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Amazon está distribuindo “coletes tecnológicos” para evitar atropelamentos por robôs em seus armazéns

A Amazon começou a distribuir um “novo dispositivo vestível de segurança no trabalho” em mais de 25 locais durante o ano passado, informou o TechCrunch na sexta-feira (18). Ele é um “colete de tecnologia robótica” que alerta os robôs sobre a localização dos funcionários dentro de um armazém, de modo a evitar acidentes de trabalho. […]

Julio Cortez/AP

A Amazon começou a distribuir um “novo dispositivo vestível de segurança no trabalho” em mais de 25 locais durante o ano passado, informou o TechCrunch na sexta-feira (18). Ele é um “colete de tecnologia robótica” que alerta os robôs sobre a localização dos funcionários dentro de um armazém, de modo a evitar acidentes de trabalho.

O colete em questão possui sensores integrados que permitem aos robôs da Amazon detectar obstáculos (neste caso, humanos) e manobrar para contorná-los. O vice-presidente da Amazon Robotics, Brad Porter, disse ao TechCrunch que, anteriormente, os trabalhadores tinham que registrar manualmente suas localizações nas instalações da Amazon para evitar colisões com robôs:

“Todos os nossos sistemas robóticos empregam vários sistemas de segurança, desde materiais de treinamento a barreiras físicas à entrada, passando por controles de processo e sistemas a bordo”, disse Brad Porter, vice-presidente da Amazon Robotics, ao TechCrunch. “No passado, os funcionários marcavam a grade de células em que estavam trabalhando para permitir que o planejador de tráfego robótico percorresse com inteligência essa região. O que o colete permite que os robôs façam é detectar humanos de uma distância maior e atualizar de forma inteligente o seu plano de viagem para evitar obstáculos sem a necessidade de o empregado delimitar explicitamente essas zonas.”

Como o TechCrunch observou, a OSHA (Administração de Saúde e Segurança do Trabalho dos EUA) adverte que estudos sugerem que muitos acidentes com robôs nos locais de trabalho nos Estados Unidos “ocorrem durante condições operacionais não rotineiras, como programação, manutenção, testes, atualizações ou ajustes”, quando os trabalhadores podem estar “temporariamente dentro do alcance operacional do robô”.

A Amazon está se caminhando a todo vapor para a instalação de mais e mais robôs em seus centros de distribuição. Durante a temporada de festas de 2018, a empresa contratou menos funcionários temporários, mas quebrou seus recordes de entregas, um sinal claro de que a automação está alimentando o crescimento da empresa.

Porter acrescentou em sua declaração ao TechCrunch que o colete tem sido um “grande sucesso” e registrou “um milhão de ativações únicas”.

A Amazon certamente tem motivos para investir em segurança. Sua equipe tem repetidamente reclamado de longas jornadas de trabalho, vigilância constante e pagamentos injustos, além de lesões evitáveis ​​em seus armazéns lotados.

Em abril passado, o Conselho Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional divulgou um relatório afirmando que a Amazon era um dos locais de trabalho mais perigosos do país. A organização escreveu que o CEO Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, construiu grande parte de seu patrimônio “em um modelo de negócios que apresenta um ritmo de trabalho implacável e monitoramento constante dos funcionários”. Entre 2013 e a publicação do relatório, o Conselho descobriu que sete trabalhadores haviam morrido nos armazéns da Amazon.

Dois foram supostamente atingidos por veículos de grande porte e dois foram mortos por empilhadeiras, mas um foi “morto após ser arrastado e esmagado por uma correia transportadora em um depósito da Amazon em Avenel, Nova Jersey” em 2013. Outro foi “atropelado e imobilizado até a morte por um carregador de paletes em um depósito da Amazon em Carlisle, Pensilvânia” em 2014, de acordo com o relatório.

Mais tarde, em 2018, uma investigação do Guardian descobriu “inúmeros casos” de acidentes de trabalho ou outros ferimentos na cadeia de suprimentos labiríntica da Amazon, com muitos dos trabalhadores “desabrigados, incapazes de trabalhar ou privados de receber sua renda”.

Mais recentemente, dezenas de trabalhadores ficaram feridos em dezembro de 2018, quando, de acordo com o Washington Post, uma “máquina automatizada” atingiu e quebrou uma lata de 250 ml de repelente de urso — contendo, entre outras coisas, a capsaicina, a substância química que deixa a comida picante e, em quantidades elevadas, é um poderoso irritante.

[TechCrunch via Engadget]

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