A história do filho de pescador que defendeu, no século 18, a existência de átomos

O russo.Mikhail Lomonosov, que criou o termo “físico química”, já falava sobre a existência de átomos no século 18.

Mikhail Lomonosov, que criou o termo “físico química”, foi um dos pioneiros em defender a existência de átomos. Durante sua vida, ele também escreveu um poema para deixar a prisão após ser detido por uma briga. Apesar de tudo isso, ele se tornou um dos grandes nomes da ciência.

Lomonosov nasceu em 1711. Algumas versões de sua história dizem que ele era filho de um pobre pescador, já outras dizem que ela filho de um pescador rico. O fato é que Mikhail tinha um casamento arranjado com uma mulher rica de sua cidade, o que apoia a última versão da história, porém, é também sabido que ele pediu um casaco emprestado a um vizinho para fugir, o que suporta a primeira tese. De qualquer jeito, ele foi pobre em algum momento.

Ele tinha 19 anos quando deixou Moscou e começou a estudar em um internato, fingindo ser o filho de um nobre. Ele era mais velho que os outros estudantes que estavam lá, e o fato de seu pai ser um camponês reforça a ideia de que ele também era pobre. Ele sobrevivia com o equivalente a US$ 4 por dia, conseguiu completar os estudos de oito anos em quatro. Por ser um aluno muito dedicado e notável, quando a escola descobriu a sua origem, ele não foi expulso. Em vez disso, ele conseguiu entrar da Universidade de São Petersburgo e mais tarde foi para a Universidade de Marburg, na Alemanha, para continuar seus estudos.

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Naquele tempo, as pessoas estavam estudando muitos aspectos do mundo natural e usando diferentes nomes para definir isso. A teoria de Lomonosov era de que toda a massa do mundo estava dividida em “minúsculos corpos”, e que as propriedades destes corpos governam a forma como a água e a matéria se comportam, e a forma como a matéria reage em contato com outra matéria. Atualmente, chamamos isso de átomos.

Ele chamou o seu campo de estudo de “físico química”, e quando ele retornou à Rússia, começou a mobilizar o país em torno de sua teoria.

Os experimentos pessoais deles se tornaram uma lenda. Em 1761, enquanto usava um pequeno telescópio para observar o movimento de Vênus, ele via que a luz do sol parecia se curvar e envolver o planeta. Após uma análise cuidadosa, ele percebeu que Vênus deveria ter uma atmosfera que “encurvava” a luz. A conclusão foi considerada tão sutil que muitas pessoas duvidavam de Lomonosov. Apenas recentemente fizeram um experimento usando um telescópio parecido com o da época e conseguiram observar o que ele tinha falado há 250 anos.

Os cientistas notaram que o metal ganhava massa quando aquecido, fazendo com que muitos acreditassem que o calor adicionava peso a esse material. Lomonosov argumentava que o ar em volta da peça de metal continha corpúsculos e, na presença do calor, eles poderiam se combinar com o metal e aumentar seu peso. Ele provou que sua teoria era verdadeira ao aquecer metal em um contêiner com ar comprimido e mostrando que o material estava mais pesado, mas o contêiner continuava o mesmo. Resumindo: a atmosfera em volta do metal era responsável por adicionar peso — um processo que nós chamamos de oxidação.

Ele foi o cofundador da Universidade Estatal de Moscou. Em 1748, criou um laboratório de química, em que ele e outros cientistas fizeram milhares de experimentos. Muitos tinham relação com coloração de vidro — o que, mais tarde, o fez ficar famoso como mosaicista.

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Embora Lomonosov fosse um cientista cuidadoso e preciso, ele também era teimoso e famoso por seu temperamento forte. Ele brigava com seus colegas, publicamente acusou o diretor da Livraria de Ciências Acadêmicas de fraude, e entrou em várias brigas. Há uma história famosa sobre quando Lomonosov foi vítima de um de roubo enquanto voltava para casa. Ele reagiu e dois dos assaltantes fugiram. Ele foi atrás do terceiro e o deixou praticamente nu. Pegou as roupas do rapaz e disse que ficaria com os itens para compensar suas perdas.

Ele nem sempre estava do lado correto da lei. Uma briga o fez ir à prisão. Então, ele escreveu um poema público para Elizabeth, a imperatriz da Rússia, pedindo para soltá-lo. Com alguns elogios à realeza, ele conseguiu convencer as autoridades a tirá-lo de lá.

Dado os seus acesso de raiva, é impressionante que ele viveu até os 53 anos. O motivo de sua morte foi um forte resfriado, e não a prisão, uma explosão no laboratório ou algo do tipo. Descanse em paz, Lomonosov.

Primeira imagem: Wiki Commons. Segunda imagem: Academia Russa de Ciências do Mosaico. Terceira imagem: Serge Lachinov

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