A sensação de andar com as pernas ciborgues da Honda

Poucos geeks nunca sonharam em um dia adaptarem apetrechos ciborgues – eu incluso. E hoje foi justo o que fiz, graças a dois dispositivos Assistentes de Caminhada inspirados no Asimo da Honda que você pode literalmente vestir. E foi assim que eu me senti:

Poucos geeks nunca sonharam em um dia adaptarem apetrechos ciborgues – eu incluso. E hoje foi justo o que fiz, graças a dois dispositivos Assistentes de Caminhada inspirados no Asimo da Honda que você pode literalmente vestir. E foi assim que eu me senti:

Eu atei os aparelhos Assistente de Gerenciamento de Passada e Assistente de Suporte de Peso Corporal, recém-saídos dos laboratórios da Honda, e os dois dispositivos me fizeram sentir como se nada pudesse me parar, mesmo sendo meio destrambelhado. O tempo todo eu senti a necessidade de ir fazer alguma coisa grandiosa, como sair correndo pela estrada ou voar pro espaço sideral e me juntar a uma colônia de robôs.

Eu definitivamente não sou o público alvo para nenhum dos aparelhos. O Instituto de Pesquisa Fundamental da Honda espera mobilizar e reabilitar a população cada vez maior de idosos do Japão ou pelo menos reduzir a fadiga das pernas dos trabalhadores de fábricas que ficam de pé ou agachados por horas a fio. Mas, é claro, isto não me impediu de agarrar a oportunidade de vestir os aparelhos e pisotear por aí; esta é a primeira vez que a Honda apresenta seus protótipos nos EUA.

Sendo uma ramificação direta da pesquisa do Asimo, a Honda aprendeu bastante sobre como bípedes andam de maneira que agora eles são capazes de produzir dispositivos que reajam ao movimento humano em tempo real de forma a sustentar o movimento de andar, usando apenas alguns sensores simples em cada. A magia está no software processador que foi refinado com o Asimo.

 

O primeiro que eu usei, o Assistente de Suporte de Peso Corporal (o que tem uma sela), reduz a carga sobre as pernas do usuário para ajudar com atividades fisicamente exigentes. Este foi definitivamente mais dificultoso de vestir, mas fora o fato de entrar um pouco no seu rego (ele não exerce pressão para cima, para alívio do Mahoney), a experiência é bem legal. O sistema opera usando apenas dois sensores de pegada nas solas dos belos tênis de velcro embutidos e dois sensores de alçamento nas pernas que registram o movimento para cima da sua passada, além da orientação. Não há nenhum retardo e você nunca tem a sensação de que o aparelho está controlando o seu movimento. Ele reagiu instantaneamente aos meus movimentos e ampliou tudo o que eu fazia, como se fosse um exoesqueleto.

Atividades mundanas como subir escadas e agachar repentinamente tornaram-se divertidas e muito mais fáceis – a sela oferece algo entre 3 e 8,2 kg de suporte quando você se recosta sobre ela, o que não é suficiente para sentar-se nela, obviamente, mas certamente é algo notável e faz com que seja mais fácil agachar. Pessoalmente, eu tive um certo probleminha navegando pelas escadas e quase caí para trás, como você pode ver no vídeo. Aparentemente, os meus pés eram pequenos demais para os sensores dos tênis captarem direito, fazendo com que o aparelho desse uns trancos nas minhas pernas com mais frequência do que se esperaria nas escadas. Mas até o Asimo dá uns tropeços de quando em vez, então ao vestir as suas pernas era natural que eu fosse tropeçar em algum momento. Mas quando os tênis se encaixam perfeitamente, a experiência é absolutamente natural.

Em segundo lugar veio o Assistente de Gerenciamento de Passada, que se prende como uma sela de amarrar e pesa praticamente nada. Ele regula a passada da pessoa e a velocidade do passo da caminhada, fazendo com que seja muito mais fácil andar para os idosos ou deficientes físicos ao mesmo tempo em que fortalece os seus músculos. O aparelho de maneira nenhuma é discreto, mas brincar dentro dele pareceu bastante natural – só que melhor, já que os meus movimentos foram ampliados quase que instantaneamente. Os abraçadores robóticos do quadril definitivamente melhoraram a minha postura e fizeram com que eu andasse pra lá e pra cá com mais confiança, dando um ligeiro apoio às minhas pernas durante todas as partes da minha passada. Ao subir e descer escadas você consegue sentir o processamento complexo envolvido, com mais apoio dado à subida do que à descida.

Os dois aparelhos têm uma aparência bastante polida, coisa que a Honda espera refinar ainda mais conforme reduzem o peso. O tempo de duração da bateria para cada um é algo em torno de duas horas com uma única carga, algo que também melhorará conforme as baterias reduzirem o seu peso. Apesar de a Honda ter testado os dois aparelhos em cenários do nosso mundo real – o Assistente de Gerenciamento de Passada em um hospital e o Assistente de Suporte de Peso Corporal em uma das fábricas deles em Saitam – não há previsão para sua disponibilidade no varejo. No entanto, a Honda de fato pretende desenvolver um produto acabado para venda em algum ponto no futuro.

O que significa que a maior parte das pessoas precisará continuar sonhando com a vida ciborgue, mas, com sorte, não tanto.

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