Trabalhar no Facebook se assemelha a entrar em uma seita

Em livro, ex-funcionário do Facebook fala da cultura da empresa que lembra uma seita e da luta da rede social em combater o Google Plus.

A revista Vanity Fair teve acesso a um relato em primeira mão sobre como é trabalhar no Facebook, adaptado de um livro escrito por um ex-funcionário. É interessante, pois faz parecer que trabalhar na empresa parece bastante como fazer parte de uma espécie de seita messiânica.

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Após comparar Mark Zuckerberg a Napoleão, Thomas Jefferson (principal autor da declaração de independência dos EUA) e…hum… L. Ron Hubbard (o fundador da cientologia), o ex-gerente de produto do Facebook Antonio Garcia Martinez explica o efeito que Zuckerberg exerce sobre seus funcionários:

Ao estampar esta visão em seus discípulos, Zuckerberg fundou a igreja de uma nova religião. Todos os primeiros funcionários têm suas primeiras histórias do momento em que viram a luz e perceberam que o Facebook não era apenas uma rede social, como o MySpace, e sim o sonho de uma experiência humana diferente.

Garcia também detalha a singular obsessão da rede social com a ameaça do Google Plus, que…

… atingiu o Facebook como uma bomba. O Google Plus era a maior investida de nosso inimigo em nosso próprio território, e isso dominou Zuck de uma forma sem precedentes. Ele declarou “um período de confinamento”, o único durante minha estadia lá. Como foi explicado para os funcionários mais recentes, o “período de confinamento” era um estágio da guerra dos primeiros dias do Facebook, quando ninguém poderia deixar a companhia enquanto ela estivesse tendo algum tipo de ameaça competitiva ou técnica.

O lançamento do Google Plus parecida o Dia D do Facebook, e Zuck certamente o tratou como tal, segundo Garcia. Às 13h45 do dia do lançamento do Google Plus, ele convocou uma reunião em volta de um neon iluminado com o termo “lockdown” (confinamento) e Garcia compara a cena de “um general dando coordenadas aos seus subordinados no campo de guerra”.

Encerrando uma série de chavões, ele mudou o rumo do discurso e explodiu com uma referência retórica de clássicos antigos que ele aprendera em Harvard. “Você sabe, um dos meus oradores romanos favoritos terminava todos seus discursos com a frase Carthago delenda est. Cartago deve ser destruída. Por alguma razão, lembrei-me disso agora.”

Pôsteres dizendo “Carthago delenda est” em um negrito imperativo sob um capacete de centurião estilizado foram impressos e colocados pelo escritório. Zuck e “membros do alto comando”, então, se encontraram com um gerente de produto que recentemente tinha deixado o Google e trabalhou no Google Plus, e que “ajudara a liderar o projeto”.

Ah, e Garcia também disse que o olhar de Zuck se “aproxima da psicopatia”. Mas isso a gente já sabia.

Você pode conferir mais detalhes na Vanity Fair. O livro de Garcia, “Chaos Monkeys: Obscene Fortune and Random Failure in Silicon Valley”, será lançado em 28 de junho.

[Vanity Fair]

Foto por Eric Risberg/AP

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