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4K na CES 2013: mais belo do que nunca, mais perto do que nunca

Não é de hoje que vemos televisores 4K. A primeira exibição que eu me recordo da tecnologia foi na IFA, em Berlim, em 2011. Na época, aquilo parecia mais um belíssimo truque de mágica, longe da realidade. Agora, na CES 2013, a tecnologia parece não só mais aperfeiçoada — ela parece pronta para chegar ao […]

Não é de hoje que vemos televisores 4K. A primeira exibição que eu me recordo da tecnologia foi na IFA, em Berlim, em 2011. Na época, aquilo parecia mais um belíssimo truque de mágica, longe da realidade. Agora, na CES 2013, a tecnologia parece não só mais aperfeiçoada — ela parece pronta para chegar ao mercado.

As empresas que parecem mais próximas de transformar o 4K em algo humano e palatável (pelo menos para os com o bolso mais cheio, mas não milionários) são a Sony e a LG. Ambas trouxeram telas gigantescas para mostrar por aqui, mas também mostraram que já há espaço para televisores que podem estar na casa de pessoas: modelos de 55″ e 65″ polegadas foram exibidas, e em nossos testes oculares, mostraram que o momento do 4K está chegando.

E essa sensação surge não só por causa da tecnologia estar mais pronta, mas também pelo conteúdo: emplacar uma resolução tão alta assim requer algo que mereça ser assistido nela, certo? E é por isso que acredito que o japoneses da Sony e os coreanos da LG estão na frente. A primeira mostrou um clipe filmado em 4K no Carnaval brasileiro do ano passado. Sim, a Globo usou câmeras 4K em fevereiro de 2012, e isso é um ótimo sinal. Sobre o resultado, foi uma das coisas mais incríveis que vi por aqui: imagens tão reais e tão incríveis que deixaram milhares de transeuntes de feira boquiabertos.

TV OLED 4K da Sony mostrando o Carnaval: foto nenhuma faz justiça às imagens

Já a LG apostou em uma exibição com upscaling do Blu-ray do clássico “Ben Hur”. O resultado pode não ter sido tão impactante quanto o carnaval da Sony, mas fez com que eu me sentisse mais próximo do uso comum do 4K. Nada melhor do que um bom filme para passar essa sensação. E o upscalling não decepciona: mesmo com a proporção de 21:9, que faz com que boa parte da tela não seja utilizada, ver um filme assim, em 85 polegadas, com uma resolução tão incrível, foi uma das experiências mais próximas ao ato de ir ao cinema que eu já vi em um televisor.

“Ben Hur” em 4K: as corridas de biga ficaram mais assustadoras ainda

Fora as duas empresas em que eu senti a realidade chegando, toda fabricante de televisores trouxe o 4K para a CES. A Samsung mostrou sua gigantesca TV — que chega a 110″ — e parece algo extremamente futurista (e com um design, digamos, duvidoso), mas há televisores com resolução altíssima em todo canto: Sharp, Toshiba… até a chinesa Hisense, que ficou com o gigantesco espaço da Microsoft na feira, trouxe um modelo.

Além da combinação hardware + conteúdo, o preço das televisões 4K deve diminuir consideravelmente nos próximos meses. Se os primeiros modelos chegaram aos EUA nos últimos meses custando 12 mil dólares, um valor proibitivo para praticamente todos os seres vivos, a Sony promete baratear os custos consideravelmente — sem dar um número exato, mas ela diz que custará “um pouco mais” do que as telas de 1080p premium. Calculamos por aí que elas possam custar em breve uns 5 mil dólares. Claro que o valor ainda é alto, mas é muito mais razoável e aumenta a chance de popularização da tecnologia — o que significa preços ainda mais baixos em um prazo não tão longo. Por fim, esse é o preço que o 4K terá que enfrentar pela belíssima tela de Plasma da Panasonic ZT60, que já falamos, olhamos e comentamos por aqui.

A monstruosa TV da Samsung: design estranho, e longe da realidade palpável

Depois de gastar os olhos em tantos televisores, o que ficou mais claro é que o 4K, hoje, é uma mistura de futuro e presente: futuro pelo deleite em olhar telas com uma resolução tão incrível, e presente por termos a sensação cada vez mais clara de que esta tecnologia estará em lares comuns em um prazo menor do que imaginávamos. Não descarte a possibilidade de ver a Copa de 2014 em uma dessas belezinhas (provavelmente num bar querendo chamar mais público ou na vitrine de alguma loja de eletrônicos, mas ok).

O futuro do futuro

E se já podemos olhar o 4K cada vez menos como algo futurista, é claro que as fabricantes de televisores separaram algumas traquitanas bem incríveis para a CES. Das telas que custarão mais do que meus dois olhos da cara, a armação e a lente dos meus óculos juntos, as mais impressionantes foram as OLED 4K.

As duas empresas que mostraram a tecnologia foram a LG e a Panasonic, curiosamente a dupla que assinou no meio do ano passado um acordo para produção de telas de OLED. A Panasonic o fez de forma mais humilde, com um único televisor (“a maior tela OLED 4K do mundo”). Já a LG espalhou diversas telas por seu gigantesco estande, e o resultado é realmente absurdo (como a imagem que abre esta matéria).

OLED 4K da LG: 99% de queixos caídos, segundo estimativa

A mistura da resolução altíssima e a qualidade de imagem do OLED tem cara de bruxaria: cores absurdamente impressionantes, linhas perfeitas e a impressão de estar olhando para um quadro ultrarrealista. Apesar de impressionar, a escolha por exibição de conteúdo sem muitos movimentos rápidos evidencia uma das dificuldades da combinação tecnológica. Esperamos ver evoluções sensíveis na IFA, no final do ano.

As coreanas Samsung e LG também disputaram as atenções com os televisores curvados. A promessa é de imersão ainda maior, mas confesso que não tive tal sensação — talvez pela presença maciça de pessoas se acotovelando para ver os aparelhos. No fim, o design dos aparelhos parece mais com uma tentativa de criar algo novo, pelo menos por enquanto.

Televisor curvado da Samsung: imersão no meio do caos da CES seria pedir demais?

E, por fim, a Panasonic mostrou um curioso tablet de 20 polegadas e resolução 4K. Eu já tive televisores de tubo com menos polegadas, então não seria exagero dizer que ele pode ser uma televisão. Brinquei rapidamente com o aparelho e a tela realmente impressiona, mas há milhares de questionamentos sobre a tecnologia: que sistema aguenta rodar em uma resolução dessa? Quanto tempo a bateria de um aparelho assim duraria? A Panasonic ainda não responde tais perguntas, mas desde já mostra o tablet como um aparelho de nicho, voltado para arquitetos, fotógrafos etc.

Detalhe do tablet 4K da Panasonic: incrível, mas há condições para que ele exista no mundo real?

Uma pitada do futuro distante e uma dose muito mais polpuda do que provavelmente será o futuro próximo dos televisores. Nas grandes telas, a CES 2013 cumpriu sua missão de trazer o futuro distópico e o futuro real ao mesmo tempo.

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