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Adeus, Flickr

Estou a dez fotos de abandonar minha conta no Flickr. Lá, subi cuidadosamente 190 imagens. Se subir mais 11 imagens, a minha primeira foto, cujo upload foi realizado em abril de 2009, será sequestrada pelo Yahoo!. O Flickr já foi a rede social da moda. Propriedade do Yahoo!, o site foi abandonado pelo seu dono. […]

Está morto o Flickr.

Estou a dez fotos de abandonar minha conta no Flickr. Lá, subi cuidadosamente 190 imagens. Se subir mais 11 imagens, a minha primeira foto, cujo upload foi realizado em abril de 2009, será sequestrada pelo Yahoo!.

O Flickr já foi a rede social da moda. Propriedade do Yahoo!, o site foi abandonado pelo seu dono.  Mas não só o deixou escanteado como manteve uma limitação draconiana a quem não paga o serviço Premium (US$ 50 por ano). Só é possível ter 200 fotos no site.

Acharia justa a limitação se não fosse por um detalhe: o Flickr continua se beneficiando comercialmente da imagem que desapareceu da conta do usuário que estourou o limite.

Funciona assim: ao ter 201 fotos, a mais antiga some do seu perfil. Tranquilo e natural se a barreira se devesse a uma questão de infraestrutura. Digamos que pesasse muito no servidor. Porém, a imagem está só escondida. Ela continua disponível para quem dar uma busca no Google. Ou seja, se for para dar audiência, o Yahoo! dispõe da sua foto. Se for para o usuário-autor da imagem a ver, não pode.

Isso, senhores, eu chamo de má-fé.

Levando em conta ainda a internet em que vivemos hoje, com qualquer rede social meia-boca sem limitar quantidade de imagem, fica até feio para o Yahoo!.

Acho que o site tem um dos melhores sistemas de indexação e visualização de imagens até hoje na web. É um bom argumento que poderia até reerguer essa rede. Só que com essa constrangedora restrição, não dá.

O Yahoo! é uma empresa em crise, não é segredo para ninguém. Mas a incompetência do portal me assusta ao pensar que eles tinham todas as condições para fazer do Flickr, de novo, uma grande rede social com a disseminação dos smartphones.

Não é vocação da rede usar filtros, como o Instagram. Mas podia ter tido muito antes um app com visualização agradável e upload rápido das imagens, como fez a empresa comprada por US$ 1 bilhão pelo Facebook.

Aí, depois do Instagram, resolveram lançar um aplicativo de maneira atrapalhada, priorizando um sistema operacional chamado Windows Phone que até agora não disse a que veio. Filtros piores que os do Instagram e visualização confusa. Não dá para te querer, Flickr. Adeus.

As imagens deste post foram retiradas do meu Flickr.

João Varella é jornalista. Publicado originalmente no blog Trilhos Urbanos. Republicado com autorização.

Vale a pena ler também: Como o Yahoo matou o Flickr e perdeu a internet

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