Um novo método anti-pirataria em jogos para PC está acabando com a alegria de hackers

Há quem diga que em dois anos não teremos mais jogos piratas. Talvez seja exagero, mas é fato que está mais difícil do que nunca jogar algo sem pagar no PC.

por Daniel Junqueira

Já foi muito mais fácil piratear jogos de PC – e não estamos falando dos tempos em que as ferramentas DRM que tanto incomodam jogadores pelo mundo não eram usadas por desenvolvedores. Nos últimos anos, grupos que crackeiam jogos passaram a encontrar muito mais dificuldades para arranjar um jeito de se jogar alguma coisa sem precisar pagar por ela.

>>> As fãs de Tomb Raider comentam a importância da figura de Lara Croft para elas
>>> Rise of the Tomb Raider prioriza a exploração e entrega a melhor experiência de aventura

A nova ferramenta foi empregada em dois grandes jogos recentes – Just Cause 3 e Rise of the Tomb Raider, ambos da Square-Enix – e passaram dias e semanas desde a chegada desses títulos no PC e ainda não é possível pirateá-los. Ela foi desenvolvida por uma empresa chamada Denuvo e visa dificultar ao máximo a ação dos hackers, para que versões piratas não prejudiquem as vendas de um jogo próximo ao seu lançamento.

Anti-fraude

just-cause-3

Lançado em dezembro para PC, Just Cause 3 ainda não pode ser pirateado

Ferramentas DRM há anos incomodam jogadores de PC, e não estou falando apenas dos que usam meios ilegais para adquirir um game. Para garantir que os jogadores não estavam usando cópias piratas, muitos jogos passaram a exigir autenticação em um servidor para autorizar o jogo.

Se por um lado a medida conseguiu diminuir um pouco a pirataria, por outro ela penalizou todos os jogadores. Como precisava ser autenticado em um servidor, o jogo exigia sempre uma conexão com a internet para funcionar – mesmo para quem quisesse jogar apenas single-player. Então a jogatina offline praticamente deixou de existir, já que, sem internet, não era possível sequer acessar um modo campanha de um jogo.

Além de incomodar jogadores, os métodos DRM não eram infalíveis, e a pirataria continuou rolando solta mesmo com eles. As grandes publishers, que não gostam nada disso, passaram a buscar novas soluções, e daí surgiu o método anti-fraude da empresa australiana Denuvo. A empresa obviamente não dá muitos detalhes sobre como funciona a sua tecnologia, mas, em resumo, ela “evita debug, engenharia reversa e mudança em arquivos executáveis,” como explicou um representante ao Kotaku.

O método da Denuvo atua como um escudo para outras proteções DRM que já existem. O Steam, por exemplo, tem seu próprio sistema de DRM, que autentica o jogo que você comprou dentro da loja (ou adicionou à sua biblioteca usando uma chave de produto) na primeira vez que você abre ele. Essa ferramenta é bem simples de ser vencida e hackers levam minutos para disponibilizar versões pirateadas de jogos após o lançamento deles no Steam. Com o novo método anti-fraude, a Denuvo coleta detalhes sobre o computador que está tentando executar o jogo e gera uma chave única para aquela máquina – se ele não estiver sendo rodado naquele computador, pode ser que ele esteja sendo pirateado.

O jogo busca a chave em alguns momentos específicos definidos pelos desenvolvedores. Talvez ele pare de funcionar logo nos primeiros minutos de jogatina – talvez só lá pela metade. Assim, os hackers não conseguem saber com certeza se conseguiram quebrar o DRM do jogo, já que não há garantia de que tudo vai funcionar perfeitamente até o final do jogo.

O fim da pirataria?

Rise of the Tomb Raider

Rise of the Tomb Raider, a mais recente aventura de Lara Croft, chegou em janeiro aos PCs

O método anti-fraude da Denuvo não acaba com a pirataria, mas dificulta demais. Rise of the Tomb Raider e Just Cause 3, em algum momento, serão pirateados, mas ninguém sabe quando. Para as publishers, isso é bom: significa que, ao menos próximo ao lançamento do jogo (que é quando ele vende mais), ninguém vai conseguir jogá-lo sem pagar.

Electronic Arts, Warner Bros, Square Enix, Ubisoft e Konami são algumas das grandes publishers que já usam a tecnologia da Denuvo em seus títulos, e a tendência é que cada vez mais gente use. Na cena da pirataria, o momento é de tensão. O grupo chinês 3DM, um dos maiores do mundo quando falamos em crackear jogos, já sugeriu que “não existirá jogos de graça para jogar” em dois anos. A proteção não é sem falhas e pode ser, em algum momento, quebrada – resta saber até quando os hackers vão ter ânimo de buscar meios de fazer isso.

[Kotaku]

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas