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Alguns pacientes recuperados do coronavírus podem ter sequelas no pulmão

Alguns pacientes que se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) podem ter a capacidade pulmonar reduzida, incluindo falta de ar após atividades físicas moderadas.

Estrutura do novo coronavírus COVID-19

Alguns pacientes que se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) podem ter a capacidade pulmonar reduzida, incluindo falta de ar após atividades físicas moderadas, como andar rápido.

As informações vêm de um estudo da Autoridade Hospitalar de Hong Kong que foi publicado na semana passada, após observarem o primeiro grupo de pacientes que teve alta. Hong Kong teve 155 casos de COVID-19, com quatro mortes. A maioria já teve alta: 84 pacientes, de acordo com as informações do mapa da Universidade Johns Hopkins.

O Dr. Owen Tsang Tak-yin, diretor médico do Centro de Doenças Infecciosas no Hospital Princess Margaret, disse que os médicos estão acompanhando alguns pacientes que tiveram alta, segundo o South China Morning Post.

De 12 pessoas que passaram pelo tratamento e foram curadas, três apresentaram dificuldade para respirar enquanto realizavam alguns testes, como caminhar mais rápido. A análise dos exames pulmonares de nove pacientes infectados no Hospital Princess Margaret encontrou padrões semelhantes em todos eles, sugerindo danos nos órgãos.

Exame mostra dano pulmonar em paciente com coronavírus. Imagem: Lei et al., Radiology, 2020 via ScienceAlert

“Eles ficam ofegantes se andam um pouco mais depressa”, disse Tsang a uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (12). “Alguns pacientes podem ter uma queda de 20% a 30% na função pulmonar [após a recuperação]”.

Os pacientes ainda precisarão fazer testes para determinar exatamente essa perda de função pulmonar. Ainda é preciso avaliar se esses danos serão permanentes e se haverá mesmo fibrose pulmonar, uma condição em que o tecido pulmonar endurece.

É possível que atividades como fisioterapia e treinos cardiovasculares ajudem – a natação, por exemplo, poderia ser aliada na recuperação gradual.

De acordo com um mapa atualizado constantemente pela Universidade Johns Hopkins, desde o início do surto já foram 179.000 casos confirmados pelas autoridades dos países. Desses, 78 mil se recuperaram e 7 mil morreram – a maioria na China e na Itália. A última atualização do Ministério da Saúde diz que há 234 casos no Brasil.

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