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Tim Cook, CEO da Apple, pede regulamentação do Facebook depois de escândalo

Mark Zuckerberg e sua criação de acumulação de dados, o Facebook, permanecem na mira nesta semana, conforme o escrutínio sobre seu escândalo de extração de dados de perfis pela Cambridge Analytica continua crescendo, com o preço das ações da gigante de redes sociais caindo mais de 13% nesta semana. • Elon Musk deleta páginas de SpaceX […]

Mark Zuckerberg e sua criação de acumulação de dados, o Facebook, permanecem na mira nesta semana, conforme o escrutínio sobre seu escândalo de extração de dados de perfis pela Cambridge Analytica continua crescendo, com o preço das ações da gigante de redes sociais caindo mais de 13% nesta semana.

• Elon Musk deleta páginas de SpaceX e Tesla no Facebook
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Por isso, não é surpresa que alguns de seus colegas magnatas da tecnologia estejam aproveitando o momento de vulnerabilidade de Zuckerberg para fazer algumas críticas. O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, excluiu publicamente as contas do Facebook de suas empresas nesta semana, embora não esteja claro se a decisão será permanente (pode ter algo a ver com uma rixa sobre aquele satélite de Zuckerberg que ele acidentalmente explodiu). Agora, o CEO da Apple, Tim Cook, cuja marca há tempos se posiciona como consciente sobre a privacidade, está publicamente exigindo que o Facebook seja regulamentado.

Segundo a Bloomberg, durante o Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim, no sábado (24), Cook disse acreditar que a situação é “terrível” e que medidas drásticas devem ser tomadas:

“Eu acho que essa situação é tão terrível e se tornou tão grande que provavelmente alguma regulamentação bem elaborada seja necessária”, disse Cook depois de ser perguntado se o uso de dados deveria ser restrito, diante do incidente no Facebook. “A capacidade de qualquer um saber o que você está navegando há anos, quem são seus contatos, quem os contatos deles são, coisas que você gosta e não gosta e todos os detalhes íntimos de sua vida, do meu ponto de vista, não deveria existir.”

Cook acrescentou:

“Nós nos preocupamos há vários anos com o fato de que pessoas em muitos países estavam entregando dados provavelmente sem saber o que estavam fazendo e que esses perfis detalhados estavam sendo construídos, que um dia algo aconteceria, e as pessoas ficariam incrivelmente ofendidas com o que foi feito sem que elas soubessem”, disse Cook. “Infelizmente, essa previsão se tornou realidade mais de uma vez.”

Cook tem mais do que uma questão simples aqui — a quantidade de dados que o Facebook compilou sobre seus usuários é melhor descrita como Orwelliana. Tudo o que torna o site útil existe basicamente como um pretexto para manter os usuários oferecendo cada vez mais informações pessoais para o Facebook, que atualmente controla cerca de um em cada cinco dólares de anúncios digitais gastos nos Estados Unidos.

Alguns meses atrás, a empresa estava até mesmo testando um plugin chamado “Did You Know“, aparentemente inocente, no que parecia ser um teste de quanto a empresa poderia fazendo, disfarçadamente, perguntas potencialmente reveladoras por meio de um joguinho divertido. Há algumas especulações sobre se a Cambridge Analytica é realmente a única empresa a fugir com enormes quantidades de dados de usuários do Facebook ou se essa é apenas a ponta do iceberg.

Em uma entrevista recente para a CNN, até mesmo Zuckerberg admitiu que talvez a empresa devesse enfrentar alguma regulamentação, embora ele tenha tido o cuidado de oferecer apenas concessões menores, como a transparência em anúncios políticos. Mas Cook parece estar pedindo algo mais dramático, como uma transparência rigorosa e requisitos de consentimento proativo do usuário, mesmo que, como um membro do grupo ultrarrico, as chances de Cook pedir algo como que o Facebook seja tratado com um serviço público ou que procedimentos antitruste sejam postos em prática sejam provavelmente nulas.

As palavras de Cook também podem parecer pouco sinceras, dada a disposição da Apple em seguir as regras dos censores chineses, embora a empresa afirme não ter realmente uma escolha entre cumprir ou perder seu acesso ao mercado na China.

[Bloomberg]

Imagem do topo: AP

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