Vivo e Mozilla apostam no Boot to Gecko para ganhar o espaço dos featurephones

Vivo e Mozilla reuniram a imprensa hoje, em São Paulo, para falar mais do Boot to Gecko, codinome do novo sistema operacional móvel que pretende diminuir a distância que hoje separa featurephones de smartphones a preços em conta, tudo movido pelos super poderes do HTML5. Apesar das boas intenções, ele suscita a pergunta: ainda há […]
Boot to Gecko.

Vivo e Mozilla reuniram a imprensa hoje, em São Paulo, para falar mais do Boot to Gecko, codinome do novo sistema operacional móvel que pretende diminuir a distância que hoje separa featurephones de smartphones a preços em conta, tudo movido pelos super poderes do HTML5. Apesar das boas intenções, ele suscita a pergunta: ainda há espaço para mais um sistema móvel?

O Brasil será palco da estreia do Boot to Gecko, que segundo as duas empresas chega no final do ano ou começo de 2013. Feito todo em HTML5, inclusive seus apps, a promessa é trazer agilidade e “links entre apps” para celulares, coisa que se vê hoje na web mas é relativamente incomum em plataformas móveis — hoje, no máximo você se loga em apps usando o do Facebook e dispara emails do Gmail/Mail.app clicando em links de outros apps; espera-se, portanto, algo mais profundo no B2G. Pelo que disse Gary Kovacs, CEO da Mozilla, os apps funcionarão também nos navegadores de outros sistemas, tornando-os nativamente multiplataforma.

Tudo indica que a Vivo entrou na jogada para driblar as exigências cada vez mais pesadas das fabricantes de dispositivos. Tendo o seu, ela apita e pode vendê-lo da forma e pelo preço que quiser. Sendo agora uma “empresa de Internet”, quanto mais poder ela tiver nessa seara, melhor.

Mas engana-se quem acha que o Boot to Gecko vem para brigar com iPhone e Galaxy S. O projeto mira nos Nokia com Symbian e S40 e não é à toa: para a turma de Espoo, é a linha Asha que impulsionará a empresa para o próximo bilhão de celulares. Ou seja, é um segmento que, embora longe dos holofotes e fora da pauta dos sites e comunidades de tecnologia, vende muito. Com hardware mais limitado, preço em conta e os apps que todo mundo quer — joguinhos, Twitter, Facebook e YouTube —, no papel o plano faz algum sentido.

Problema: está tudo muito cru ainda e as informações-chaves para ver o B2G nas lojas ainda não foram reveladas. Quem produzirá? Quantos modelos serão? O preço será baixo, mas qual exatamente? O que se sabe de outros eventos passados é que a Qualcomm, que já ensaiou lançar seu próprio sistema móvel, o Brew MP, está na jogada para cuidar do hardware. Estranho foi, tendo um papel tão importante nessa equação, ninguém ter falado nela durante a apresentação de hoje.

Há pelo menos dois grandes desafios para que o B2G vingue: convencer desenvolvedores a escreverem ou portarem seus apps para a web e encarar a concorrência ferrenha. Além dos Symbian/S40, o Android chega a preços cada vez mais baixos em aparelhos como LG Optimus One e Samsung Galaxy 5. No fim das contas isso tudo pode beneficiar o consumidor, desde que a experiência seja minimamente satisfatória — afinal, pode ser super barato, mas se não for agradável e funcional, de nada vale, certo? [ZTOP, IDG Now!]

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas