Ancestrais humanos serviam de comida para predadores na era glacial

Um fêmur mordido por uma hiena encontrado em uma caverna na África dá força à teoria de que hominídeos serviam de comida para carnívoros grandes.

Humanos lutam entre si há milhares de anos, mas nossos ancestrais tinham que se preocupar com diferentes tipos de assassinos selvagens. Como um enorme fêmur antigo destaca, nem sempre estivemos no topo da cadeia alimentar.

Meio milhão de anos atrás, durante o Pleistoceno, acredita-se que humanos e nossos ancestrais hominídeos competiam por comida e espaço com grandes carnívoros. Mas até agora, havia pouca evidência da luta entre um homem e uma besta neste período do tempo. É por isso que este fêmur de 500.000 anos de idade, descoberto em um sítio próximo a Casablanca, em Marrocos, é uma descoberta arqueológica muito importante.

O osso carrega marcas de dentes de uma hiena, sugerindo que seu dono azarado ou foi caçado ou limpado pouco depois de sua morte. De qualquer forma, é uma pista de que antes das pessoas viverem em abrigos permanentes ou mesmo antes do domínio do fogo, nós servíamos de lanche para outros carnívoros. A descoberta, liderada por Camille Daujeard do Museu de História Natural da França, foi publicada a PLOS One.

O fêmur pertence a um Homo rhodesiensis, um ancestral do humano moderno que viva em cavernas e locais a céu aberto no norte da África durante o Pleistoceno. Apesar de não dominarem o fogo, os Homo rhodesiensis eram caçadoras habilidosos, acreditam cientistas.

“Sabemos que hominídeos [no Pleistoceno] eram capazes de abater presas gigantes e expulsar grandes carnívoros dos seus habitats,” disse Daujeard ao Gizmodo. Mas imaginar caçadores do Pleistoceno como predadores pode ser ver a história dos hominídeos através de um óculos cor-de-rosa.

A Grotte à Hominidés, a caverna onde o fêmur foi descoberto, é um importante sítio arqueológico que foi usado como abrigo por pequenos e grandes carnívoros durante o Pleistoceno. Estudos feitos nos restos do Homo rhodesiensis revelam diversas fraturas e marcas de dente.

“Este osso traz a primeira evidência do consumo de restos humanos por carnívoros nesta caverna do norte da África,” disse Daujeard. Ela lembrou que outros predadores, como gatos dente-de-sabre, chacais e o babuíno gigante extinto também podem ter dado algumas mordidas em hominídeos.

Mais trabalho precisa ser feito antes de confirmar a hipótese, e Daujeard está continuando sua recente descoberta com estudos de outras cavernas com carnívoros. Mas está claro que nossos ancestrais do Pleistoceno precisavam ser durões. Não consigo imaginar um humano moderno resistindo muito tempo em uma caverna com uma hiena sedenta por sangue.

[PLOS One]

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