Em meio a aumento de casos de Covid-19 nos EUA, Amazon irá parar de testar funcionários

A empresa disse que os trabalhadores agora podem "escolher" fazer o teste ou não.
Imagem: Damian Dovarganes (AP)

A pandemia de coronavírus nos Estados Unidos deve ter acabado porque, caso contrário, a decisão da Amazon de encerrar os testes gratuitos para funcionários em seus depósitos pode parecer um tanto imprudente.

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De acordo com o site Information, a companhia disse aos trabalhadores que os testes de coronavírus em seus centros de logística serão interrompidos em 30 de julho, mesmo com as baixas taxas de vacinação em alguns dos estados onde a empresa opera. Por exemplo, dados da Mayo Clinic mostram que Arkansas, Alabama e Mississippi têm taxas de vacinação abaixo de 40%.

A desculpa da Amazon para os funcionários é que as medidas de segurança implementadas até agora já colocaram a empresa de volta no “caminho do normal”, e que o acesso aos testes de coronavírus agora é generalizado.

“Testes gratuitos para Covid-19 estão amplamente disponíveis e nossos funcionários têm muitas opções para eles, inclusive por meio de provedores de saúde e locais públicos de testagem”, escreveu a empresa na nota aos funcionários. Pelo menos um trabalhador do depósito em Minnesota disse à Information que os protocolos de segurança em seu local de trabalho, como verificações de temperatura antes de entrar nas instalações, não são mais observados rotineiramente, embora os funcionários que não receberam a vacina ainda sejam obrigados a usar máscaras.

De acordo com o rastreador da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, os casos confirmados do vírus nos EUA aumentaram mais uma vez. A variante Delta do coronavírus pode ser até 225% tão infecciosa quanto o vírus original que iniciou a pandemia mundial, e agora é a cepa dominante em todo o país. 

Autoridades de saúde em algumas regiões dos EUA estão considerando a reimplementação de medidas de segurança, como o uso de máscaras, de acordo com o Washington Post. Embora os estudos tenham verificado que as vacinas existentes são eficazes contra a variante Delta, aqueles que não conseguiram tomar vacina, têm uma condição médica rara que os impede de fazê-lo ou que simplesmente se recusam a tomar a dose, têm risco aumentado. A pandemia pode se estender por um longo tempo, mesmo que as potenciais ondas futuras não venham com o mesmo grau de hospitalização ou morte visto nas anteriores.

“A maioria das pessoas será vacinada, ou já foi infectada, ou pegará essa variante Delta”, disse o ex-comissário da Food and Drug Administration, Scott Gottlieb, à CBS no início deste mês. “E para a grande parte das pessoas que têm contato com variante Delta, esse será o vírus mais sério que irão pegar em suas vidas em termos de risco de hospitalização”.

A diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, Rochelle Walensky, disse em coletiva na sexta-feira passada (16) que as infecções nos Estados Unidos aumentaram 70% em apenas uma semana, com as mortes subindo 36%. “Isso está se tornando uma pandemia de pessoas não vacinadas. Se você permanecer não vacinado, estará em risco”, alertou.

Durante a pandemia, os trabalhadores em alguns armazéns da Amazon fizeram greves em protesto contra as precauções suficientes no local para protegê-los contra surtos de coronavírus, e inúmeros armazéns foram atingidos por casos.

No pico de testagem, a Amazon informou que aproximadamente 50 mil trabalhadores por dia estavam recebendo testes. Um porta-voz da empresa disse que a empresa vai considerar a reimplementação dos testes de coronavírus se as autoridades de saúde federais, estaduais ou locais aconselharem isso, de acordo com o The Verge .

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Algumas outras empresas estão indo na direção oposta, tornando-se mais cautelosas sobre seus planos de retornar às operações normais em meio à pandemia. Por exemplo, a Apple está atrasando a data de retorno ao escritório em pelo menos um mês (não antes de outubro). O Facebook e o Google, por sua vez, tornaram opcional o retorno ao escritório em um futuro próximo.

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