A árdua tarefa de construir uma torre para levar astronautas ao espaço

Uma empresa espacial canadense espera testar uma torre espacial, por assim dizer, que nos leva até a estratosfera.

O elevador espacial é uma gloriosa ideia da ficção científica que nunca passou de um mero conceito — em grande parte porque é impossível construí-lo por enquanto. Reconhecendo isso, uma empresa espacial canadense espera testar a ideia, mas em escalas menores — uma torre espacial, por assim dizer, que nos leva “apenas” até a estratosfera.

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A Thoth Technology patenteou nos EUA e Reino Unido uma estrutura inflável que poderia levar astronautas até a estratosfera, a cerca de 20 km da Terra. De lá, eles seriam lançados para o espaço.

Em tese, isso soa como uma ótima ideia: se não tivermos que trazer nossos foguetes de volta ao solo, evitaríamos uma boa parte da gravidade do nosso planeta e economizaríamos um bocado com combustível. Conforme explica o The Guardian:

Tradicionalmente, regiões a mais de 50 km de altitude podem ser alcançadas apenas por foguetes, onde a massa é expelida em alta velocidade atingindo o impulso para a direção oposta. Brendan Quine, inventor da torre, diz na patente que a tecnologia de foguetes é “extremamente ineficiente” e o elevador espacial consumiria menos energia.

Na patente, Quine explica que o foguete gasta mais energia porque “precisa enfrentar a força gravitacional durante o voo ao carregar massa por meio do propulsor, precisando superar a resistência atmosférica”.

“Parte da limitação da viagem espacial está no custo de se chegar ao espaço”, Quine diz ao The Guardian. “A torre pode mudar a viagem espacial porque foguetes profissionais são energeticamente intensos e não são muito amigáveis com o meio ambiente”.

Parece um argumento válido para tentar construir a torre mais alta do mundo. Mas essa ideia é mais possível que os gigantescos designs reforçados com nanofibras de carbono, inventados por escritores de ficção científica e mencionados há anos por físicos em conferências? Provavelmente não.

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Ainda existe o problema de encontrar o material ideal que possa se manter nessas alturas extremas. E enquanto a estratosfera é um alvo muito menos ambicioso que o espaço, ainda será preciso lidar com uma corrente de ar contínua e tremendamente poderosa nessas alturas. A corrente de ar, que circula por latitudes médias e altas do nosso planeta a alturas de aproximadamente 9 km a 15 km, pode atingir impressionantes velocidades de 442 km/h.

Ainda assim, como não fizemos nenhum progresso tangível de elevadores espaciais desde que Arthur C. Clarke escreveu sobre o assunto na década de 1970, eu apoio estes cientistas que tentam simplificar a ideia. E, poxa, quem que não gastaria um bom dinheiro para tomar uma cerveja no bar mais alto do mundo? Eu certamente gastaria. [The Guardian]

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