Aparentemente as pessoas não entendem muito bem as TVs 3D

Parece que ainda há bastante gente confusa sobre o que significa exatamente a tecnologia 3D nas televisões. Veja, por exemplo, essa pesquisa sem sentido do instituto Gfk, que queria saber se as pessoas estavam interessadas no assunto. Aparentemente quem encomendou o estudo não sabia do que se tratava, assim como quem escreveu este texto no site da revista Info e em outros jornais por aí, para produzir este título: "Mesmo com 3D, brasileiro prefere LCD/Plasma". Hein?

Parece que ainda há bastante gente confusa sobre o que significa exatamente a tecnologia 3D nas televisões. Veja, por exemplo, essa pesquisa sem sentido do instituto Gfk, que queria saber se as pessoas estavam interessadas no assunto. Aparentemente quem encomendou o estudo não sabia do que se tratava, assim como quem escreveu este texto no site da revista Info e em outros jornais por aí, para produzir este título: "Mesmo com 3D, brasileiro prefere LCD/Plasma". Hein?

Calma, fica pior. Diz a Gfk, um instituto de pesquisa grande fora do Brasil.

Apesar de ser conhecida por apenas 41% dos participantes da pesquisa da GfK, a TV de LCD/Plasma é, no entanto, a mais cobiçada pelos brasileiros. 49% dos entrevistados optariam pelo modelo se fossem comprar uma televisão hoje e os preços fossem semelhantes. A TV 3D com óculos aparece em seguida, lembrada por 27% dos consultados, e a TV de LED recebeu 15% das indicações.

Esclarecendo: o 3D é uma função, ou melhor, uma capacidade da TV, como é a resolução Full-HD. Plasma e LCD são duas tecnologias distintas de paineis e circuitos – o LED é uma subdivisão do LCD: ao invés de iluminação por CCFL, usa-se LEDs, que consomem menos, permitem designs mais finos e melhoram a qualidade e constraste da imagem em alguns casos. As TVs 3D podem ser de plasma, LCD ou LCD com LED. Se você comprar uma, vai ter uma TV normal em 99% do tempo. Quando quiser ver algo em 3D, e a opção estiver disponível, basta apertar um botão no controle remoto e colocar os óculos.

Ou seja: a pesquisa não faz qualquer sentido. É como perguntar se a pessoa prefere um iPhone, Android, ou câmera de 5 MP. 

De todo modo, o estudo da Gfk mostra que ainda há bastante gente mal informada sobre o assunto, o que aumenta ainda mais a rejeição pela tecnologia. O raciocínio do consumidor faz bastante sentido: "já não bastam mandar eu comprar uma TV nova um ano depois da minha Full-HD, ainda querem que eu use óculos, pra um negócio que vai me dar dor de cabeça!"

Pobre 3D. Ele é legal e não devia sofrer assim. A verdade é que a capacidade 3D de uma TV é dada quase que 100% por causa de um processador novo, além do transmissor. Algo que, com o tempo definitivamente vai baratear. Assim como é impossível achar uma TV não-full-HD aqui na Europa (algo impensado há menos de 2 anos), todos os executivos com quem conversei aqui na IFA disseram que o 3D (a opção!) será um padrão e você não deve ter que pagar a mais por isso. Não gosta, não ligue.

Antes que você digite "eu só vou usar quando não precisar de óculos" nos comentários, saiba que este tipo de tecnologia está avançando um pouco mais rápido que eu imaginava – mas deve demorar ainda uns bons 5 anos para chegar ao mercado com qualidade satisfatória. Há soluções interessantes para TVs pequenas, como a tecnologia Parallax da Sharp que a Kat gostou(eu nem tanto), e protótipos da Philips que funcionam bem em telas maiores. A empresa trouxe um modelo desses há alguns anos para São Paulo, mas era algo meio olho mágico, que só funcionava se você estivesse perfeitamente em frente à imagem, e a definição deixava a desejar.

O novo protótipo, mostrado na IFA, não tem a imagem com a mesmíssima resolução de uma Full-HD com óculos de obturação ativa, mas chega perto – e a fluídez é até melhor. As imagens não saltam da tela, mas o filme parece ser mais profundo. E o mais interessante é que já é possível ver de vários ângulos. Como, eu ainda não descobri, mas a tecnologia promete.

* O Gizmodo Brasil viajou para Berlim para cobrir a IFA a convite da Philips.

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