Peter Jackson e J.J. Abrams acham que US$ 50 por filme via streaming é bem razoável

A Screening Room quer levar lançamentos do cinema para casa cobrando US$ 50 por filme, e chamou a atenção de grandes nomes em Hollywood.

Há alguns dias, falamos por aqui sobre a Screening Room, uma nova startup que quer levar lançamentos do cinema para casa cobrando US$ 50 por filme. Ela é capitaneada por Sean Parker, cofundador do Napster, e chamou a atenção de grandes nomes em Hollywood.

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Segundo a Variety, a nova empreitada conta com o apoio de diretores e produtores como Steven Spielberg, Martin Scorsese, J. J. Abrams, Ron Howard, Brian Grazer, Taylor Hackford e Frank Marshall.

O serviço custaria US$ 150 pela set-top box segura que dificulta a pirataria, mais US$ 50 por filme, dos quais até US$ 20 iriam para as salas de cinema.

Os clientes também receberiam dois ingressos para assistir ao filme no cinema e, quem sabe, gastar mais com pipoca e refrigerante. (Vale lembrar que ingressos custam, em média, US$ 8,61 nos EUA.)

A ideia é atingir um público mais velho que não consegue sair tão frequentemente para ver filmes – casais com filhos pequenos, por exemplo. Os clientes terão 48 horas para assistir a cada título alugado.

Alguns questionaram o apoio de Peter Jackson (O Senhor dos Anéis, O Hobbit) ao projeto. Em 2011, ele assinou uma carta junto a outros vinte diretores condenando um acordo entre estúdios e a DirecTV, que alugaria filmes oito semanas após sua estreia nos cinemas.

Em um comunicado à Variety, Jackson diz que o projeto da DirecTV “teria levado à canibalização da receita de salas de cinema”, enquanto o Screening Room “é projetado muito cuidadosamente para capturar um público que atualmente não vai ao cinema”.

Ron Howard e Brian Grazer, ganhadores do Oscar por Uma Mente Brilhante, também defendem o novo projeto. “Quando nos encontramos com Sean e Prem [Akkaraju] no ano passado, ficou claro que o Screening Room era a única solução que ampara todas as partes interessadas na indústria: salas de cinema, estúdios e cineastas”, dizem eles em declaração conjunta à Variety.

A Screening Room aparentemente tem tudo para fechar acordo com a AMC, prestes a ser a maior empresa global de salas de cinema (ela comprou a concorrente Carmike Cinemas, mas a aquisição ainda não foi finalizada). A AMC Theatres atua apenas nos EUA, Canadá e China.

No entanto, empresas menores estão condenando fortemente a ideia do Screening Room. A Art House Convergence, que comanda 600 salas de cinema, diz em carta aberta que o projeto pode causar um “alastramento incontrolável” de pirataria.

“Os estúdios se preocupam muito que projetistas e funcionários gravem um filme no cinema, a ponto de equipar os seguranças com óculos de visão noturna para estreias e fins de semana de abertura. Como eles esperam que uma pessoa em casa não ligue uma câmera HD de US$ 40 e grave uma versão nítida do filme para enviar a sites de torrent?”, diz a carta.

O Screening Room ainda não tem previsão de lançamento.

[Variety 1, 2, 3, 4]

Foto por Nick Perry/AP

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