Amazon bane 1 milhão de produtos que diziam curar ou proteger do coronavírus

A Amazon disse que já retirou e-books auto-publicados com informações falsas sobre o coronavírus e que tenta conter preços abusivos de itens de saúde.
Máscaras faciais
Imagem: Getty

Se você fizer uma pesquisa na Amazon por “coronavírus”, verá um monte de guias e livros auto-publicados sobre o tema. No caso da Amazon americana, alguns resultados trazem ainda produtos de limpeza pessoal e máscaras faciais. Porém, nas últimas semanas, a companhia baniu mais de 1 milhão de produtos que afirmavam que poderiam curar ou proteger do COVID-19, de acordo com uma reportagem da Reuters.

Essas informações seguem as notícias que saíram no começo da semana que diziam que a varejista online estava alertando vendedores de sua plataforma contra o súbito aumento nos preços das máscaras faciais. A Reuters informa também que nesta semana a Amazon na Itália iniciou uma força-tarefa para conter preços abusivos de máscaras e álcool em gel, após o país registrar um surto com 650 casos e 17 mortes relacionadas ao COVID-19.

Na reportagem, a Reuters aponta que encontrou um comerciante vendendo um pacote de 10 máscaras N95 por US$ 128 – um preço consideravelmente alto, levando em conta que a média de preço do produto era de US$ 41,24.

Ao pesquisar por “máscara N95” na plataforma americana, o Gizmodo descobriu pelo menos um resultado de um pacote com 5 máscaras custa do US$ 175, vendidas por uma loja terceirizada. O preço é muito mais alto do que um pacote com 10 máscaras N95 da 3M que costuma custar US$ 30, conforme os dados do site de monitoramento camelcamelcamel.com. (No entanto, se você procurar pelos preços dos pacotes de 10 máscaras N95 da 3M, parece que os preços atingiram um pico a US$ 245 a partir de vendedores terceirizados).

Pesquisa por máscaras N95 na AmazonUma captura de tela do que aparece quando você pesquisa por máscaras N95. Imagem: Victoria Song

O Gizmodo procurou a Amazon para obter mais esclarecimentos sobre o que se considera “impreciso” e em que momento um produto é considerado inflacionado demais, mas não recebemos uma resposta até o momento dessa publicação. Dito isso, um porta-voz da Amazon disse à Reuters que a empresa pode remover ofertas quando o preço é “significativamente mais alto do que os preços recentes oferecidos dentro ou fora da Amazon”. Também observou que a Amazon monitora os preços abusivos e as informações falsas por meio de revisão automática e manual.

No entanto, não fica claro se as “informações falsas” também se aplicam aos muitos e-books auto-publicados que se encaixam no ciclo de notícias do coronavírus. Uma pesquisa rápida na Amazon mostrou dezenas de títulos, com muitos afirmando fornecer informações precisas sobre a melhor forma de se proteger a si mesmo ou a uma família.

Enquanto a maioria parece regurgitar a informação prontamente disponível, pelo menos um afirma que a COVID-19 é o “Bug de Satanás“. Há também uma série de suplementos vitamínicos que aparecem nas buscas de coronavírus, que não foram comprovados para curar resfriados e muito menos um novo vírus contagioso.

Tudo isto para dizer que, se possível, não compre itens para se proteger do coronavírus a partir da Amazon. Ou, informe os preços ultrajantes que você vê. Além disso, uma dose saudável de bom senso e ceticismo é sempre bem-vinda. As recomendações do Ministério da Saúde estão disponíveis aqui e não há recomendação expressa para o uso de máscaras faciais, a menos que você apresente sintomas.

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