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Agência Espacial Europeia teve de fazer manobra para não colidir com satélites de internet da SpaceX

ESA (Agência Espacial Europeia) teve de fazer manobra para evitar colisão com satélite da Starlink, a iniciativa da SpaceX para fornecer internet do espaço.

Satélite Aeolus, da ESA (Agência Espacial Europeia), que mede ventos

Satélite Aeolus, da ESA, monitora ventos na Terra. Crédito: ESA

O espaço é gigantesco, mas tem muito lixo espacial e um monte de satélites ao redor da Terra. Nesta segunda-feira (2), a ESA (Agência Espacial Europeia) teve de manobrar um dos seus satélites para evitar a colisão com um da SpaceX. É quase como se tivesse um trânsito espacial.

No caso, a ESA informou que teve de ligar os propulsores do satélite Aeolus, que é responsável por monitorar ventos na Terra, para tirá-lo do caminho de um dos satélites da iniciativa Starlink, da SpaceX — a empresa de Elon Musk lançou uma constelação de dezenas de satélites na órbita da Terra para tentar fornecer acesso à internet.

Segundo a ESA Operations, a manobra para evitar a colisão foi feita meia órbita antes do possível contato, que foi calculado por especialistas da agência espacial. A probabilidade de choque é de 1 em 1.000, mas isso foi o suficiente para acender o alerta para a entidade europeia.

A questão não é o movimento em si do satélite, mas que esse tipo de ação costuma ser feita para desviar de lixo espacial, e não de satélites ativos, como os da Starlink, da SpaceX. Em 2018, a ESA diz ter feito 28 manobras de para evitar colisões com restos de foguete, espaçonaves e satélites.

Ainda que dessa vez o processo tenha sido feito de forma manual, a ESA afirma que tem trabalhado para automatizar este processo com a ajuda de inteligência artificial. Para isso, a agência precisa de uma aprovação da União Europeia para desenvolver um sistema que detecte colisões e possa tomar decisões.

Com cada vez mais empresas agindo no espaço, existe uma preocupação de que as mega constelações de satélite, como os da Starlink, comecem a atrapalhar algumas atividades no espaço. Por mais que elas tenham iniciativas nobres, como fornecer internet para lugares onde não há conexão, isso implica problemas tanto no trabalho de satélites ativos, como neste caso da ESA, como em observações espaciais. Em junho, a American Astronomical Society expressou sua preocupação com essas iniciativas e de como elas poderiam atrapalhar o trabalho dos astrônomos em observar e monitorar astros.

Se a escolha for entre saber com precisão se um meteoro vai atingir a Terra ou ter internet, acho que ainda prefiro a primeira opção. Apesar de que se haver uma rocha espacial gigante por aqui, seria legal também ter internet para fazer uma live, não?

[ESA]

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