Sindicato de taxistas tenta explicar revolta contra Uber após vídeo polêmico

A nota à imprensa tenta justificar as palavras ditas pelo presidente da entidade, Antonio Matias, conhecido como Ceará.

Na semana passada, o presidente do Simtetaxi (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo) postou um vídeo no Facebook dizendo que “a palhaçada acabou”, e “agora é cacete” contra o Uber. Na mesma noite, motoristas de táxi abordaram carros pretos que paravam próximos ao luxuoso hotel Unique, para impedir que as pessoas deixassem o local usando Uber.

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O sindicato se manifestou sobre o ocorrido, mas sem pedir desculpas. Pelo contrário: a nota à imprensa tenta justificar as palavras ditas pelo presidente da entidade, Antonio Matias, conhecido como Ceará.

O Simtetataxi começa dizendo que “Ceará acabou deixando o nervosismo falar mais alto, o que resultou no vídeo publicado nas redes sociais”.

No entanto, a entidade diz que não “há relação” entra as palavras de Ceará “e o cenário de violência com carros depredados e pessoas feridas”.

A palavra “cacete” foi “aparentemente mal empregada por Ceará”, afirma a nota, e o termo “remete à mobilização e força para enfrentar as dificuldades que estão por vir”.

É um pouco difícil engolir essa explicação. Matias é o mesmo que, em junho passado, disse que “vai ter morte” na briga entre taxistas e motoristas do Uber.

Matias se incomodou porque o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que os taxistas “vão desaparecer pela concorrência predatória” se não aceitarem a regulamentação do Uber na cidade.

Os ânimos estão acalorados com a nova declaração do prefeito Fernando Haddad, a Simtetaxi mostrou repúdio e o presidente Antônio Matias mandou seu recado…

Publicado por Táxi em São Paulo em Quinta, 28 de janeiro de 2016

 

No vídeo, ele diz:

Não queira briga com esse presidente. Use seus argumentos de prefeito porque, a partir de agora, 28 de janeiro de 2016, o senhor está na marca do pênalti porque eu vou estar na sua cola, prefeito Haddad. Não brinque com essa categoria.

No mesmo dia, taxistas se reuniram na saída de um baile de carnaval organizado pela revista Vogue, abordando e atacando os carros pretos que chegassem ao local – mesmo se não fossem do Uber. Segundo o Estadão, viaturas da polícia acompanharam o ocorrido, mas sem intervir, e ninguém foi detido.

Haddad disse na semana passada que taxistas envolvidos em agressões podem ter o alvará cassado, mas isso não cabe à prefeitura. “Tem assunto que é caso de polícia: agressão, danos morais, danos patrimoniais, isso é um assunto que cabe à polícia apurar”, afirmou o prefeito.

[Estadão]

Foto por Andre Penner/AP

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