_Amazon

Como as câmeras do Amazon Fire Phone conseguem saber onde você está

O Amazon Fire Phone tem perspectiva dinâmica — o famoso efeito 3D — e ela funciona quase como mágica. Quando você olha para o telefone e vai fazendo movimentos com ele, o Fire Phone te olha de volta e muda aquilo que você vê. Mas não é feitiçaria, é tecnologia, uma tecnologia incrível. Entenda como […]

O Amazon Fire Phone tem perspectiva dinâmica — o famoso efeito 3D — e ela funciona quase como mágica. Quando você olha para o telefone e vai fazendo movimentos com ele, o Fire Phone te olha de volta e muda aquilo que você vê. Mas não é feitiçaria, é tecnologia, uma tecnologia incrível. Entenda como ela funciona, mesmo no escuro.

SAIBA MAIS: Conheça o Amazon Fire Phone e descubra o que ele pode fazer

Em resumo, a perspectiva dinâmica da Amazon é uma tecnologia de reconhecimento facial e acompanhamento semelhante às que temos visto em câmeras de smartphones e em point-and-shoots há muito tempo. A detecção do rosto e o foco automático estão na maior parte dos smartphones e funcionam até bem. Você aponta sua câmera para alguém, a máquina mostra um quadradinho em torno do rosto da pessoa e ajusta o foco sozinha.

A tecnologia de reconhecimento facial da Amazon usa o mesmo conceito, mas num nível muito mais sofisticado. Ela não tenta só detectar seu rosto e focá-lo. Ela consegue acompanhar a posição do seu rosto e dos seus movimentos com uma precisão extrema e depois usa isso de várias formas diferentes.


No exemplo que você pode ver na imagem de destaque, a pessoa está movendo a cabeça e isso faz com que o mapa, o papel de parede ou o que quer que ela esteja vendo se movimente junto, para criar um efeito 3D. O Google está trabalhando em algo semelhante, de forma que o efeito possa ser usado para olhar em volta em video games. Mas além de propiciar o efeito 3D, as câmeras do Fire Phone observam os movimentos da sua cabeça e a inclinação do telefone e usam esses sinais para scrolar uma página ou revelar informações adicionais e configurações.


Para fazer isso, a Amazon precisa de perspectiva e usa câmeras especializadas que fazem medições precisas da posição da sua cabeça várias vezes por segundo. Jeff Bezos disse que eram 60 vezes por segundo, mas foi só um exemplo.


As câmeras do Fire Phone têm um campo de visão de 120 graus, muito maior que os 72 graus das câmeras padrão. Como Bezos explicou, o campo de visão maior permite que o Fire Phone consiga acompanhar melhor os movimentos — sem isso, a perspectiva dinâmica seria impossível.

As câmeras do Fire Phone monitoram a posição da sua cabeça em relação ao centro em coordenadas X, Y e Z, assim como o ângulo do rosto para a direta ou esquerda. Dependendo de quanto e quão rápido o seu rosto de move, você pode obter variações ou efeitos totalmente diferentes na resposta do telefone.

A fim de monitorar seu rosto em três dimensões, o telefone precisa fazer medições a partir de duas câmeras, assim como você precisa de dois olhos para conseguir enxergar em três dimensões. O telefone funciona com quatro câmeras no total — uma em cada canto — porque todos nós usamos nossos telefones em posições diferentes e os seguramos de várias formas, dependendo da situação ou do aplicativo que estamos usando. Um algoritmo determina quais são as duas câmeras que estão retornando os melhores dados cada vez que se troca a posição do telefone.


Além disso, o recurso 3D funciona mesmo que você está no escuro. Cada uma das câmeras têm LEDs que fazem com que elas possam ver o usuário, mesmo quando há pouca ou nenhuma luz.

Além do hardware, há um banco de dados de milhões de rostos que a Amazon afirma ter levado anos para montar. A enorme base de dados ajuda o telefone a identificar com precisão as variações que o rosto de uma pode ter e evitar falsos positivos. Por exemplo: o telefone pode te identificar mesmo que você esteja contra a luz ou usando um chapéu. E não vai travar em objetos que se parecem com rostos mas não o são, como a imagem de uma pessoa num cartaz.

Tudo isso é realmente impressionante e único, mas ainda precisamos fazer mais testes para saber se essa tecnologia é mais que um chamariz para compradores. Depois de um hands-on com o Fire Phone nós ainda não estávamos completamente convencidos de que dar scroll numa página apenas inclinando a cabeça ou fazer com que um menu apareça com um movimento realmente faz com que um telefone seja melhor que os outros, embora tudo tenha funcionado conforme o prometido.

A grande esperança é saber que estamos vendo só o começo. A perspectiva dinâmica da Amazon poderá dar aos desenvolvedores a oportunidade de trabalhar com os dados angariados pelos telefones e descobrir novas maneiras de utilizá-los. O telefone tem até gestos para atalhos. Temos que esperar para ver se terceiros poderão usar a tecnologia da Amazon para fazer o que a empresa não conseguiu: inventar usos para a perspectiva dinâmica que façam com que a gente sinta que não pode mais viver sem ela.

 

Sair da versão mobile