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Por que o avião movido a energia solar só voltará aos céus em 2016

O voo mais recente superaqueceu as baterias de lítio, e o avião só voltará aos céus no ano que vem.

O avião Solar Impulse 2 faz parte de uma campanha para mostrar como a energia limpa pode mover o mundo, e chamou a atenção recentemente após voar sem escalas do Japão ao Havaí por 117 horas e 52 minutos. Infelizmente, o voo superaqueceu as baterias de lítio, e o avião só voltará aos céus no ano que vem.

>>> Os esforços para fazer funcionar um voo movido a energia solar

Segundo a CNN, o Solar Impulse 2 ficará em terra por pelo menos oito meses, tempo estimado para substituir as baterias do avião, testá-las, e esperar por dias mais longos no hemisfério norte.

Os aviadores suíços Bertrand Piccard e André Borschberg planejam retomar o voo em abril até Phoenix (EUA). De lá, o Solar Impulse deve pousar na região central dos EUA, depois em Nova York, e então atravessar o oceano Atlântico.

A ideia inicial era fazer um voo de 35.000 km ao redor do mundo que começaria e terminaria este ano. O avião decolou de Abu Dhabi em março, e desde então fez escalas em Omã, Índia, Mianmar e China.

Os imprevistos começaram na China: o Solar Impulse teve que esperar dois meses para decolar devido ao mau tempo. A baixa velocidade do veículo (141 km/h), peso relativamente leve (2,5 t) e 72 m de envergadura significam que ele só pode voar em condições meteorológicas muito específicas.

De lá, ele iria direto para o Havaí, mas uma frente fria imprevista o fez pousar no Japão – onde uma das asas foi danificada pelo vento e chuva.

E, rumo ao Havaí, aconteceu a falha nas baterias de 940 kg. A CNN explica:

Borschberg começava com uma subida íngreme chegando à altitude máxima do avião, 8.500 metros, e em seguida descia como ele normalmente faria à noite, enquanto usava a energia da bateria. Quando os especialistas davam autorização, ele subia mais uma vez para permitir que mais de 17.000 painéis solares absorvessem os preciosos raios do sol.

Os pilotos dizem que essas subidas consecutivas forçaram as baterias do avião, e fizeram-nas superaquecer. “O problema foi que a temperatura nunca diminuiu”, Piccard lembra.

Trocar a bateria deve levar alguns meses, mas não é o único motivo para o avião ficar em terra: é que os dias no hemisfério norte estão mais curtos, limitando a exposição do Solar Impulse ao sol – ou seja, não há como finalizar o voo ao redor do mundo ainda este ano.

Nem tudo são más notícias: o Solar Impulse quebrou o recorde de voo solitário mais longo, e o de maior distância percorrida por uma aeronave impulsionada por energia solar. Parece que a jornada só será mais longa do que o previsto. [CNN]

Foto por AP Images/Solar Impulse

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