África volta a registrar casos de Ebola e autoridades correm para conter o vírus

Até terça-feira (16), houve pelo menos 11 casos e sete mortes em dois países, incluindo a Guiné, com várias outras nações em alerta máximo.
Os portões do Hospital Matanda em Butembo, localizado na província de Kivu do Norte na RDC. O hospital registrou a primeira morte de um novo surto de Ebola no país no início deste mês. Foto: Al-hadji Kudra Maliro (AP)

A fatal doença viral Ebola surgiu mais uma vez na África e as autoridades de saúde estão enviando vacinas e outras medidas para impedir sua disseminação. Até terça-feira (16), houve pelo menos 11 casos e sete mortes em dois países, incluindo a Guiné, que teve um surto massivo em 2013 que acabou deixando 11 mil mortos. Vários outros países africanos estão agora em alerta máximo.

Na Guiné, pelo menos sete casos foram registrados desde o início de fevereiro, com três mortes até agora. É o primeiro surto na região desde a epidemia de 2013-2016 que varreu a África Ocidental e chegou até mesmo a países fora do continente africano, incluindo os Estados Unidos. Foi o maior e mais mortal surto de Ebola da história registrada, com quase 30 mil casos e 11 mil mortes relatadas.

A República Democrática do Congo (RDC) – localizada na África Central – relatou quatro casos durante o mesmo período, com duas mortes até agora. A RDC enfrentou a maior parte dos surtos de Ebola desde que o vírus foi descoberto pela primeira vez em 1976, incluindo uma epidemia que durou de 2018 a 2020 e deixou mais de 2 mil mortos (o segundo maior número de mortes de todos os tempos).

Ainda não se sabe se os surtos na Guiné e no Congo estão conectados. Mas, de acordo com a Reuters, funcionários do Congo confirmaram por meio de análises genéticas que seu cluster atual pode ser rastreado até o surto anterior em 2018. A análise genética do vírus encontrado na Guiné ainda está em andamento e deve fornecer respostas em breve.

Na segunda-feira (15), a Guiné declarou oficialmente uma epidemia de Ebola, enquanto o Congo havia feito em 7 de fevereiro. A Organização Mundial da Saúde também alertou seis países que fazem fronteira com a Guiné para ficarem alertas a possíveis casos, incluindo Libéria e Serra Leoa. Esses três países foram os mais atingidos durante a epidemia de 2013-2016.

Muita coisa mudou desde então, como o desenvolvimento de uma vacina altamente eficaz pela empresa Merck, bem como medicamentos antivirais (a vacina da Merck foi brevemente implantada no final do surto de 2014, mas não teve amplo uso até 2018). Mas a África, como muitas partes do mundo, ainda está lutando contra a pandemia de Covid-19. A OMS disse na terça-feira (16) que suprimentos estocados de vacinas e medicamentos estão sendo enviados para a Guiné e países vizinhos. As Nações Unidas também anunciaram hoje que alocarão US$ 15 milhões em fundos de alívio de emergência para ajudar na resposta em ambos os países.

A Ebola é uma doença zoonótica, o que significa que o vírus é encontrado nativamente na vida selvagem (provavelmente em morcegos) e então se espalha para as pessoas. Se o cluster do Congo estiver conectado a um surto anterior, no entanto, isso pode indicar que de alguma forma foi iniciado por um sobrevivente humano. Nas pessoas, ele é transmitido por meio do contato próximo com os fluidos corporais de uma pessoa infectada, o que pode incluir relações sexuais. Sabe-se que algumas pessoas carregam o vírus meses depois de sobreviver à doença, geralmente em partes do corpo menos monitoradas pelo sistema imunológico, como olhos e esperma. No momento, não se sabe como o surto começou.

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Os sintomas da Ebola incluem febre, dor de cabeça e dores musculares que podem progredir rapidamente para hemorragia interna grave e fatal. A taxa de mortalidade da Ebola pode variar de 25% a 90%, embora geralmente gire em torno de 50%.

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