Activision vai comprar o estúdio de Candy Crush por US$ 5,9 bilhões

O negócio ainda precisa ser aprovado na Irlanda - país de origem da King - mas a expectativa é que isso seja resolvido ainda no primeiro semestre de 2016.

por Daniel Junqueira

A Activision Blizzard anunciou que vai comprar a King Digital Entertainment, criadora de Candy Crush Saga, por US$ 5,9 bilhões.

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O negócio ainda precisa ser aprovado na Irlanda – país de origem da King – mas a expectativa é que isso seja resolvido ainda no primeiro semestre de 2016.

É a maior aquisição na indústria dos jogos desde que a Microsoft comprou a Mojang, de Minecraft, por US$ 2,5 bilhões no ano passado.

O que explica o interesse da Activision na King? Bem, obviamente, a força da empresa no mercado mobile – apesar de ser dona de algumas das maiores franquias do mundo, a Activision não tem presença forte no mobile. Não vemos jogos como Call of Duty e Destiny apostando nos smartphones e tablets, e a ação da Activision Blizzard é bem tímida nesse lucrativo mercado: Hearthstone, o jogo de cartas baseado no mundo de Warcraft, talvez seja o único caso de sucesso.

Com a aquisição da King, isso vai mudar. Eis o que disse o CEO da Activision, Bobby Kotick, em um comunicado para a imprensa:

As receitas e lucros combinados solidificam nossa posição como a maior e mais rentável empresa independente no entretenimento interativo. Com uma rede global combinada de mais de meio bilhão de usuários ativos mensais, nosso potencial para alcançar audiências ao redor do mundo no dispositivo de escolha dos usuários permite que entreguemos grandes jogos para audiências ainda maiores do que antes.

Candy Crush foi lançado em 2012 e ainda hoje é um sucesso enorme. Em 2014, eram 533 milhões de usuários ativos mensalmente no jogo, que também era jogado mais de 1,5 bilhão de vezes por dia. Candy Crush é responsável por mais de um terço das receitas da King – que, no segundo trimestre do ano, foi de US$ 529 milhões. E o jogo passou a ser incluído no Windows 10, o que significa que qualquer um que comprar um computador com Windows (ou atualizar o sistema operacional) já terá o jogo pré-instalado na máquina.

Há indícios que a febre está passando, no entanto: o gasto dos consumidores dentro dos jogos da King caiu 13% em um período de um ano no segundo trimestre de 2015, e a quantidade de usuários ativos no período foi de 474 milhões. Mas, de qualquer forma, ainda é um jogo – e uma empresa – que consegue gerar muito dinheiro e atinge muita gente.

Resta saber até quando Candy Crush vai ser capaz de render tanto dinheiro – se é que algum dia ele vai parar. A King precisa emplacar outro título de sucesso para não seguir os passos de empresas como Rovio e Zynga, que foram gigantes enquanto seus jogos faziam sucesso, mas hoje já não têm a importância do passado. Será que a Activision Blizzard consegue impedir que isso ocorra também no mundo de Candy Crush? [Financial Times, Polygon, Kotaku]

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