7 fatos que tornam o Curiosity o rover mais durão de todos

Quando a Curiosity ainda vagava pelo espaço, muito antes de aterrissar em Marte, cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato estavam ocupados trabalhando com um clone do veículo aqui na Terra. Em uma área de simulação chamada de Quintal de Marte, eles colocaram a duplicata do Laboratório de Ciências de Marte (MSL na sigla original) […]
Curiosity.

Quando a Curiosity ainda vagava pelo espaço, muito antes de aterrissar em Marte, cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato estavam ocupados trabalhando com um clone do veículo aqui na Terra. Em uma área de simulação chamada de Quintal de Marte, eles colocaram a duplicata do Laboratório de Ciências de Marte (MSL na sigla original) em uma série de experimentos para aperfeiçoar o software do veículo e reavaliar suas habilidades. Os testes responderam questões críticas, como: ele pode passar por uma rocha enorme?

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O Gizmodo passou algum tempo com o aparelho de testes no começo do ano. Não é o primeiro veículo a tocar a superfície marciana, mas é de longe o mais impressionante de todos.

1. É uma fera levíssima

Para começar, o Curiosity é fisicamente bem grande. É difícil ter uma noção da escala a partir dos renders e de animações. Ele tem 2,9 metros de comprimento e 2,7m de largura. De pé ao lado dele, seus mastros ficam acima da sua cabeça. E para um veículo do tipo rover, ele é pesado — o braço pesa mais do que o Spirit e o Opportunity, outros rovers já enviados para Marte. Apenas um braço! Ainda assim, graças ao uso de metais aeroespaciais super leves, o Curiosity pesa só 899 kg (sem combustível). Isso é cerca de 320 kg mais leve que um novo Honda Civic.

2. Ele é nuclear

O Spirit e o Opportunity eram ambos rovers sensacionais que viveram muito além do que se esperava (o Opportunity ainda está por lá!). Mas sabe quando eles não eram tão sensacionais assim? Durante o inverno marciano. Os dois eram movidos a energia solar, o que significa que quando não há Sol o bastante para mantê-los rodando, eles hibernavam por longos períodos. O Curiosity resolveu esse problema com um gerador termoelétrico radioisotópico nuclear embutido. Sua expectativa de vida é de um ano marciano (o equivalente a quase dois anos na Terra), mas ele poderá excedê-la facilmente. Quando ele morrer, provavelmente será pelo desgaste das suas engrenagens. Combustível certamente não será problema.

3. É uma britadeira ágil

Um dos principais recursos do Curiosity é que ele tem uma broca de percussão capaz de perfurar rochas e coletar amostras. A amostra entra pela terminação do braço da broca através de um módulo chamado “turret” (torre). Apenas partículas de determinados tamanhos podem ser transferidas para os instrumentos para serem analisadas. Dentro da torre, as amostras são separadas em uma série de filtros. As partículas precisam ser chacoalhadas para passarem por esses filtros — para tanto, o braço desempenha uma série de movimentos que os engenheiros carinhosamente chamam de “Yoga do Rover”.

A torre também tem uma câmera, uma ferramenta de remoção de poeira, um espectrômetro e outras coisas. Ah, e o braço não tem problema algum em trocar a broca, que inevitavelmente se desgastará, por uma novinha.

4. Ele dirige sozinho

O software usado para dirigir o Curiosity é como um belo video game 3D e ele tem inteligência suficiente para escolher o melhor caminho e se livrar de confusões.

5. É um laboratório e tanto

O Curiosity não tem um ou outro sensor, ele é um laboratório completo sobre rodas. É por isso que o chamam de MSL (Laboratório de Ciências de Marte). Aqui vão apenas os destaques do pacote. Um espectrômetro de raio-x de partículas alfa irradia amostras com partículas alfa e então mapeia o espectro dos raios-x que são reenviados para determinar o que cada elemento representa. Um raio-x de difração e um raio-x fluorescente chamados CheMin (de “Chemistry and Mineralogy”, ou Química e Mineralogia) aprofunda isso. Uma ferramenta chamada SAM (“Sample Analysis at Mars”, ou Análise de Amostras em Marte) analisa a matéria orgânica e os gases. Um Albedo Dinâmico de Nêutrons (DAN, no original) analisa o gelo, água (eles devem encontrar um pouco) e o hidrogênio próximos à superfície do planeta.

Ele também faz o monitoramento meteorológico e de radiação. Há sistemas para monitorar a sua própria saúde. Câmeras estereoscópicas de alta resolução por todos os lados. Essas são bem fantásticas. E então tem a ChemCam, e aquela coisa é… cara…

6. Ele tem um super laser mortal

A ChemCam do Curiosity confia em um sistema de espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) que dispara um feixe do mastro do rover capaz de fatiar seu braço. Sim, é isso aí: sabres de luz existem. Ele é tão poderoso que pode cortar uma rocha sólida a 23 metros de distância. Uma vez que o laser dispara em uma rocha, a ChemCam usa o espetrômetro para determinar a composição do que tem lá dentro. isso quer dizer que o Curiosity pode cortar uns pequenos pedaços de rocha, analisá-las, escolher o pedaço perfeito e então manobrar até lá para coletar uma amostra física.

7. Ele sobreviveu à aterrissagem mais insana da história

Ele passou por um processo de aterrissagem conhecido por “os sete minutos de terror”, onde centenas de centenas de coisas poderiam ter dado errado culminando em uma falha catastrófica. E de alguma forma, nada de ruim aconteceu. Ele aterrissou em segurança no solo marciano. Qualquer coisa que sobreviva a um parto desse tipo é durona. Um robô bad ass.

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O Space Campo é sobre o lado menos explorado da NASA. De robótica à medicina, passando por telescópios que exploram o espaço profundo à arte. Nessas duas semanas falaremos diretamente do JPL e Ames, da NASA, jogando uma luz nesse maravilhoso mundo.

Vídeo por Judd Frazier, editado por Michael Hession. Vídeo de simulação por NASA JPL.

Agradecimentos especiais a Mark Rober, Jessica Culler, Dan Goods, Val Bunnell e todos no JPL e Ames, da NASA, por fazer isso acontecer. A lista de agradecimentos ficaria enorme, mas por nos dar acesso e serem tão generosos com seu tempo, somos extremamente gratos a todos aqui.

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