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Ops, parece que o 4G vai atrasar no Brasil

O 4G enfim está estreando aos poucos no Brasil, e deveria se expandir durante este ano. A Anatel exige que haja cobertura nas seis cidades-sede da Copa das Confederações até abril; e nas doze cidades-sede da Copa-2014 até dezembro. Mas parece que vai atrasar. Segundo o SindiTeleBrasil, que representa as operadoras de telefonia, é necessário […]

O 4G enfim está estreando aos poucos no Brasil, e deveria se expandir durante este ano. A Anatel exige que haja cobertura nas seis cidades-sede da Copa das Confederações até abril; e nas doze cidades-sede da Copa-2014 até dezembro. Mas parece que vai atrasar.

Segundo o SindiTeleBrasil, que representa as operadoras de telefonia, é necessário instalar 9.566 antenas de 4G – metade delas até abril. Um executivo familiar com o assunto diz ao UOL que “não dá tempo; alguma cobertura com certeza haverá nas cidades-sede, mas não a prevista”.

Eduardo Levy, diretor-executivo do SindiTeleBrasil, diz que seria necessário dobrar o ritmo da instalação de antenas 4G: “se tivéssemos começado em 1º de março, teríamos que instalar 30 antenas por dia para dar tempo”, em vez das 15 antenas por dia no ano passado.

Mas as leis municipais de cidades-sede impõem barreiras à instalação de antenas. Segundo levantamento do SindiTeleBrasil, ou elas exigem uma burocracia muito demorada, ou impedem a instalação de antenas em certos locais. O problema atinge quatro das seis cidades que sediarão a Copa das Confederações: Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador. Sedes da Copa-2014 também são afetadas.

O problema é que o 4G brasileiro exige muitas antenas: o dobro ou triplo de estações radiobase de 3G, na verdade. É que a Anatel escolheu a faixa de 2,5 GHz, que oferece cobertura de no máximo 6 km. A UIT (União Internacional de Telecomunicações) recomenda a faixa de 700 MHz: ela permite uma cobertura mais ampla, com alcance de até 40 km – mas está ocupada pela TV analógica no Brasil.

Há problemas também na cobertura dentro dos estádios que receberão jogos da Copa das Confederações e do Mundo. O Ministério das Comunicações tenta mediar negociações entre operadoras e estádios, para alugarem áreas onde ficarão antenas que reforçarão o sinal de voz, 3G e 4G. Sem o reforço, corre-se o risco de um “efeito réveillon”: todos tentam usar a rede ao mesmo tempo e a deixam sobrecarregada, como nas festas de final de ano.

E a própria Anatel está com os prazos apertados, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União): um relatório obtido pela Folha revela que, dos projetos que a Anatel deveria ter aprovado em 2012 para a Copa, só 11,6% foram licitados. Por isso, o TCU diz que a agência terá dificuldade em obedecer os prazos impostos para modernizar sua estrutura, e em se preparar para a Copa de 2014.

Além disso, a Anatel precisa fiscalizar ainda mais a telefonia móvel, já que o serviço será oferecido também para estrangeiros durante a Copa – é preciso garantir a qualidade do roaming internacional. E a agência precisa ficar de olho no 4G. Só que o TCU não encontrou nenhuma intenção da Anatel em contratar mais pessoas para realizar essa fiscalização.

A Anatel diz em nota que “cumprirá a contento” todos os objetivos previstos para a Copa do Mundo. [UOL, IDG Now e Folha]

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