Três visões sobre Dennis Ritchie

Dennis Ritchie faleceu no fim de semana mas o mundo só soube da notícia na quarta-feira à noite por causa de um post de um amigo no Google+. Com as poucas informações que tínhamos, traduzimos (e acrescentamos um pouco) o post que os amigos do Giz americano fizeram. Mas o pequeno verbete na Wikipédia ou o obituário tímido que […]

Dennis Ritchie faleceu no fim de semana mas o mundo só soube da notícia na quarta-feira à noite por causa de um post de um amigo no Google+. Com as poucas informações que tínhamos, traduzimos (e acrescentamos um pouco) o post que os amigos do Giz americano fizeram. Mas o pequeno verbete na Wikipédia ou o obituário tímido que saiu em quase todos os lugares não faz muita justiça ao impacto de Ritchie no mundo da tecnologia, e aos poucos começaram a aparecer alguns perfis mais aprofundados sobre o gênio pouco famoso. Achei três que valem a pena serem lidos:

Um é do New York Times, que explica de maneira mais clara o impacto das criações do homem do Unix e C no mundo real:

“As ferramentas que Dennis construiu – e seus descendentes diretos – fazem funcionar basicamente tudo hoje em dia,” disse Brian Kernighan, um cientista da computação da Universidade de Princeton que trabalhou com Ritchie no Bell Labs.

Essas ferramentas eram mais do que pacotes de código de computador. A linguagem C e o Unix refletiam um ponto de vista, uma filosofia diferente de computação do que havíamos visto até então. No fim dos anos 60 e início dos anos 70, minicomputadores estavam chegando a empresas e universidades – eram menores e custavam uma fração do preço dos mainframes. Minicomputadores representaram um passo em direção à democratização da computação, e o Unix e o C foram criados para abrir a computação a mais pessoas e estilos de trabalho mais colaborativos. Ritchie, Thompson e os seus colegas no Bell Labs faziam não apenas software mas, como Ritchie descreveu uma vez, “um sistema através do qual a colaboração pode se formar.”

A outra boa reportagem está na Wired, que além de falar da linguagem “B” e a evolução para o C, faz um paralelo interessante entre Ritchie e Jobs.

Até o Windows já foi escrito em C, e o UNIX é a base de tanto o Mac OS X quanto o iOS. “Jobs era o rei do visível, e Ritchie era o rei do que é basicamente invisível,” diz Martin Rinard, professor de engenharia elétrica e ciência da computação no MIT, e membro do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial. “A genialidade de Jobs esteve em ele construir estes produtos que as pessoas realmente gostam de usar porque ele tinha bom gosto e podia construir coisas que as pessoas achavam realmente cativantes. Ritchie construiu coisas com as quais os tecnólogos foram capazes de construir a base, a infraestrutura que as pessoas não necessariamente vêem, mas usam todos os dias.”

E por último, hoje de manhã o Cardoso colocou um post bem completo lá no Meio Bit, que vale a leitura.

O grupo de Dennis na AT&T reescreveu o UNIX em C, indo contra todas as opiniões sensatas da época. Faz sentido, Uma linguagem de alto nível não era eficiente o bastante para gerar um sistema operacional, seria o equivalente a escrever um emulador de uma máquina Linux rodando em Javascript dentro de um browser.

Como Dennis estava ocupado programando, não prestou atenção aos que diziam que era impossível, e logo o UNIX estava compilando e rodando redondinho, criando o mundo dos sistemas operacionais cujo código-fonte podia ser entendido por pessoas normais. (ok, nem tão normais, afinal são programadores)

dmr

Ken Thompson e Dennis Ritchie recebendo a Medalha Nacional de Tecnologia de 1998 por inventarem O Unix e o C. Presidentes honrando cientistas, igual aqui.

Para conhecer um pouco mais deste gigante da computação, leiam as matérias completas em [Wired, NY Times e Meio Bit].

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