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Após três meses sumido, Jack Ma reaparece em vídeo

Bilionário desapareceu após fazer críticas ao sistema regulatório chinês.

Jack Ma

Após três meses sem aparecer em público, o bilionário chinês Jack Ma deu as caras em uma reunião por vídeo com um grupo de professores. As apreensões em torno de seu sumiço eram tão grandes que a simples aparição de Ma fez com que as ações da Alibaba disparassem 8,5% nas bolsas de Hong Kong.

As preocupações com o seu paradeiro se intensificaram no início de janeiro, quando ele não apareceu nem mesmo no episódio final de um programa de TV criado por ele e no qual seria um dos jurados. Ma não aparecia em público desde outubro, quando criticou o sistema regulatório chinês e passou a sofrer uma série de represálias.

De acordo com a agência Reuters, o executivo aparece em um vídeo de apenas 50 segundos em uma sala com paredes cinzas e alguns arranjos florais. Não é possível saber onde ele está. Sua assessoria de imprensa apenas confirmou que a imagem era real. O vídeo também tinha cenas, supostamente de 10 de janeiro, com Ma visitando colegas em uma escola em Zhejiang.

“Foi bom ver que Jack Ma reaparecer — minha opinião é que ele decidiu (com algum encorajamento) a ficar mais discreto por um tempo após fazer comentários que irritaram o governo”, disse à Reuters Dan Kern, chefe de investimento na TFC Financial Management, em Boston, um dos fundos que investiram na Alibaba.

Em outubro, reguladores chineses lançaram investigações antitruste sobre a Alibaba, provocando uma queda de 8% da empresa na Bolsa de Valores de Hong Kong — o que foi visto como uma reação a suas críticas. O governo chinês ainda mudou regras que frustraram o IPO da Ant Group, empresa de tecnologia financeira filiada à Alibaba e que estava avaliada em US$ 34 bilhões. O grupo, que é dono da Alipay, maior plataforma de pagamentos digitais do país, ainda teve que reduzir operações por conta de supostas falhas na governança corporativa da empresa. Com tudo isso, Ma perdeu US$ 12 bilhões em fortuna em apenas dois meses.

[Reuters]

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