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Android 11 vai limitar apps de câmera para evitar que seus dados sejam roubados

De olho na segurança, a próxima versão do Android vai obrigar que apps que tiram fotos e vídeos usem a câmera do próprio smartphone.

Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

Faltando pouco tempo para a chegada oficial do Android 11, o Google confirmou uma mudança importante em como o sistema operacional lidará com o uso da câmera em aplicativos de terceiros.

A partir da nova versão, todos os apps serão obrigados a utilizar a câmera nativa do próprio smartphone, seja para tirar fotos ou gravar vídeos. Com a decisão, muitas ferramentas que possuem uma função de câmera embutida, e isso também inclui apps específicos de câmera, não poderão mais defini-la por padrão sempre que você abrir esses programas.

A informação foi mencionada pela equipe de engenharia do Android no dia 17 de agosto e confirmada ao The Verge nesta quinta-feira (20). O objetivo é proteger melhor os dados de localização dos usuários, garantindo que esses dados “sejam processados corretamente com base nas permissões de localização definidas no aplicativo”, conforme explicou o Google em uma nota adicionada ao relatório de mudanças recentes do beta do Android 11.

Quase sempre que você tira uma foto no seu celular, o app de câmera guarda das coordenadas exatas do lugar onde a imagem foi capturada. Pensando nisso, o Google quer impedir que aplicativos que utilizam a câmera possam burlar o sistema de permissões do Android e coletar silenciosamente dados da sua localização.

Para se ter uma ideia do quão invasivo são esses aplicativos, só em 2019 foram descobertos mais de mil ferramentas Android que, usando conexões Wi-Fi e dados de fotos do app de câmera, contornavam as restrições do software, para então desviar informações pessoais dos usuários sem que eles soubessem. E pior: isso acontecia mesmo depois que os usuários negavam permissões de uso.

Um exemplo é o Shutterfly, popular aplicativo de edição de imagens que foi acusado de coletar em segredo a localização dos usuários a partir das fotos, e depois transmitir essas informações para os servidores da empresa. O Shutterfly negou as acusações e disse que coleta dados somente após receber autorização explícita dos usuários.

Imagem: Gizmodo

E os milhares de aplicativos de câmera que podemos encontrar na Play Store? Bom, eles não vão desaparecer, o que significa que ainda será possível baixar aquelas ferramentas com centenas de filtros e efeitos para mudar a aparência. Como diz o documento o Google: “Essa mudança não afeta a capacidade dos usuários de instalar e usar qualquer app de câmera para capturar imagens ou vídeos diretamente. Um usuário pode definir um aplicativo de câmera de terceiros como o app de câmera padrão”.

A principal diferença é que, se você estiver em um aplicativo Android (um que ainda não tenha uma câmera embutida) e for tirar uma foto, na hora ele vai direciona-lo para o app de câmera nativo do seu smartphone.

Sem dúvida, é uma adição pequena, mas bastante significativa no que diz respeito à segurança do Android. A pergunta que ainda fica é: por que o Google não bane de uma vez os inúmeros aplicativos câmera que roubam dados dos usuários? Possivelmente porque acabaria com a maior parte da biblioteca de apps da Play Store. Então o jeito é se contentar com essa abordagem, pelo menos por enquanto.

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