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Após presídio em SP ativar bloqueador de celular, detentos tentam reclamar com operadoras

A falta de bloqueador de celular nos presídios do Brasil é um problema: membros de facções criminosas usam celular para coordenarem ações dos que estão fora do presídio. Nós já vimos a que ponto isso chega: detentos passando horas fazendo conferências via celular. Mas quando o bloqueador existe e funciona, chega a ser engraçado. Segundo […]

A falta de bloqueador de celular nos presídios do Brasil é um problema: membros de facções criminosas usam celular para coordenarem ações dos que estão fora do presídio. Nós já vimos a que ponto isso chega: detentos passando horas fazendo conferências via celular. Mas quando o bloqueador existe e funciona, chega a ser engraçado.

Segundo a Folha, uma prisão em Mogi das Cruzes (SP) recebeu um bloqueador para interceptar ligações de celulares. Aparentemente, os detentos não sabiam, achavam que era problema na rede e tentavam ligar para o SAC. “Somente para o SAC da TIM, foram 23 tentativas nos três primeiros dias”, diz o jornal.

É que o bloqueador identifica todas as ligações feitas no perímetro da prisão, e deixa que elas sejam feitas – mas impede que sejam completadas. Em vez disso, o sistema grava a data, horário e número discado. Quem está fora da prisão não consegue ligar para celulares dentro dela.

Segundo relatório da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), nos primeiros nove dias de testes foram detectados 1.513 chips dentro da prisão. Isso inclui os celulares dos funcionários e dos visitantes, mas ainda é muito. São cerca de 2.000 detentos nesta prisão.

O bloqueador usado no presídio, com software da brasileira Innovatech, interfere em aparelhos com tecnologia GSM ou rádio (Nextel). O sistema com bloqueadores e software custa R$ 600.000. Ele concorre com equipamento da israelense Suntech, também testado pela SAP, que custa R$ 1 milhão.

O Estado de São Paulo vem experimentando sistemas para bloqueio de celulares, e o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) planeja expandir seu uso para os presídios de todo o País. No entanto, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo, Daniel Grandolfo, diz à Folha que é contrário ao uso generalizado de bloqueadores em presídios: “Não dá para ficar sem informação do crime organizado. Se todos os presídios forem bloqueados, não saberemos quais são os próximos passos desses criminosos.” [Folha via Olhar Digital]

Foto por spirit of america/Shutterstock

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