Este sapo brasileiro pratica a necrofilia para garantir o futuro a espécie

Pesquisadores brasileiros descobriram um sapinho que, além de fazer “hum ah hum”, saltar por aí e pegar moscas com a língua, tem um hábito bem estranho: a necrofilia. Tudo se explica e, nesse caso, é pela perpetuidade da espécie, mas não deixa de ser (bastante) curioso. O estudo foi feito por pesquisadores do Cenbam, coordenados pelo Inpa/MCTI, […]
E esse frog necrófilo, hein?

Pesquisadores brasileiros descobriram um sapinho que, além de fazer “hum ah hum”, saltar por aí e pegar moscas com a língua, tem um hábito bem estranho: a necrofilia. Tudo se explica e, nesse caso, é pela perpetuidade da espécie, mas não deixa de ser (bastante) curioso.

O estudo foi feito por pesquisadores do Cenbam, coordenados pelo Inpa/MCTI, na Reserva Florestal Adolpho Ducke, em Manaus. A espécie de sapo em questão, a Rhinella proboscidea, é um raro caso de reprodução explosiva na natureza, o que quer dizer que os sapos machos se reúnem todos em um local e ficam lá, por dias, esperando alguma fêmea aparecer na lagoa. A conta não fecha, a excitação dos sapinhos é grande e essa é a fórmula para tragédias, como explica William Magnusson, pesquisador do Inpa e coordenador do Cenbam:

“A fêmea está na água, tem muito machos e todos estão tentado subir na fêmea então ela fica embaixo e eles acabam afogando ela. Normalmente, quando a fêmea chega lá, ela desova e vai embora, mas os machos ficam a noite inteira brigando por cada fêmea que chega”

Eles descobriram que mesmo depois que a fêmea vai a óbito, o macho copula e extrai ovos fecundados dela. Ao analisarem grupos desses sapos em 2001 e 2005, os pesquisadores encontraram fêmeas mortas. Quando foram dissecá-las, os pesquisadores não encontraram ovos. Onde eles estavam? Fora, fecundados pelos machos que os haviam extraídos de dentro das fêmeas. “Nesse caso foi notado que quando o macho solta a fêmea, ela já não tem mais ovos na barriga, mesmo que a fêmea morra os ovos saem e então o macho fecunda os ovos”, disse Magnusson.

Thiago Izzo, também do Inpa, disse à National Geographic que essa prática é chamada de “necrofilia funcional”. A literatura tem outros casos de necrofilia registrados, mas este é o primeiro “consciente”, feito para, digamos… um bem maior. Casos mais antigos são acidentais, como o deste lagarto que brigou com os colegas para ficar com uma lagarta amassada por um carro, ou o célebre caso do pato homossexual necrófilo — que rendeu um Prêmio IgNobel ao pesquisador holandês C.W. Moeliker, em 2003.

Essa espécie de sapo é meio rara, o que explica a dificuldade de estudá-la. E apesar de reprovável em… bom, em todos os cenários, esse é uma exceção, um caso onde a necrofilia garante a continuidade da espécie. [Inpa, National Geographic. Valeu Leonardo Aragão!]

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