O estranho sinal de rádio de uma estrela próxima provavelmente não tem nada a ver com alienígenas

Astrônomos do Observatório de Arecibo captaram alguns sinais estranhos vindos de Ross 128, uma estrela anã vermelha localizada a 11 anos-luz da Terra

Astrônomos do Observatório de Arecibo captaram alguns sinais estranhos vindos de Ross 128, uma estrela anã vermelha localizada a 11 anos-luz da Terra. Naturalmente, a incapacidade dos cientistas de explicar imediatamente os estranhos sinais levou a uma especulação desenfreada de que alienígenas poderiam estar envolvidos.

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Na verdade, é bastante surpreendente o que acontece hoje em dia, quando os astrônomos admitem encontrar algo que eles não conseguem explicar. Você encontra manchetes que vão desde: “Chamado de Aliens? Cientistas detectam sinais “peculiares” de uma estrela próxima” (DW) até “Alienígenas poderiam estar por trás de sinal de rádio ‘Peculiar’ de estrela próxima” (Daily Caller), e assim por diante. Tudo isso nos lembra o recente fiasco da “megaestrutura alienígena“. Aparentemente, isso é o que acontece agora quando os cientistas descobrem novas coisas no espaço que não conseguem explicar.

Esta última comoção foi provocada por astrônomos do Laboratório de Habitabilidade Planetária da Universidade de Porto Rico, que descreveu os sinais de rádio incomuns em uma publicação recente em seu blog.

“Duas semanas após as nossas observações, percebemos que havia alguns sinais muito peculiares no espectro dinâmico de 10 minutos que obtivemos de Ross 128 (GJ 447), observados em 12 de maio”, escreveu o astrônomo Abel Mendez.

rossImagem: PHL

Mendez diz que não sabe a origem desses sinais estranhos, que são relativamente fortes e quase periódicos, mas ele diz que existem três explicações prováveis. Os sinais poderiam ser produzidos por tempestades solares em Ross 128, podendo ser produzidos por algum outro objeto na área que está sendo escaneada ou esses podem ser provenientes de um dos nossos satélites em órbita alta.

“Cada uma das explicações possíveis tem seus problemas”, escreveu Mendez. “Portanto, temos um mistério aqui e as três explicações principais são tão boas quanto qualquer outra no momento”.

Ao que ele acrescentou: “A hipótese recorrente de alienígenas está atrás de muitas outras explicações melhores”.

Em um email para o Gizmodo, Mendez desenvolveu por que provavelmente não são alienígenas. “Todo mundo ficou focado em alienígenas em Ross 128”, ele disse, mas o “mistério aqui é que não podemos identificar a fonte dos sinais, que podem ser tanto astronômicos quanto terrestres [Algo causado pelos seres humanos ou o ambiente local] na natureza, não é como se fossem produzidos por civilizações alienígenas. Ambas as fontes têm seus próprios problemas para explicar os sinais. Se eu precisar escolher, vou com a hipótese terrestre, mas eu também precisaria provar isso”.

ddrhfrr9cxdqhprbsiwuImagem: University of Puerto Rico at Arecibo

Andrew Siemion, diretor do Berkeley SETI Research Center, diz que a explicação mais provável para a emissão observada em Arecibo é a interferência, ou uma combinação de interferência externa e efeitos instrumentais.

“Esta explicação pode incluir a emissão de uma fonte natural próxima, como o Sol”, Siemion disse ao Gizmodo. “A segunda explicação mais provável é que, de fato, é a emissão de rádio natural da própria estrela, o que certamente podemos esperar por causa das conhecidas atividades observadas na estrela. Que é, de fato, o que o grupo UPR estava procurando quando a observaram”.

Siemion diz que mais observações, incluindo as realizadas a partir de outros observatórios, deveriam esclarecer as coisas.

No final de semana passado, Mendez e sua equipe fizeram novas observações de Ross 128, e os resultados devem sair em breve. Esperemos que os novos dados esclareçam as coisas. Até então, todos devemos baixar a bola com esse negócio de alienígenas.

[Planet Habitability Laboratory]

Imagem do topo: conceito artístico de uma anã vermelha com uma erupção solar. Essa pode ser muito bem ser a fonte do que os astrônomos do UPR detectaram no Aricebo. (Crédito: NASA’s Goddard Space Flight Center/S. Wiessinger)

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