Yahoo é acusado de monitorar e-mails de usuários a pedido do FBI e da NSA

De acordo com fontes da Reuters, o Yahoo criou um software para autoridades dos EUA vigiarem a atividade de e-mail dos usuários.

O Yahoo desenvolveu um software que secretamente escaneava e-mails dos usuários para cumprir ordens de oficiais da inteligência dos Estados Unidos, segundo informa a Reuters.

Como o Yahoo vacilou feio com a segurança de dados dos usuários
Meio bilhão de contas do Yahoo foram comprometidas após ataque patrocinado por governo

Diz a Reuters:

A companhia atendeu a uma diretiva secreta do governo dos Estados Unidos ao escanear centenas de milhões de contas do Yahoo Mail a pedido da NSA (Agencia Nacional de Segurança) ou FBI, disseram dois funcionários e uma terceira pessoa informada sobre os eventos.

Alguns especialistas em vigilância dizem que este é o primeiro caso de uma empresa de internet dos Estados Unidos que concorda em atender as demandas de uma agência de espionagem ao buscar todas as mensagens que chegam numa caixa de e-mail, em vez de examinar mensagens armazenadas ou escanear um pequeno número de contas em tempo real.

A notícia vem após o Yahoo ter dito que foi vitima de um ataque “patrocinado por um estado”, que fez com que fossem vazados mais de 500 milhões de detalhes pessoais de seus usuários.

A Reuters informa que as agências de inteligência dos Estados Unidos estavam buscando por características em específico nos e-mails do Yahoo, mas ainda não é sabido exatamente o quê. A agência de notícias também informa que a ordem de busca dos e-mails chegou à equipe jurídica do Yahoo como uma “diretiva confidencial”.

A suposta decisão de Marissa Mayer, CEO do Yahoo, de permitir esse tipo de vigilância nos e-mails de usuários contrasta muito com os comentários da executiva, que previamente criticara os programas de vigilância da NSA revelados por Edward Snowden. “Tenho orgulho de ser parte de uma organização que desde o início, em 2007, negou os pedidos de monitoramento PRISM e FISA, da NSA”, disse Marissa em 2013.

“Em 2007, o Yahoo registrou uma ação contra o novo Patriot Act, partes do PRiSM e FISA. Fomos inclusive os autores da ação. Um monte de gente começou a imaginar quem seria o autor, mas éramos nós…e perdemos. O fato é: nós perdemos e se não obedecermos, podemos ser considerado traidores.”

A decisão de Mayer de autorizar o programa também é a razão que fez Alex Stamos, ex-diretor de segurança da empresa, ir para o Facebook, segundo informa a Reuters. “Agradeço a oportunidade, mas não vou comentar sobre”, disse Stamos ao ser procurado pelo Gizmodo.

[Reuters]

Foto do topo por AP

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