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Sim, isto é um vídeo de uma cobra vomitando outra cobra

Conversamos com Sara Ruane, especialista em cobras, para entender exatamente o que estava acontecendo

Isso só pode ser um sonho febril, você pensa, enquanto sua pele queima e tudo começa a ficar escuro, conforme uma força estranha comprime seu corpo. Estou sendo digerido? Mas então, de repente, uma voz humana abafada começa a falar. Um sopro de ar, e você está livre, enquanto seu captor vai embora deslizando. Perplexo, você posa, em choque, para a câmera.

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Esse encontro em questão, publicado no YouTube no final de semana, se tornou um hit viral instantâneo.

Então, o que diabos está acontecendo? Pedi à Sara Ruane, especialista em cobras e professora assistente na Universidade Rutger, em Newark, para ver o vídeo para nós.

“Cobras comem umas às outras o tempo todo”, ela disse. “Quando cobras são surpreendidas por algo ou algo as está atacando, uma das suas primeiras linhas de defesa é vomitar seja lá o que estiver em seu estômago.” Isso porque, dessa maneira, elas não têm mais comida pesando em seu corpo, além de poder assustar o predador. Eu também sairia correndo de perto de alguém vomitando seu almoço na rua.

Nesse caso, é provável que o cinegrafista Christopher Reynolds, de Newton, no Texas, tenha surpreendido a cobra maior quando começou a filmá-la. “Logo que aquela cobra vomita, ela sai fora”, afirmou Ruane. “Agora, ela não tem essa outra cobra fazendo peso.”

Ruane identificou a cobra maior como uma masticophis flagellum, baseada em sua localização e comportamento. Essa é uma cobra comum, que caça com seus olhos e não limita suas opções de presas. Ela meio que come qualquer coisa que consiga dominar. Ela pensou que a cobra maior ou fosse outra masticophis flagellum ou uma corredora-azul, mas é difícil de dizer, porque ela está atrás de um arbusto.

Cobras dentro de cobras podem ser uma surpresa para você, mas são algo na verdade bastante conveniente na linha de trabalho de Ruane. “As pessoas não percebem quantas cobras mortas você encontra na estrada”, disse. “De vez em quando, você encontra uma dentro do estômago da outra: duas pelo preço de um.”

[YouTube via NatGeo]

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