Apple declara guerra à tática sorrateira que te rastreia mesmo no modo anônimo do navegador

A Apple lançará algumas novas e bem-vindas proteções de privacidade ao Safari que vai evitar que terceiros rastreiem o que fazemos na web, particularmente quando estamos tentando fazer o máximo para sair do radar de certas companhias. • Modo noturno e arrumação automática da área de trabalho: as novidades do macOS Mojave • Novo iOS […]

A Apple lançará algumas novas e bem-vindas proteções de privacidade ao Safari que vai evitar que terceiros rastreiem o que fazemos na web, particularmente quando estamos tentando fazer o máximo para sair do radar de certas companhias.

• Modo noturno e arrumação automática da área de trabalho: as novidades do macOS Mojave
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Nesta segunda-feira (4), durante a conferência WWDC, a Apple mirou em um método pouco discutido de rastreamento online, conhecido como impressões digitais de navegação, ou browser fingerprinting em inglês. A nova atualização do Safari virá com o macOS 10.14 Mojave e aparentemente ajudará usuários do Mac se misturarem na rede, em vez de serem identificados individualmente enquanto navegam.

“Assim como você pode ser identificado pela sua impressão digital, quando você navega na web o seu dispositivo pode ser identificado por um conjunto único de características”, disse Craig Federighi, vice-presidente de Engenharia de Software da Apple, durante a WWDC.

O browser fingerprinting é um método utilizado por Facebook, anunciantes online e outros que buscam rastrear os usuários individualmente se baseando em uma variedade e combinação de configurações do sistema. Certos detalhes sobre o seu computador, navegador e plugins são transmitidos automaticamente quando uma página web é carregada; uma quantidade minúscula de dados que, quando vistas agregadas, formam uma “impressão digital” substancialmente única.

Essas impressões são a única maneira que empresas de dados podem te rastrear. E eles podem te rastrear sem a ajuda de cookies e sem conhecer seu endereço IP – uma técnica que torna inútil o “modo de navegação anônima”.

Os dados inclusos numa “impressão digital” podem incluir o tipo de navegador que você está usando, seu sistema operacional, hardware gráfico, tamanho de tela, extensões do navegador, versões do software, fuso horário, idioma, fontes do sistema, se os cookies estão ativos ou não, entre outras características.

Embora um ou dois desses itens não sejam o suficiente para identificar uma pessoa, quanto mais dados são oferecidos pelo seu navegador, mais fácil fica para te identificarem.

O truque, portanto, é se misturar. Seu computador não deve se parecer tão único assim, por isso a Apple promete fornecer apenas as informações mais básicas para cada site que você visitar com o Safari – apenas configurações gerais do sistema e fontes pré-instaladas. O navegador da Apple também não transmitirá informações sobre plugins desatualizados que você esqueceu de apagar.

“Com o Mojave, estamos tornando muito mais difícil para que os rastreadores criam uma impressão digital única”, disse Federighi. “Como resultado, o seu Mac se parecerá mais com o Mac de todos os outros usuários, e será muito mais difícil para que empresas de dados identifiquem unicamente o seu dispositivo e te rastreie”.

A Apple lançou essa ferramenta de privacidade, chamada “Prevenção de Rastreamento Inteligente”, na WWDC do ano passado. Mas a companhia diz que a funcionalidade agora está “melhorada”. Do comunicado da Apple à imprensa:

No Safari, a Prevenção de Rastreamento Inteligente melhorada ajuda a bloquear o rastreio de usuários a partir de botões de mídias sociais como “Curtir” ou “Compartilhar” e widgets de comentários. O Safari agora também possui um sistema simplificado de informações para quando o usuário navega pela internet, prevenindo que sejam rastreados com base nas configurações de sistema. O Safari agora cria, autocompleta e armazena automaticamente senhas fortes quando os usuários criam novas contas online, além de alertar para senhas repetidas para que o usuário as altere. Novas proteções de dados exigem que os aplicativos obtenham permissão do usuário antes de usar a câmera e o microfone do Mac ou para o acessar dados pessoais, como o histórico de mensagens do usuário e o banco de dados de Mensagens.

Embora os dados de browser fingerprinting não incluam informações que possam te identificar pessoalmente, essa técnica pode ser utilizada para criar um arquivo com seus hábitos de navegação, que pode ser combinada com o seu nome, endereço de email e outros detalhes – basta acessar um site que ligue você a informações pessoais, como o Facebook.

Interessado em ver seu próprio browser fingerprint? Faça um teste no site Panopticlick da Electronic Frontier Foundation.

Imagem do topo: YouTube (Apple)

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