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Adeus, GVT

A marca GVT chega hoje ao fim. Como anunciado anteriormente, os clientes da operadora agora verão apenas o nome Vivo em seus serviços.

A marca GVT chega hoje ao fim. Como anunciado anteriormente, os clientes da operadora agora verão apenas o nome Vivo em seus serviços.

O site de perguntas frequentes da GVT + Vivo explica que a unificação já trouxe algumas mudanças. Desde o dia 2 de abril, clientes GVT precisam discar 10315 para atendimento em telefonia fixa ou internet, e 10615 para TV por assinatura. Clientes GVT também devem discar 15 (em vez de 25) para realizar chamadas de longa distância.

Alguns planos tiveram seus nomes alterados: por exemplo, o “GVT Na Medida” virou apenas “Na Medida”. No entanto, os serviços, valores e condições de contrato permanecem os mesmos. O mesmo vale para pacotes de TV por assinatura: eles continuam com os mesmos canais e grade de programação, e você não precisa trocar os equipamentos.

Enquanto isso, os serviços GVT Freedom (realiza e recebe chamadas da linha fixa no smartphone através da internet), GVT Protege (proteção contra vírus, invasões hacker e roubo de informações) e Minha GVT (atendimento ao cliente) vão virar Vivo Freedom, Vivo Protege e Meu Vivo Fixo.

Por enquanto, quem tem serviços da GVT e linha móvel da Vivo não vai receber faturas unificadas: elas continuarão separadas para os serviços móveis e fixos – a única mudança é que, a partir de abril, a fatura dos serviços fixos virá com a marca Vivo.

A decisão de acabar com a marca GVT veio do próprio Amos Genish, cofundador da empresa e atual presidente da Vivo.

Ele disse que a ideia inicial era mantê-la como uma empresa independente por três anos, o que acabou mudando: “desde que cheguei, deixei claro que não sou mais da GVT… É muito dolorido, algumas pessoas vinham brigar comigo. Eu disse a elas: como eu construí esse nome, também tenho o direito de matar a marca”.

História

A GVT começou suas operações no Brasil em 2000. Inicialmente, a ideia era que a empresa atuasse no ramo de telefones globais por satélite; ela era uma subsidiária da fabricante israelense de satélites Gilat Satellites Network.

Genish chegou ao Brasil em 1999, para aproveitar oportunidades no setor de telecomunicações após a privatização do sistema Telebras, e venceu uma licitação da Anatel. Aí veio a parte difícil, segundo o Valor:

Após a comemoração da vitória, começavam as dores de cabeça: a empresa não tinha sequer uma sala alugada no Brasil e o telefone que Genish usava era emprestado de Atilano Oms, dono da Inepar. Contratar para uma empresa desconhecida foi um desafio. E a carência de gente era tão grande que praticamente bastava aparecer e levar um currículo para começar a trabalhar no dia seguinte. A empresa tinha cinco funcionários em janeiro de 2000 e, em dezembro, eram 800. “Era caótico. Só deu certo por causa das pessoas, que se engajaram demais. Foi só por esse espírito que vencemos, não porque tínhamos a organização correta.”

A GVT instalou rede em 24 cidades durante um ano e, no fim de 2000, já tinha 250 mil linhas em serviço. Ela começou inovando ao vender telefonia por minuto – não em pulsos – junto com banda larga.

Em 2007, a GVT estreou na bolsa de valores e, dois anos depois, foi adquirida pela francesa Vivendi. Com isso, ela reforçou investimentos para se expandir mantendo as velocidades altas de banda larga. Por exemplo, em 2011, a média da operadora era de 8,6 Mbps – contra a média nacional de míseros 1,3 Mbps.

Em 2014, a Vivendi mudou de estratégia se concentrar mais em mídia e conteúdo, e colocou a GVT à venda. A Telefónica pagou cerca de R$ 22 bilhões para fechar negócio.

Genish disse na época que aceitou a oferta porque “o ciclo da GVT independente no Brasil terminou”. Ela precisaria apostar forte em redes celulares, o que seria difícil dado o desinteresse da Vivendi.

Além disso, a situação financeira da GVT começou a se deteriorar. Em 2014, ela registrou lucro de R$ 631 milhões, menor que no ano anterior; e em 2015, ela teve um enorme prejuízo de R$ 2,6 bilhões.

 

Futuro

O fim da GVT só deve ser sentido totalmente em 2018. A Telefônica/Vivo firmou um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que defende a concorrência no Brasil, para que a aquisição da GVT fosse aprovada.

Nele, GVT e Telefônica se comprometem a manter a velocidade média para clientes atuais em pelo menos 15,1 Mbps por no mínimo três anos – o prazo começou em 2015. (No estado de São Paulo, a média deve ser de 18,25 Mbps.)

Além disso, as duas empresas não poderão reduzir a cobertura geográfica da banda larga, TV por assinatura e telefonia fixa até 2018 – depois, elas estão livres para tanto.

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