Apneia do sono pode causar aneurisma abdominal, segundo estudo
Uma pesquisa da Universidade do Missouri, nos EUA, revelou que a apneia obstrutiva do sono (AOS) pode aumentar o risco de aneurisma da aorta abdominal (AAA).
O aneurisma da aorta abdominal é uma condição que pode ser fatal e ocorre com a dilatação da aorta, principal artéria do corpo humano, na região abdominal. Com o rompimento do aneurisma, há um grande risco de hemorragia na aorta.
Para entender a ligação entre a apneia do sono e o risco de aneurismas, os cientistas realizaram experimentos em ratos.
Eles estudaram a hipóxia intermitente — ou seja, os períodos de falta de oxigênio no corpo — simulando as condições da apneia do sono. Os resultados mostraram que a apneia do sono aumentou o risco de aneurisma nesses animais.
Aliás, a apneia do sono está relacionada a várias doenças cardiovasculares, e essa descoberta sugere um possível mecanismo da apneia como responsável pelo desenvolvimento de aneurisma.
Como a apneia aumenta o risco de aneurisma?
De acordo com o estudo, durante a apneia do sono, a privação de oxigênio libera enzimas metaloproteinases de matriz (MMPs, da sigla em inglês). Essas enzimas podem quebrar a matriz extracelular, causando o enfraquecimento da aorta.
Segundo Luis Martinez-Lemus, um dos autores do estudo publicado na última quarta-feira (25), a hipóxia intermitente não consegue causar aneurismas por si só.
No entanto, a apneia do sono pode piorar a estrutura da aorta em pacientes com aneurisma da aorta abdominal que apresentam outras condições metabólicas, como obesidade.
Neekun Sharma, co-autor do estudo, afirma que o aneurisma da aorta abdominal é uma condição que, geralmente, passa despercebida, até se romper. Portanto, segundo o cientista, é importante a detecção e intervenção precoce de aneurisma.
Além disso, o pesquisador ressalta a necessidade de mais pesquisas para compreender como esse tipo de aneurisma se desenvolve, sobretudo no contexto da apneia.
Desse modo, é possível implementar melhores estratégias de acompanhamento e, possivelmente, novos tratamentos para retardar o progresso do aneurisma.