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5G pode prejudicar pouso do avião Boeing 737, avisa entidade

Estados Unidos alertam que milhares de aeronaves podem ter os sistemas de controle de voo afetados pelas torres 5G. Entenda

5G pode prejudicar pouso do avião Boeing 737, avisa entidade

A agência reguladora de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), emitiu um alerta de que as redes 5G podem interferir nas operações de pouso na maioria dos aviões do modelo Boeing 737.

De acordo com a entidade, o problema se resume a um pequeno número de aeroportos nos EUA, com exceção daqueles que ainda não implantaram a nova rede móvel na faixa de 3,7-3,98 GHz (a chamada Banda C), ou daqueles que os altímetros de rádio utilizados são seguros e confiáveis ​​no ambiente 5G.

A nota da FAA estima que 2.442 aeronaves nos Estados Unidos e outros 8.342 em todo mundo seriam afetados pela interferência ao se aproximarem de aeroportos com redes móveis funcionando na Banda C.

Entre eles, estão os Boeings 737 nas versões 100, 300, 400, 500, 600, 700, 0700C, 800, 900 e 900ER. A exceção seria apenas para os modelos 737-200 e 737-200C, por contarem com um sistema de controle de voo diferente e que não seria afetado pela rede 5G.

A autoridade americana não listou os aeroportos que não são seguros para estes aviões, mas, anteriormente, já tinha identificado 87 locais com o problema de interferência.

Interferência da Banda C em aviões

A preocupação da FAA é que as aeronaves dependem do altímetro de rádio para que vários sistemas funcionem corretamente durante os procedimentos de pouso e decolagem. Entre eles, estão os de piloto automático, aviso de proximidade do solo, reversores de empuxo e prevenção contra colisões. O 5G poderia interferir nos pousos automáticos em casos de condições de visibilidade reduzida, como em nevascas, por exemplo.

Essa preocupação atrasou por meses a implantação da rede 5G na banda C, nos Estados Unidos. Entretanto, em janeiro deste ano, a FAA afirmou que — em colaboração com as operadoras de telefonia — liberou 90% da frota de aeronaves comerciais dos EUA para voar próximo de torres 5G.

5G no Brasil

No Brasil, o monitoramento de frequências é feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entretanto, não existe uma preocupação de potenciais interferências do 5G em aeroportos brasileiros.

O motivo é que a Banda C no Brasil é diferente da adotada pelos Estados Unidos. Enquanto a faixa americana chega até cerca de 4 GHz — muito próxima dos sistemas de controle por rádio dos aviões –, no Brasil a frequência do 5G vai até 3,7 GHz, criando uma faixa de segurança maior do que a dos EUA.

Entretanto, por precaução, a Anatel e a Embraer estão realizando testes para saber se existe algum risco para as operações aeronáuticas no Brasil. A expectativa é que os testes sejam concluídos no segundo semestre deste ano.

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