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Afinal, café faz bem ou mal? A ciência responde

As informações contraditórias sobre os benefícios e malefícios da bebida podem confundir, mas é preciso saber que a ciência não é definitiva

Imagem: Bryan Thomas (Getty Images)

Se você é o tipo de pessoa que lê regularmente as últimas manchetes de ciência, provavelmente já se deparou com a confusão do café em algum momento: alguns artigos relatam que ele pode fazer bem para você e outros mostram que, na verdade, esta é uma bebida do diabo. Então, o que você deve tirar dessa confusão de pesquisas?

O problema aqui é que a ciência não é definitiva. O mundo é um lugar complicado e as interações entre nosso corpo e os alimentos costumam ser difíceis de decifrar. A pesquisa nutricional é especialmente difícil de conduzir, pois geralmente leva anos para que um item específico de nossa dieta tenha algum efeito real em nossa saúde a longo prazo. Na maioria das vezes, não é tanto um tipo de alimento que importa, mas a nossa dieta em si. Comer muitos alimentos altamente processados ​​por muito tempo pode aumentar nosso risco de doenças cardíacas na velhice, por exemplo, mas consumir uma vez só não faz diferença.

O café é repleto de substâncias, incluindo algumas conhecidas por afetar o corpo — como a estimulante cafeína. E por ser um dos alimentos mais populares do mundo há séculos, milhares de estudos já se dedicaram a descobrir o que ele pode fazer por nós.

Só nos últimos anos, estudos afirmam ter descoberto que o consumo de café está associado a um menor risco de insuficiência cardíaca; que pode evitar a morte prematura entre o público em geral e em pessoas com diabetes tipo 2; e que pode até mesmo ajudar a desfazer o dano hepático que pode ser causado pelo uso crônico de álcool. Por outro lado, estudos sugeriram que o consumo excessivo de café (mais de seis xícaras por dia) está relacionado a problemas de saúde; que beber antes do café da manhã pode atrapalhar seu metabolismo; e que pode aumentar o risco de glaucoma em pessoas geneticamente predispostas à doença ocular. Além disso, o estado da Califórnia quase determinou que os produtos de café precisariam de um rótulo alertando sobre o potencial risco de câncer.

Esse tipo de informação pode ser suficiente para fazer qualquer pessoa não se dar ao trabalho de prestar atenção a novas manchetes relacionadas ao café. Mas, embora a ciência não seja perfeita, esse é um processo que se baseia na repetição. Quando você está tentando descobrir os danos ou benefícios de qualquer droga ou substância, é melhor olhar para o que é geral, não apenas um único estudo, especialmente porque a maioria das pesquisas mostram um cenário limitado.

Essas revisões de evidências também não são infalíveis, mas dão uma boa noção do consenso científico. E, na verdade, há muito mais evidências de que o café geralmente é bom para nós (ou pelo menos não é prejudicial) do que o contrário. Realmente, hoje em dia, é mais difícil encontrar estudos negativos sobre a bebida, pois os cientistas começaram a concordar quanto aos aspectos positivos gerais.

Claro, como quase tudo, o café é melhor tomado com moderação. Crianças e pessoas com certas condições que podem ser agravadas por estimulantes, como um transtorno de ansiedade, provavelmente devem evitar ou ser mais cautelosos com seu hábito (ou passar para o descafeinado, uma vez que os benefícios do café parecem ainda existir). E se você sentir que o consumo de café é problemático, é claro que não há problema em diminuir ou conversar com seu médico sobre isso, se possível.

 

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