Como esta invenção pode ajudar a combater desastres ecológicos no oceano

Pesquisadores criaram uma malha de aço inoxidável que consegue separar água e óleo, e que pode cobrir uma área de 1 m² custando apenas US$ 10.

Existem alguns métodos simples para separar água e óleo no laboratório, como a decantação. Mas e quando essa mistura está à solta – por exemplo, em um vazamento de petróleo no oceano? Aí os cientistas precisam criar métodos inovadores.

Pesquisadores na Ohio State University (EUA) fizeram uma malha de aço inoxidável que consegue separar água e óleo, e que poderia cobrir uma área de 1 m² custando apenas US$ 10.

A malha é revestida por uma substância especial, que bloqueia o óleo e permite que a água atravesse. O revestimento é inspirado por folhas de lótus, que fazem o oposto: repelem a água, mas não o óleo.

Para imitar a superfície irregular da folha de lótus, a equipe primeiro pulverizou nanopartículas de sílica na malha de aço. Depois, eles adicionaram um revestimento com moléculas surfactantes – isto é, que reduzem a tensão da superfície entre dois líquidos. Dessa forma, fica mais fácil separá-los.

Você confere o resultado no vídeo acima: um cientista mistura água (na cor azul) e óleo (na cor vermelha), derrama o fluido em cima da malha, e a gordura se acumula na superfície – só a água passa.

O vídeo também mostra o revestimento repelindo gotas de óleo em uma superfície. Os resultados foram publicados no periódico Nature Scientific Reports.

Esta malha poderia ser usada para rastrear depósitos de petróleo no subsolo, ou para limpar derramamentos. Bharat Bhushan, coautor do estudo, diz em comunicado à imprensa: “num tamanho maior, você poderia capturar um vazamento de petróleo com uma rede”.

E isso pode custar pouco, pois os componentes – sílica, surfactante, polímero e aço inoxidável – não são caros; além disso, eles não são tóxicos.

Navios limpam petroleo

Navios limpam derramamento da BP no Golfo do México (Flickr)

Nos últimos anos, a tecnologia para limpar vazamentos de petróleo vem avançando, especialmente depois de casos como a explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 2010.

O acidente despejou cerca de 600.000 toneladas de petróleo no Oceano Atlântico, numa área tão grande que podia ser vista do espaço. Isso causou um número alarmante de deformações em animais marinhos: caranguejos sem olhos, camarões mutantes, peixes com feridas e mais.

Em 2011, a empresa Elastec/American Marine ganhou um prêmio de US$ 1 milhão por criar um dispositivo que remove petróleo da água usando discos de plástico – um material que atrai o óleo, mas não a água.

E em 2012, uma equipe da Universidade de Michigan (EUA) descobriu uma combinação de polímero e nanopartículas que consegue separar a água do óleo com 99,9% de eficiência. A nova malha com nanopartículas pode ser igualmente promissora. [Nature via Ohio State University]

Foto por Jo McCulty/Ohio State University

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