns joguinhos. Os aplicativos próprios da Sony, como o álbum de fotos, o cliente de email e o player de música são muito bem feitos, inclusive.

Bateria

O Xperia X não tem uma bateria gigante, são 2.620 mAh. Apesar disso, ela é bem eficiente. O celular foi capaz de passar um dia inteiro longe da tomada, com uso intenso – usando a câmera, ouvindo música, navegando no 4G durante grande parte do dia. E nem precisei ativar o modo Stamina.

Câmera

O sensor Exmor RS de 23 megapixels é competente, embora a abertura f/2.0 seja menor se comparada com os concorrentes. Em boas condições de iluminação o aparelho se sai muito bem, as fotos ficam com alto nível de detalhes e cores vibrantes. Em algumas os brancos estouraram, mas o HDR consegue resolver o problema. Já em situações com luz artificial, o nível de ruído aumenta consideravelmente e registrar objetos em movimento é quase impossível.

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O app da câmera deixa a desejar. Embora ele tenha um modo “Manual”, são poucas as opções de ajustes; podemos alterar o balanço de branco e o ISO, basicamente. Não há opções para definir a velocidade do obturador, por exemplo.

Conclusão

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O Xperia X é um bom smartphone, exceto pelo preço. Outros smartphones que custam entre R$ 3.500 e R$ 3.800 entregam experiências melhores; o Galaxy S7, por exemplo, tem câmera e desempenho superiores, e o G5 SE, que tem especificações semelhantes, impressiona mais no conjunto de câmeras.

O aparelho da Sony se destaca pela autonomia da bateria, pelo design elegante e pelo armazenamento interno. Mas essas não são qualidades o suficiente para indicar a compra, principalmente se levarmos em conta que os concorrentes Android possuem entrada para cartão de memória e estão longe de serem feios.

Se você quer mesmo um celular da Sony, talvez valha dar uma olhada no Xperia Z5, que hoje pode ser encontrado por pouco mais de R$ 3 mil.

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