Dez anos do primeiro smartphone Android: parabéns, robozinho!

2008 foi um baita ano para o Google. Foi quando eles lançaram o Chrome, que é o navegador mais utilizado no mundo, e também quando foi apresentado o primeiro smartphone com sistema Android, que surgia como alternativa ao iPhone — nessa época, a Apple já estava na segunda versão de seu aparelho, e a Nokia […]

2008 foi um baita ano para o Google. Foi quando eles lançaram o Chrome, que é o navegador mais utilizado no mundo, e também quando foi apresentado o primeiro smartphone com sistema Android, que surgia como alternativa ao iPhone — nessa época, a Apple já estava na segunda versão de seu aparelho, e a Nokia era a maior fabricante de celulares do mundo.

A história do sistema Android, em si, é anterior a 2008. A plataforma surgiu com Andy Rubin em 2003, quando ele começou a desenvolver um sistema operacional de código aberto. O Google, então, vendo a evolução da plataforma, resolveu comprar a companhia de Rubin.

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Se você não é velho o suficiente, saiba que o primeiro smartphone com o sistema Android foi o T-Mobile G1 nos EUA (ou HTC Dream, como foi chamado em outros mercados), lançado em 22 de setembro de 2008. Ele era um dispositivo fruto de uma parceria com a operadora norte-americana T-Mobile, o Google e a HTC (com o tempo, o Google gostou tanto da fabricante taiwanesa que comprou quase toda a companhia em 2017).

Este aqui é o G1. Crédito: Divulgação

Era um “smartphone híbrido” por contar com um teclado físico e uma tela full-touchscreen. Ele contava com um processador Qualcomm de 528 MHz, 256 MB de RAM e possibilitava até 16 GB de armazenamento (com cartão microSD). A tela era de 3,2 polegadas, a bateria de 1.150 mAh, e uma câmera traseira de 3,2 megapixels — esse negócio hedonista de selfie chegou só após algum tempo.

No Brasil, os primeiros Androids começaram a chegar em 2009. Foi bem na época em que comecei a trabalhar cobrindo tecnologia. Os modelos chegaram aqui a preços altíssimos para a época. O Galaxy i7500 tinha preço sugerido de R$ 1.799; já o HTC Magic levou um pouco mais de tempo para chegar, e custava algo em torno de R$ 1.200. Interessante que com esses valores, hoje em dia, daria para comprar aparelhos intermediários.

Desses, lembro-me de ter testado o HTC Magic em 2010. Além de ter um trackball para facilitar a navegação por páginas, o que me impressionou na época era a qualidade da tela touchscreen, que lembrava a do iPhone pela fluidez.

O que me irritou — e que, infelizmente, ocorria muito na época — era o fato de ter portas proprietárias. Não tinha isso de padrão mini-USB/micro-USB em todos aparelhos para carregar. Alguns, inclusive, usavam entradas proprietárias para fone de ouvido, que meio que obrigava a pessoa a usar apenas os acessórios da marca. Além disso, a câmera de 3,2 megapixels do Magic só tirava fotos, não possibilitava gravar vídeos.

HTC Magic. Crédito: Divulgação

Depois dessa etapa inicial, com a ajuda da Open Handset Alliance (grupo de empresas de tecnologia liderado pelo Google), o Android se espalhou entre as principais fabricantes — exceto a Nokia, BlackBerry e Apple, que tinham plataformas próprias na época.

Dez anos após o primeiro aparelho lançado, o Android está cada vez em mais dispositivos: além de tablets, TVs, relógios, carros e aparelhos de casa inteligente já são equipados com a plataforma do Google.

Abaixo, segue uma linha do tempo com os principais marcos do sistema Android que, desde o início de comercialização de produtos, adota os nomes de doces/sobremesas:

2008 – Primeiro smartphone Android 
2008 – Lançamento da Android Market (que depois seria Google Play)
2009 – Android 1.5 Cupcake
Principais novidades: suporte à Bluetooth e teclado virtual
2009 – Android 1.6 Donut
Principal novidade: caixa de pesquisa rápida
2009 – Android 2.0 Eclair
Principais novidades: navegação no Maps e conversão de voz em texto
2010 – Android 2.2 Froyo
Principal novidade: capacidade de transformar o telefone em hotspot portátil
2010 – Android 2.3 Gingerbread
Principais novidades: melhoria no gerenciamento de bateria, e nas funções de seleção (copiar e colar)
2011 – Android 3.0 Honeycomb
Principal novidade: suporte a diferentes formatos de tela, inclusive tablets
2011 – Android 4.0 Ice Cream Sandwich
Principais novidades: pastas, bandeja de apps, widgets e gestos
2012 – Android 4.1 Jelly Bean
Principais novidades: Google Now, novo sistema de notificações e ditado de escrita offline
2013 – Android 4.4 KitKat
Principal novidade: Comandos de voz via “Ok, Google”
2014 – Android 5.0 Lollipop
Principais novidades: redesign e modo não perturbe
2015 – Android 6.0 Marshmallow
Principais novidades: Google Now on Tap e suporte à uso de digital para desbloqueio
2016 – Google I/O – 2 bilhões de dispositivos Android
2016 – Android 7.0 Nougat
Principais novidades: economia de dados na navegação, suporte a múltiplas janelas e emojis
2016 – Android Auto no Brasil
2017 – Android 8.0 Oreo
Principais novidades: picture in picture, preenchimento automático e notificações mais simples
2017 – Android Oreo (Go edition) – versão do Android para smartphones simples
2018 – Android Go no Brasil
2018 – Android Pie
Principais novidades: Controle de uso de celular e navegação por gestos

Em 2018, o Android, segundo a consultoria Gartner, tem uma participação de mercado de 85% no setor de smartphones, enquanto o restante pertence à Apple, com seus aparelhos iOS. Com grandes poderes vêm também grandes responsabilidades, como já diria o tio de Peter Parker. O domínio fez com que o Google recebesse um multa gigantesca na União Europeia por abuso da abrangência da plataforma.

Vida longa ao Android, que ajudou a popularizar os smartphones, porém que seja uma vida aproveitada com moderação, né? Lidar com dados pessoais de bilhões de pessoas exige que cada vez mais a empresa seja transparente e dê mais opções de privacidade aos consumidores.

Infelizmente, não há grande concorrência e a Apple não dá sinais de que queira entrar na briga do volume (ao contrário, a companhia da maçã tem aumentado consideravelmente o preço de seus aparelhos). O que nos resta é contar com a boa vontade do Google em “não ser mau”.

Diz aí pra gente, qual foi seu primeiro Android?

Imagem do topo: Flickr/zallio/CC 2.0

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