A AOL poderia ter se tornado a dona do Facebook e do YouTube

Jon Miller, ex-CEO da AOL, afirmou que em 2006 a empresa tentou comprar o YouTube e o Facebook e que Zuckerberg recusou a oferta de US$ 1 bilhão.
Foto: Associated Press

Você consegue imaginar um mundo em que a AOL fosse dona do YouTube e do Facebook? Parece incrivelmente entediante. E isso quase chegou a ser realidade, de acordo com o ex-CEO da AOL, Jon Miller.

Em uma entrevista à CNBC publicada na quinta-feira (15), Miller revelou que em 2006 a empresa tentou comprar o YouTube e o Facebook.

Miller disse à CNBC que conversou com os fundadores do YouTube Chad Hurley, Jawed Karim e Steven Chen duas vezes em 2006. Miller disse que também falou com Mark Zuckerberg em 2006, quando o Facebook teria rejeitado a oferta de US$ 1 bilhão do Yahoo para comprar rede social.

“Queríamos fazer algumas tentativas”, disse Miller à CNBC. “Nós estávamos à frente para comprar o YouTube antes de qualquer outra pessoa. Tivemos a oportunidade de entrar em contato com o Facebook quando o Yahoo sofreu uma desestabilização.”

Miller disse ainda que, dois anos antes, em 2004, a AOL tentou obter mais de 20% das ações da Tencent, a empresa chinesa por trás do WeChat, que hoje é uma das maiores plataformas de rede social do mundo.

Mas, claro, nenhuma dessas conversas foi bem-sucedida. Miller culpou o conselho da Time Warner. A AOL adquiriu a Time Warner em 2000, dois anos antes de Miller se tornar CEO. Como relatado pela CNBC, a Time Warner começou a assumir o controle da AOL porque a receita do serviço de internet estava diminuindo, e a Time Warner não estava interessada em mais empresas focadas na Internet.

“Em todas as tentativas, não conseguimos apoio”, disse Miller à CNBC. “Sabíamos que precisávamos nos arriscar para mudar a trajetória — o que estávamos fazendo não era suficiente. Necessário, mas não suficiente. E foi muito difícil quando não conseguimos nos arriscar no que teriam sido grandes mudanças no jogo.”

Desde então, o YouTube e o Facebook cometeram muitos erros que alteraram o curso da civilização.

Para citar algumas das manchas no histórico recente do YouTube, o site criou um algoritmo de recomendação que explora crianças e leva as pessoas a ir mais a fundo em visões extremistas e ideias conspiratórias. E é usado como uma plataforma para adultos idiotasabusadores de crianças , supremacistas brancos e teóricos da conspiração perigosos.

O Facebook, por outro lado, permitiu a interferência russa nas eleições americanas, permitiu que a Cambridge Analytica obtivesse indevidamente dados pessoais de 87 milhões de usuários, desempenhou um papel importante no genocídio de Mianmarcompartilhou dados de usuários com outras empresas sem informar as pessoas e expôs os dados de até 50 milhões de usuários em uma violação de segurança.

Tudo isso é só a ponta do iceberg.

Você sabe o que a AOL fez nos últimos 13 anos?

Eu vou esperar.

Certo, nada que você saiba — além de perder o AIM e o Shingy, junto com a maior parte da relevância que o império America Online já teve.

Talvez se a AOL tivesse sido bem-sucedida em suas tentativas de comprar esses gigantes da tecnologia, ou pelo menos adquirir parte delas, a empresa estaria em uma posição melhor agora. Mas gostaríamos de imaginar um universo em que a AOL engoliu e estragou todos eles.

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