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A batalha da Microsoft pelo sucesso do Windows 8 é a guerra de muitos

Durante esta semana, na Computex, fabricantes de PC estão demonstrando dispositivos híbridos de todos os tipos. Eles são divertidos, desengonçados, gadgets pequenos e levemente confusos, mas eles são também um lembrete de que a Microsoft não está sozinha em sua enorme aposta no Windows 8. Está todo mundo no mesmo barco. Ninguém nega que o […]

Na linha de fogo.

Durante esta semana, na Computex, fabricantes de PC estão demonstrando dispositivos híbridos de todos os tipos. Eles são divertidos, desengonçados, gadgets pequenos e levemente confusos, mas eles são também um lembrete de que a Microsoft não está sozinha em sua enorme aposta no Windows 8. Está todo mundo no mesmo barco.

Ninguém nega que o Windows 8 tem uma bela interface de toques. Já faz tempo que curtimos o Metro no Windows Phone. Mas a mistura cruzada de tablets e notebooks é algo totalmente novo e só possível com a plataforma unificada do Windows 8. É por isso que temos o novo ASUS Taichi e o Lenovo Yoga e mais um punhado de mutantes tablets-ultrabooks. Mas todos os híbridos incríveis, peculiares e chocantes que os parceiros OEM da Microsoft estão liberando dependem da esperança que a Microsoft deposita em achar que as pessoas gostarão do Windows 8. Eles comprarão e amarão e usarão o sistema da forma exata que a Microsoft planeja? Isso está longe de estar garantido.

As reações à interface Metro do Windows 8 em PCs tradicionais estão polarizadas. É mais correto dizer que se trata de uma guerra santa, na medida em que a nova religião do Metro blasfema contra os conhecidos Deuses Antigos do PARC.

Tradicionalmente, produtos Windows bem sucedidos não foram modificadores do status quo. O Windows 7 é de fato apenas uma versão ideal do Windows XP, que foi uma versão ideal do Windows 95, que foi uma versão ideal do Windows 3.1. E assim vai. Iterações bem sucedidas se apoiaram nos ombros da atualização incremental. Mas o Windows 8 não é apenas a última iteração do Windows — é a entrada de Redmond como um concorrente viável para tablets e uma investida agressiva na consolidação entre mobilidade e PCs desktops de uma forma que a Apple sequer pensou a respeito. É uma jogada bastante ambiciosa.

Você simplesmente não pode diminuir a importância que a vitória do Windows 8 tem para a Microsoft e suas parceiras em hardware, as duas partes perdendo espaço para a Apple no mercado de notebooks e deixadas de fora na corrida dos tablets. O Windows pula de cabeça nas águas onde a Apple, até agora, só molhou as pontas dos dedos dos pés. A convergência iOS-OS X se aproxima — a influência do poderoso chefão do iOS Scott Forstall pode ser sentida em todos os produtos da Apple —, mas ainda está longe de acontecer. A Apple tem sido relativamente reservada sobre fazer grandes mudanças, amenizando as que talvez empurrassem para o usuário mais drasticamente a ideia da convergência mobile-PC.

O Windows 8 segue essa passada. Ele é essa passada. Mas diferente da Apple, que fabrica e lucra em cima do seu próprio hardware, o reino da Microsoft ainda é construído com software. Ela é a líder na guerra do Windows 8 para unir tablets e notebooks. Mas são Acer, Samsung, ASUS e Lenovo quem estão subindo a colina.

Cada fabricante de hardware PC está na cama com a Microsoft nisso. Sim, as linhas se manterão diversificadas — o ASUS Zenbook UX31XA é um ultrabook puro, por exemplo — e ultrabooks atuais continuarão saindo com Windows 7, dando a usuários uma alternativa caso eles odeiem o Windows 8. Mas um ultrabook com Windows 7 tem as mesmas chances de competir com a força abismal da Apple que sempre teve: não muitas. O que tem alguma chance? Novos formatos. Tablets que viram notebooks, dispositivos Voltron, uma geração totalmente nova de computação. Pela primeira vez em muito tempo, fabricantes de PCs podem oferecer algo fundamentalmente diferente, empolgante, único. O que não sabemos ainda é se alguém está de fato interessado em comprá-los.

E é isso: se essas coisas fracassarem, elas serão um grande fracasso. É simples e óbvio, e saberemos a resposta cedo ou tarde. Isso seria um desastre para a Microsoft — se você começa perdendo todos os jogos de cara, o título do campeonato fica difícil de ser conquistado.

É por isso que Steve Ballmer está fazendo de tudo para exaltar os números iniciais de adoção do sistema. É claro que possíveis 500 milhões de máquinas com Windows 8 no dia do lançamento não significa que as vendas serão tão altas, afinal o Windows 7 só vendeu 350 milhões de cópias após 18 meses no mercado e o Vista, 180 milhões no mesmo período. Mas a mensagem que se quer passar com isso é: não tema, as pessoas comprarão.

O caso mais popular de uma falha da Microsoft é o Vista, que foi destruído em um nível fundamental de formas básicas. Mas foi o seu desempenho, não a estética, o que afastou os usuários — especialmente os casuais, mães e pais que foram alertados a FICAR LONGE O QUANTO POSSÍVEL DO VISTA PORQUE EU VOU PARAR DE VIR AQUI ARRUMAR SEU COMPUTADOR.

O Windows 8 não é o Vista. É o oposto dele. É extremamente amigável ao usuário e convidativo. A Microsoft está confiando que a imagem de “Windows para pessoas reais” seja convertida em pessoas reais comprando de fato o sistema. E elas poderão! Mas se não acontecer, serão anos difíceis para a tripulação de Ballmer; e para todas as fabricantes que estão pegando carona no mesmo barco.

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